Porque amei?

Aquele amigo sempre pergunta "por que amei?". Amei, porque amei mesmo. Amei como quem salta de um precipício, sem imaginar a morte no fim, e no meio do caminho vi o vento levar a venda dos meus olhos. Sim, saltei de olhos vendados, como sempre salto e sempre saltarei, não que isso seja um destino ou sina, eu salto e pronto! No voo, senti o cheiro do ar e do medo batendo forte juntos no peito. Segurei e soltei a respiração para deixar fluir o sangue na veia. Abri os braços e senti a vida passar com um sopro intenso e arrastado pelo meu ouvido.

Lá pelas tantas, o vento forte pára com a abertura da grande lona branca fixada por cordas nas minhas costas. Lentamente toco a terra firme, porém, fora do alvo. Pois é, não cheguei ao fim da vida, só cheguei ai fim do salto...mas saltei e pronto!