O ANJINHO E O RABINHO DE SETA - alguns amigos recantistas vão se achar por aqui

 

 

Juli e Moacir, adotaram um casal de irmãos ainda bebês, batizaram as crianças de Jadel e Belle. O menino era doce e tranquilo, sempre conciliador, a irmã era um azougue e arrumava confusão em qualquer lugar. Os pais pensavam...o anjinho e o rabinho de seta, mas, apesar disso os irmãos era muito unidos. Belle cresceu e resolveu ganhar o mundo. Jadel se casou, criou família e estava feliz, mas, sentia falta da irmã, até que um dia, uma senhora de aparência rígida e severa, de nome Lucimar, bate à sua porta. Ela praticamente arrastava uma menininha de uns seis anos, muito parecida com Belle, exceto pelo cabelo cor de fogo.

 

A mulher vestida de cinza escuro, lhe entrega uma pequena mala, uma pasta de couro negro e uma carta em envelope branco, que tinha como lacre, a marca de um beijo, de batom vermelho, que dá as costas, deixando a menina com Jadel, que de tão impressionado com a aparência da criança, sequer reage...e agora?

 

A esposa de Jadel, vê o marido entrar em casa com a menina e, tranquila olha dentro dos olhos dele, como que perguntando...o que estava acontecendo. Augusta leva a menina pra cozinha, lhe dá leite achocolatado e biscoitos, esperando Jadel ler a carta e, enquanto ela aguardava, descobriu que a menina se chamava Bruna.

 

O espanto de Jadel não foi maior, ao descobrir que a menina era sua sobrinha, pois já tinha ficado intrigado com a semelhança dela com Belle. O fogo vivo que corria nas veias da irmã, a levara a situações complicadas e numa delas, alguém se vingou. A carta já estava previamente escrita, como também a governanta Lucimar, sabia o que fazer.

 

Caso alguma coisa acontecesse a ela, Lucimar deveria entregar a Jadel,  uma chave de um determinado cofre de banco, tirar para si mesma, todo o dinheiro que estava na conta dela em outro banco e, que Belle já tinha deixado o gerente instruído, bastaria que ela lhe entregasse o atestado de óbito. Deveria entregar a Jadel os documentos dela e de Bruna, além dos pertences da menina. O que tivesse dentro da casa, ela poderia ficar para si ou vender, ficaria a critério dela. A senha do banco da chave, era um número cabalístico, que ela e Jadel conheciam desde criança e, ele se lembrava. O conteúdo do cofre, financiaria os estudos de Bruna e seu sustento até a maioridade, o excedente ele saberia como usar.

 

Pedia desculpas por enviar sua filha para ele criar, sem quaisquer avisos. Os pais já estavam muito idosos para tal empreitada, deixava beijos, dizia ter sentido saudades demais, mas, o mundo foi lhe levando, levando...e foi isso, amo você meu irmão, assinado, Belle. Agora era conversar com Augusta, mas, conhecia bem a pessoa com quem se casara. Além de Antonio e Sonya,  agora tinham uma nova filha do coração.

 

As crianças se adaptam facilmente e Augusta era a paz e a doçura personificadas, poucos meses depois Belle já a chamava de mãe. Já a relação dele com Bruna, variava entre tufão e furacão, se adoravam entre as nuvens do céu ou se queimavam, nas chamas do lugar onde os rabinhos de seta faziam festas. Divergiam por quase tudo, tal e qual ele e Belle...com certeza os genes dela moravam em Bruna. Só que o amor que existia entre eles, era quase palpável. Augusta tinha certeza que era a forma como eles se amavam.

 

Bruna aprontava no colégio e Sonya e Antonio sempre a defendiam. A união entre, eles era como se tivessem saído do mesmo útero. A falta de Belle na vida dela, foi suprida por tanto amor, que só se lembrava da mãe, quando corriam à beira mar, porque fizeram isso muitas vezes, invariavelmente terminavam às gargalhadas. As pessoas da sua nova família, eram como anjos amorosos, mas, o fogo de rabinho de seta, só Belle tinha, mas, ela estava muito feliz ali.

 

 

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 28/06/2023
Código do texto: T7824581
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.