304 Me trocou por outro

Na final da década de 90 eu estava na meia-idade e no auge da boa aparência. Era uma época em que as conquistas amorosas eram mais difíceis pela distância e por falta de contato. O contato por telefone residencial era difícil porque poucas residências tinham. As cantadas eram concretizadas por cartas postas nos Correios ou enviadas por alguém. O celular estava engatinhando e apareceu com o apelido de tijolão e poucas pessoas tinham.

Morava em Rio Verde, Goiás. Certa vez uma conhecida me apresentou a sua sobrinha, de 20 anos, que era modelo. Saí com ela várias vezes no Chevette ano 1981, cor branca que tinha. Tinha combinado de ir em sua casa num final de semana, mas, não a encontrei em lugar algum. Deixei de procurá-la e perdi o seu contato. Passado um tempo eu a vi passando de carona numa camionete. O condutor era um homem já velho com um chapéu. Ela passou me olhando. Nunca mais a vi!

Goiânia, 27 de novembro de 2022