Caminhemos
Caminhemos
... tínhamos combinado que o nosso encontro se daria ao final do dia. Quando toda a poeira da vida se preparasse para assentar e pintar no firmamento um quadro perfeito e digno do encontro esperado. Esquecêramos, no entanto, de escolher o lugar, apenas sabíamos que seria perfeito, e que na hora certa as nossas almas saberiam reconhecer o momento. Andei, deambulei, a cada dia almejava sentir aquele disparo no coração que se encontra o que há tanto se espera.
foi então que olhei para o céu, fixei-me nas cores que me eram oferecidas e nelas lembrei do fogo que sempre tiveste na alma, no fogo que ilumina, não o que consome e destrói. Contrastando o fogo que me trazia a tua memória residual, olhei o intenso azul, aquele que tu descrevias como a cor da intensidade dos sonhos, aqueles nos constrangem a seguir em frente.
Cansada, esperançosa, sentei-me do degrau e permiti que a vida (a minha) se pavoneasse à minha frente. Em cada pessoa, gesto e voz, vi um pouco de mim. Do que fui, do que sou e do que serei. será?
Esqueci-me da hora, do dia e até de mim.... apenas sabia que chegarias. Que palavras seriam dispensadas, falaríamos apenas a língua amor e saudade, nos olhos iriamos refletir as cores do firmamento.
Chegaste. Sentaste-te ao meu lado e ombro com ombro sorrimos com a alma.
Pedi-te a mão.
Ofereces-te a tua.
"Caminhemos"
Tirado de um conto.
Ruth Collaço
Ventos Sábios
Dedicado a quem me acompanha nesta caminhada, e por mim ou comigo soube esperar.