607 Ela tinha outro

Frequento a igreja Batista desde o ano de 1994 quando morava na cidade de Rio Verde, Goiás. Naquela época não havia internet, nem celular, e a televisão era de tubo e com recepção analógica e com antenas não muito boas. As rádios FMs existiam, mas só passavam notícias e eram usadas para transmissão de músicas instrumentais em sala de espera. Os carros não tinham ignição eletrônica nem injeção eletrônica, e eram barulhentos.

As igrejas Batistas eram representadas por uma mocidade atuante e romântica, que gostava de cantar músicas evangélicas. Os moços pagavam sorvetes nos finais de semana para as moças; e as moças enviavam cartas de amor com cartões decorados para os seus pretendentes. Havia serenatas que acabavam em namoros e muitas confraternizações.

O pastor da minha igreja mais novo do que eu alguns anos e meu amigo me disse que nos anos 90 tinha uma namorada, branca, bonita, que de repente o abandonou. Por estar muito apaixonado convidou alguns amigos para fazerem uma serenata em sua casa por volta da meia noite; que após cantarem algumas músicas, ela não abriu a janela.

Que diante da frustração, decidiram ir embora. Mas quando estavam saindo para irem embora, chegou um carro, que não lembra a marca nem a cor, e de dentro saiu a sua amada nos braços do seu novo namorado, que não o reconheceu. Que se sentiu fracassado e desolado, mas foi consolado pelos seus amigos. E por isso decidiu aumentar a sua fé e ser pastor.

Goiânia, 16-09-2024

(Do meu livro Minhas histórias; Nossas histórias, em revisão)

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 17/09/2024
Reeditado em 17/09/2024
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