AMOR AMOR AMOR (coletânea de minicontos) alguns recantistas vão se encontrar por aqui
I - FOGO SOBRE O URSO
Lumah se prepara, para receber uma visita, como aposta d'um terceiro encontro, desta vez talvez mais sério, Aldrin Félix era muito interessante, bonito, simpático e elegante. Lumah, arruma a casa, toma um banho demorado, se hidrata e se perfuma. Escolhe uma roupa confortável, cujo tom combinava perfeitamente, com a cor dos seus olhos. Acende a lareira, deixa uns petiscos italianos prontos, escolhe um vinho tinto. A pele de urso bem esticada, colocou em frente à lareira, porque a mesinha de centro baixa estava próxima e, com a bandeja dos petiscos pousada sobre ela. Lavou e secou os copos, separou junto com os guardanapos, palitos de inox e o vinho. Tudo pronto pra descobrir, se a investida valeria à pena. Agora sentaria no sofá e aguardaria a chegada dele. Se ele fosse pontual, em quinze minutos, quando o seu relógio de pêndulo, batesse a hora (o seu Big Ben particular) e, a sua campainha tocasse, ela se alegraria. Dentro dela desejava um Inverno 'quente'... até sentiu um arrepio correr pela espinha. As horas passam, o vinho brinda um fim de noite ardente, os petiscos sequer foram tocados, mas, a pele de urso estava toda alvoroçada, amarrotada e, a lareira precisava ser reabastecida.
Lumah e o encantador Aldrin Félix, riram muito, porque abastecer a lareira de lenha, com o bumbum de fora, já demonstrava que uma cumplicidade, naquela noite nascia.
II - ANJO CAÍDO
Nádia Gonçalves, todas as vezes que se apaixonou...tropeçou na entrega, cobrou demais, pulou inconsistências, aceitou silêncios e mentiras...que dó pois era um anjo caído na Terra. A carência afetiva cegava o bom senso e a calma. Depois de três doloridos tropeços, praticamente desistiu. Anos depois, Cândio Domingues e ela riam bastante, lembrando que o primeiro encontro, foi Cândio tê-la atropelado numa corrida matinal, sequer se apresentaram, só desculpas e seguiram os seus caminhos. Já na segunda vez que por acaso se viram, foi Cândio mergulhar do trampolim da piscina do clube...sobre ela, que subia de um mergulho...desculpas tudo bem...um tiquinho de raiva dela...um tantinho de arrependimento dele e o Domingo de Sol seguiu. Só que na terceira vez, Cândio gritou gool! na arquibancada do jogo do seu time e, na comemoração...sem muito pensar, abraçou e sacudiu o torcedor ao seu lado, que estava de boné, moletom e camisa larga do time...o coitado teve o boné retirado e, os cabelos castanhos longos e lindos, soltos se embaralharam... só aí ele viu que era uma mulher e justo Nádia... coincidência cruel e no fim engraçada... daí pra frente, os anjos caídos ganharam asas no amor e, a felicidade os uniu pra sempre.
III - HASTE COM FÉ VERGA, MAS, NÃO CAI
Estevão e Martha se amavam, se odiavam, voltavam a se amar, isso fazia que a fé no futuro da relação, envergasse. Conversavam, buscavam terapia, apoio na Igreja que há anos frequentavam, mas, fofocas de invejosos, acabavam por instalar dúvidas em suas mentes. A confiança entre eles estava estremecida. Quando uma vizinha deles, que torcia demais pelo amor dos dois, os chamou pra conversar. Ela perguntou aos dois
- Será que nunca perceberam, o quanto a solteirona bonitinha do prédio em frente, se atira sobre o seu marido Martha?
Ele nunca deu assunto pra ela, sequer observei olhares de canto dos olhos, dele para ela. Fico muito na minha varanda e, embora não comente... observo.
Pergunta também à Estevão
- Quantas vezes você pôs em dúvida o amor de Martha? Por certo nunca.
Foquem em vocês, não ouçam os mal amados e fofoqueiros, o amor que mora em seus olhos, almas e corações é muito maior.
A senhora boa vizinha, conseguiu com palavras simples, que eles refletissem e confiasse mais um no outro, erguendo um muro sólido contra os fofoqueiros e, salvando o amor verdadeiro.
Só como uma pequena nota, o nome da doce vizinha, era Maria Santa, uma baiana grisalha, cujos olhos cor de mel, transmitiam muita paz.