O dia que quase perdi minha amada
Quinta-feira...
Expor o que acontece comigo não tem sido tão fácil.
Tenho percebido o que acontece comigo. E...
Bom... precebo, o que é
profundo, o que é raso, o
que é querido e automático.
Quinta-feira feira fui fazer mais um entrevista.
Era em uma escola de inglês.
Maldito povo seletista.
Em toda minha vida nunca passei por isso:
Tem carro?
Iphone?
Ipad?
Roupa de marca?
O processo era coletivo e eu não me aguentei:
"What hell?" ( gritei bem alto)
No final disseram que eu não tinha nem como começar
Pelos poucos seguidores no Instagram.
Disse a eles gentilmente: se para tudo que perguntam a tenho a minha resposta é "não", posso ficar pelo menos até o fim para valer minha passagem até aqui?
Eles disseram que sim.
E ficando até o fim quem sabe a minha reprovação virasse aprovação.
Então, fiquei.
Eu liguei meu celular para ver a hora daquela coisa chata acabar.
O entrevistinha de playboy!
Vi a hora.
E a - Mara - aqui dos poemas.
Curtiu a minha poesia "Đentro de você".
Isso fez com que eu ficasse mexendo no celular por 24 segundos.
E chegou uma triste mensagem...
A moça para quem tenho escrito os poemas de amor...
Sofreu um terrível acidente de moto.
Eu levantei e fui embora de lá.
Quis nem saber de entrevista coisa nenhuma.
Tive um ataque de pânico.
Crise de ansiedade, sei lá.
Não consegui pensar coisas básicas:
A rua que estava,
que ônibus pegar para chegar
ao hospital do trabalhador.
Acho que nem meu nome eu conseguia lembrar.
Fui voando p'ra lá.
Correndo dentro do ônibus para ver se chegava o quanto antes.
Eu não tinha crédito.
Só pegando Wi-Fi dos lugares públicos.
Eu cheguei.
Entrei pelo lugar errado.
Não conseguia lembrar o nome dela.
Sua irmã me mandou o vídeo de uma câmera de segurança.
Ela voou 3 metros para o alto.
Foi embora sem prestar Socorro o dono carro.
Eu disse que estava indo ver minha esposa
para o risco de dizerem que só aceitavam pessoas da família.
Lembrei o nome J. L. B. S.
E fui então até onde precisava ir para encontrá-la.
Coração na mão.
E que bom,
ela estava acordada.
Quando me viu:
Abriu um sorrisão.
Se ela passasse a mão na orelha sentia o canto da boca.
Ela disse:
Deixa essa cara triste para o dia que eu morrer.
E mesmo toda quebrada
ela começou a fazer
piadas para me animar.
Que pessoa maravilhosa
é essa mulher.
2.1 se abrindo de volta a sonhar e amar.
É um privilégio imenso.
Com ela contar.
Minha parte eu fiz.
A irmã dela cuidou do resto.
Sei que no fim das contas tudo correu bem.
E continua correndo hoje.
Confesso ter ficado um pouco abalado.
Foram muitas porradas fortes de uma vez.
Mas, no final dá tudo certo.
Se não deu certo, ainda
não é o final! :)
@alexandre.cezar.fh