Podemos ditar o nosso destino?
Caratinga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, região Sudeste do país, que teve seu povoamento iniciado no ano de 1848 por João Caetano do Nascimento que tomou posse da região. As condições favoráveis para agricultura e a proximidade com o rio Caratinga, incentivaram o crescimento populacional, culminando com a sua independência do município de Manhuaçu em 1890, sendo que o desenvolvimento fora intensificado nas décadas de 30 e 40 com o surgimento da Estrada de Ferro Leopoldina e da BR-116 impulsionando o crescimento populacional da região. Atualmente a cidade conta com cerca de aproximadamente 92.000 habitantes, tendo principalmente no café e no comércio suas principais fontes de rendas. Nesse contexto geográfico que irei apresentar-vos o romance de Lia e Edson que acontecera no início da década de 90.
Edson era um jovem de 1.90 metros, cor clara, 80 quilos, cabelos preto encaracolados, olhos pretos bem vistosos, possuidor de um corpo bem definido, era adepto de um bom papo, alegre, sorridente. O jovem tinha 15 anos quando começou a trabalhar na contabilidade Pereira Cabral, começara como oficce boy e agora aos 23 anos exercia a função de contador, algo que fazia com muito orgulho e prazer.
Num belo dia, Lia começava a trabalhar na contabilidade exercendo a função de auxiliar administrativa, tinha a jovem um corpo bem malhado, cintura fina, seios médios, cabelos loiros, coxas roliças e uma boca muito sensual, e todo esse conjunto colocaria qualquer homem de boca aberta, tinha a jovem 21 anos.
E foi justamente assim que ficou Edson, desde o primeiro momento em que viu Lia no escritório boquiaberto. Inicialmente como ele supervisionava a moça, não quisera admitir que ela estava mexendo com seus sentimentos. Ele era da teoria que coração e trabalho não se misturam.
Pra deixar o rapaz mais enfeitiçado, Lia era também muito comunicativa, sabia muito bem a roupa que cairia bem no seu corpo, seu andar era esguio e charmoso, tudo isso só iria colaborar mais e mais para aumentar o fascínio que o chefe tinha da subalterna. Por outro lado, Edson além de ser o supervisor, era também muito charmoso e tinha lá os seus dotes. Todavia a jovem não se deixava levar por seus encantos, porque também compartilhava da opinião que amor e trabalho não se misturam. também era uma mulher virtuosa, tinha um coração que não cabia em seu peito, por mais que alguém a ofendêsse sempre arrumava um jeito de perdoá-lo, não sabia carrregar mágoas no coração, era muito espiritual, caridosa.
Lia também sonhava em constituir família, ter filhos, mas sabia que esses só poderiam ser por adoção. Recentemente ela fizera uma radiografia e tivera a triste notícia que dificilmente poderia engravidar, seu útero era tão reduzido, que o médico disse a ela, que se caso ela viesse engravidar, seria bem provável que o bebê viesse a abortar devido a falta de espaço para se desenvolver. Contudo Lia preferira acreditar que aquele fosse um falso diagnóstico e que no futuro, quando viesse a casar pudesse ter filhos. Mas o médico disse a ela, queria eu estar enganado, por que desta forma pouparia o seu sofrimento, mas tenho plena convicção de toda essa exposição.
Um ano se passara, já estava ficando difícil manter seu coração incomunicável com a razão, e não teve jeito, Edson convidara Lia para almoçar, que prontamente aceitou o convite. Apesar de não ser um momento adequado pois estavam na hora do almoço, tiveram oportunidade para estarem ali frente a frente, sem que o assunto a compartilhar fosse trabalho. O rapaz na primeira oportunidade que teve perguntou se ela tinha namorado. Lia respondendo disse que no momento a preocupação dela era com o estudo e o trabalho, mas que no tempo certo esperaria sim encontrar uma pessoa que a amasse e que a fizesse feliz. Aquela resposta era tudo que ele gostaria de ouvir, uma vez que não conseguia parar de pensar nela, mas mesmo assim seria difícil entender por que uma mulher tão bonita estaria sozinha naquele momento. Ele aproveitou e falou do sonho que ele tinha de um dia casar-se e ter uma família com muitos filhos, pelo menos três filhos, e ainda explicava sua teoria dizendo quem tem um não tem nenhum, quem tem dois tem um e quem tem três teria pelo menos dois. Mas tudo isso não passava de simples conjectura, por que na realidade o nosso futuro cabe simplesmente a Deus. Lia ouvia tudo calada e preferira não opinar a esse assunto. Infelizmente o tempo voou e a hora de ir trabalhar chegou.
No trabalho era impossível para o contador manter-se concentrado apenas nas suas obrigações, uma vez ou outra era sempre flagrado pensando em Lia, como aquela jovem era encantadora e cheia de mistérios, por outro lado ela também pensava naquele momento em que passara com Edson no almoço, pensou em tudo que fora comentado, principalmente no fato dele querer uma casa cheia de filhos. Como ela ainda alimentava a possibilidade que o médico pudesse ter errado no diagnóstico, tomou a decisão, que caso voltasse a encontrar com o chefe não iria comentar sobre esse possível diagnóstico.
Mais um ano havia se passado, nesse intervalo várias vezes Edson e Lia se encontraram, mas até aquele momento não tinham assumido nada, Edson não tendo mas como segurar essa situação, acabou quebrando esse anônimato e pedira a jovem em casamento. Lia se surpreendera com aquela situação, apesar de saber que exercia um certo fascínio sobre o rapaz, pensava que por causa do serviço, ele jamais tomaria aquela decisão, mas no decorrer desse tempo, Lia no seu cantinho aprendera amar Edson, sem nada lhe cobrar, mas se alegrou com o pedido do amado, agora só uma coisa a preocuparia, será que ela iria satisfazer a vontade de Edson dando-lhe filhos?
Seis meses se passaram, e agora Edson e Lia estavam casados. A pedido do amado, Lia saíra do trabalho e ficara disponível para cuidar dos afazeres do lar. No início era puro amor, era tudo sedução, o casal de pombinhos se amavam intensamente, juras de amor eram trocadas. Em certos momentos o tempo se mostra o nosso verdadeiro inimigo e cinco anos haviam-se passado e nada de Lia engravidar, a infertilidade deixava de ser apenas uma suposição, mas uma realidade, agora cada vez mais ela tinha a convicção que tudo que o médico falara era verdade. Lia agora conseguia perceber na face de edson uma certa insatisfação, por mais que ele tentasse evitar. A síndrome do ninho vazio começava a afetar aquele casal que até no presente momento tinha conseguido driblar os problemas. Será que o amor que inundou esses corações resistirá a tudo isso?
Infelizmente aquilo estava desgastando o casal, cada vez que tratamentos eram realizados e não havia uma solução para a infertilidade de Lia, mais Edson ia entristecendo, perdendo o prazer da relação. Lia comentou sobre a possibilidade de ter filhos adotivos, mas não era isso que seu marido queria, ele queria ter filhos que tivessem o seu sangue, parecia uma obsessão, mas ficava imaginando que traço o filho poderia obter, se seriam parecido com ele e tudo isso foi ficando difícil de controlar, aquela relação estendia por quinze longos anos, Lia já estava com quase quarenta anos, e diante de tudo isso Edson tomara a difícil decisão de colocar um fim naquele casamento separando da esposa, aquele amor acabara sendo sufocado diante da obsessão dele em ser pai. Mas apesar da separação, ele não queria que nada faltasse pra ela, deu-lhe uma pensão e a casa que eles moravam agora era dela. Apesar da separação, Lia não guardou mágoas do marido, pois sabia que ela também tinha uma parcela de culpa, uma vez que omitira a verdade, se ela tivesse comentado com ele sobre sua infertilidade, talvez tudo aquilo seria poupado.
Um ano se passou, Edson casara novamente, sua esposa tem a mesma idade, quando ele conhecera Lia, 21 anos. Além da Juventude, Mirna era morena, cabelos curtos de cor preta, estatura mediana, mas não tinha o charme que esbanjava Lia, mas em compensação era muito sensual e nela estava a vitalidade, a esperança de filhos que Edson tanto desejava.
Mal se casaram, grande era e expectativa por filhos, que com um ano de casamento Mirna começou a se programar na intenção que ela concebesse. Teria Edson controle sobre o seu próprio destino? A verdade é que dois anos se passaram e nada da sua esposa engravidar. Devido essa grande dificuldade, o casal decidiu pelo tratamento na expectativa que Mirna pudesse conceber filhos para a família. Infelizmente, Edson não tinha o controle da situação e a ação de ter filho não competia ao moço e sim a Deus. Se foi punição não sabemos, mas a triste realidade foi que Mirna ao fazer os exames, fora surpreendida com uma notícia desesperadora, ela também jamais poderia ter filhos, os exames constataram que ela tinha contraído um câncer do colo do útero, o estágio já estava um pouco desenvolvido, o médico não tinha uma previsão certa da durabilidade dessa enfermidade, mas sabia o necessário pra saber que a vida de Mirna não seria poupada, sendo uma questão de tempo para que ela viesse a falecer. Aquela notícia deixou Edson arrasado e ao mesmo tempo reflexivo, será que ele agiu corretamente ao separar de Lia? Será que ela teria culpa pelo fato de não ser agraciada com filhos? não teria sido ele muito duro ao separar-se dela?
Sabendo que Edson estava super arrasado com toda aquela situação e também por se identificar com Mirna, ela se ofereceu para cuidar dela, talvez agindo dessa forma, ela poderia se redimir da sua falha, quando omitira a verdade para o antigo esposo. Edson surpreendera com a atitude de Lia, mas aceitou prontamente uma vez que estava esgotado com toda aquela situação.
Lia quanto mais cuidava de Mirna, mais o seu coração enchia de ternura e carinho por aquela jovem que tanto padecia. Ela também foi apenas uma vítima do destino, e além de saber que jamais poderia ter filhos, tinha que conviver também com a morte que a qualquer momento poderia bater em sua porta.
Mirna mesmo diante de tanto sofrimento, pode observar que tudo aquilo estava sendo providenciado por Deus. Porque afinal de contas, Lia não sabia, mas mesmo Mirna casando com Edson um ano depois da separação, ela de certa forma também havia colaborado para que Edson separasse de Lia. Na verdade Edson e Mirna começaram a se encontrar seis meses antes da sua separação, devido ao descontentamento por Lia não ter dado a ele uma prole. A consciência de Mirna pesava mais ainda, quando lembrava que em alguns momentos chegou a dizer para o amante, larga sua esposa, sou jovem, cheia de vitalidade e poderei te dar quantos filhos você quiser. Não sabendo ela naquele momento, que num futuro tão próximo o destino haveria de lhe pregar uma peça. E diante de tantas lágrimas, arrependida confessou tudo a Lia e pediu-lhe perdão por ter agido assim de forma tão cruel com ela. Lia imediatamente respondeu: você não tem nada que me perdoar, afinal de contas também falhei com ele ao omitir a minha situação, mas isso te faz bem, pode ficar tranquila eu te perdoo no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo que tem me dado graça e disposição para cuidar de ti.
Quanto mais Lia se compadecia de Mirna, isso deixava a encucada, como pode uma pessoa ser tão boa assim para uma pessoa que te prejudicou tanto. Como pode o Edson não ter enxergado o quanto és bondosa, pura de coração. Todavia a verdade não era essa, quanto mais Lia se dedicava a Mirna, mais seu ex-esposo ficava intrigado com tudo isso. Como pode ela ter tanta disposição ajudando uma pessoa que tomou o seu lugar. O amor que Lia tinha por sua esposa era tão grande, que ele ja estava ficando intrigado e já estava profundamente arrependido por ter separado dela. Seria impossível ter uma mulher tão misericordiosa desse jeito.
Mirna estava sofrendo muito, e o seu consolo era a companhia de Lia, sua hora estava chegando, e a moribunda fez um último pedido pra Lia. Eu vejo Edson quebrantado diante de tudo isso, caso ele queira voltar pra ti, por favor aceite-o, ela nem esperou a resposta da amiga e expirou, cessando assim o sofrimento de dois longos anos. Lia despediu da amiga em lágrimas e foi comunicar o falecimento da esposa para Edson.
Aquela notícia trouxe para o viúvo tristeza, mas ao mesmo tempo alívio, era como se um fardo tivesse sido retirado das suas costas. Todo esse tempo em que Mirna estava sendo tratada por Lia, mexera muito com o consciente dele, tinha-se a impressão que errara com a ex-esposa quando pediu-lhe a separação. Dentro de si colocou algo para Deus, que caso sua esposa não sobrevivesse, como forma de reparação pediria Lia novamente em casamento. Isso tudo iria acontecer em questão de tempo, por que o seu coração estava determinado para tal fato.
Edson e Lia estavam presenciando o enterro de Mirna e assim que este acabou, o marido arrependido tratou de fazer o pedido de casamento para Lia e explicou por que chegou a tomar aquela decisão. Parece que aquela mulher que acabara de ser enterrada foi o instrumento de Deus para reaproximar aquele casal. Lia ficara surpresa com seu pedido, mas não hesitou em concordar, afinal de contas ela ainda o amava.
Agora novamente casados estão, só que agora eles vivem longe do fantasma da fertilidade, daquela obsessão doentia que Edson tinha por filhos. Adotaram duas crianças, que logo logo aprenderam a amar como se fossem concebidas por eles, e vivem na maior felicidade, e desse jeito Edson pôde reparar o seu erro que tanto o afligia.
Caratinga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, região Sudeste do país, que teve seu povoamento iniciado no ano de 1848 por João Caetano do Nascimento que tomou posse da região. As condições favoráveis para agricultura e a proximidade com o rio Caratinga, incentivaram o crescimento populacional, culminando com a sua independência do município de Manhuaçu em 1890, sendo que o desenvolvimento fora intensificado nas décadas de 30 e 40 com o surgimento da Estrada de Ferro Leopoldina e da BR-116 impulsionando o crescimento populacional da região. Atualmente a cidade conta com cerca de aproximadamente 92.000 habitantes, tendo principalmente no café e no comércio suas principais fontes de rendas. Nesse contexto geográfico que irei apresentar-vos o romance de Lia e Edson que acontecera no início da década de 90.
Edson era um jovem de 1.90 metros, cor clara, 80 quilos, cabelos preto encaracolados, olhos pretos bem vistosos, possuidor de um corpo bem definido, era adepto de um bom papo, alegre, sorridente. O jovem tinha 15 anos quando começou a trabalhar na contabilidade Pereira Cabral, começara como oficce boy e agora aos 23 anos exercia a função de contador, algo que fazia com muito orgulho e prazer.
Num belo dia, Lia começava a trabalhar na contabilidade exercendo a função de auxiliar administrativa, tinha a jovem um corpo bem malhado, cintura fina, seios médios, cabelos loiros, coxas roliças e uma boca muito sensual, e todo esse conjunto colocaria qualquer homem de boca aberta, tinha a jovem 21 anos.
E foi justamente assim que ficou Edson, desde o primeiro momento em que viu Lia no escritório boquiaberto. Inicialmente como ele supervisionava a moça, não quisera admitir que ela estava mexendo com seus sentimentos. Ele era da teoria que coração e trabalho não se misturam.
Pra deixar o rapaz mais enfeitiçado, Lia era também muito comunicativa, sabia muito bem a roupa que cairia bem no seu corpo, seu andar era esguio e charmoso, tudo isso só iria colaborar mais e mais para aumentar o fascínio que o chefe tinha da subalterna. Por outro lado, Edson além de ser o supervisor, era também muito charmoso e tinha lá os seus dotes. Todavia a jovem não se deixava levar por seus encantos, porque também compartilhava da opinião que amor e trabalho não se misturam. também era uma mulher virtuosa, tinha um coração que não cabia em seu peito, por mais que alguém a ofendêsse sempre arrumava um jeito de perdoá-lo, não sabia carrregar mágoas no coração, era muito espiritual, caridosa.
Lia também sonhava em constituir família, ter filhos, mas sabia que esses só poderiam ser por adoção. Recentemente ela fizera uma radiografia e tivera a triste notícia que dificilmente poderia engravidar, seu útero era tão reduzido, que o médico disse a ela, que se caso ela viesse engravidar, seria bem provável que o bebê viesse a abortar devido a falta de espaço para se desenvolver. Contudo Lia preferira acreditar que aquele fosse um falso diagnóstico e que no futuro, quando viesse a casar pudesse ter filhos. Mas o médico disse a ela, queria eu estar enganado, por que desta forma pouparia o seu sofrimento, mas tenho plena convicção de toda essa exposição.
Um ano se passara, já estava ficando difícil manter seu coração incomunicável com a razão, e não teve jeito, Edson convidara Lia para almoçar, que prontamente aceitou o convite. Apesar de não ser um momento adequado pois estavam na hora do almoço, tiveram oportunidade para estarem ali frente a frente, sem que o assunto a compartilhar fosse trabalho. O rapaz na primeira oportunidade que teve perguntou se ela tinha namorado. Lia respondendo disse que no momento a preocupação dela era com o estudo e o trabalho, mas que no tempo certo esperaria sim encontrar uma pessoa que a amasse e que a fizesse feliz. Aquela resposta era tudo que ele gostaria de ouvir, uma vez que não conseguia parar de pensar nela, mas mesmo assim seria difícil entender por que uma mulher tão bonita estaria sozinha naquele momento. Ele aproveitou e falou do sonho que ele tinha de um dia casar-se e ter uma família com muitos filhos, pelo menos três filhos, e ainda explicava sua teoria dizendo quem tem um não tem nenhum, quem tem dois tem um e quem tem três teria pelo menos dois. Mas tudo isso não passava de simples conjectura, por que na realidade o nosso futuro cabe simplesmente a Deus. Lia ouvia tudo calada e preferira não opinar a esse assunto. Infelizmente o tempo voou e a hora de ir trabalhar chegou.
No trabalho era impossível para o contador manter-se concentrado apenas nas suas obrigações, uma vez ou outra era sempre flagrado pensando em Lia, como aquela jovem era encantadora e cheia de mistérios, por outro lado ela também pensava naquele momento em que passara com Edson no almoço, pensou em tudo que fora comentado, principalmente no fato dele querer uma casa cheia de filhos. Como ela ainda alimentava a possibilidade que o médico pudesse ter errado no diagnóstico, tomou a decisão, que caso voltasse a encontrar com o chefe não iria comentar sobre esse possível diagnóstico.
Mais um ano havia se passado, nesse intervalo várias vezes Edson e Lia se encontraram, mas até aquele momento não tinham assumido nada, Edson não tendo mas como segurar essa situação, acabou quebrando esse anônimato e pedira a jovem em casamento. Lia se surpreendera com aquela situação, apesar de saber que exercia um certo fascínio sobre o rapaz, pensava que por causa do serviço, ele jamais tomaria aquela decisão, mas no decorrer desse tempo, Lia no seu cantinho aprendera amar Edson, sem nada lhe cobrar, mas se alegrou com o pedido do amado, agora só uma coisa a preocuparia, será que ela iria satisfazer a vontade de Edson dando-lhe filhos?
Seis meses se passaram, e agora Edson e Lia estavam casados. A pedido do amado, Lia saíra do trabalho e ficara disponível para cuidar dos afazeres do lar. No início era puro amor, era tudo sedução, o casal de pombinhos se amavam intensamente, juras de amor eram trocadas. Em certos momentos o tempo se mostra o nosso verdadeiro inimigo e cinco anos haviam-se passado e nada de Lia engravidar, a infertilidade deixava de ser apenas uma suposição, mas uma realidade, agora cada vez mais ela tinha a convicção que tudo que o médico falara era verdade. Lia agora conseguia perceber na face de edson uma certa insatisfação, por mais que ele tentasse evitar. A síndrome do ninho vazio começava a afetar aquele casal que até no presente momento tinha conseguido driblar os problemas. Será que o amor que inundou esses corações resistirá a tudo isso?
Infelizmente aquilo estava desgastando o casal, cada vez que tratamentos eram realizados e não havia uma solução para a infertilidade de Lia, mais Edson ia entristecendo, perdendo o prazer da relação. Lia comentou sobre a possibilidade de ter filhos adotivos, mas não era isso que seu marido queria, ele queria ter filhos que tivessem o seu sangue, parecia uma obsessão, mas ficava imaginando que traço o filho poderia obter, se seriam parecido com ele e tudo isso foi ficando difícil de controlar, aquela relação estendia por quinze longos anos, Lia já estava com quase quarenta anos, e diante de tudo isso Edson tomara a difícil decisão de colocar um fim naquele casamento separando da esposa, aquele amor acabara sendo sufocado diante da obsessão dele em ser pai. Mas apesar da separação, ele não queria que nada faltasse pra ela, deu-lhe uma pensão e a casa que eles moravam agora era dela. Apesar da separação, Lia não guardou mágoas do marido, pois sabia que ela também tinha uma parcela de culpa, uma vez que omitira a verdade, se ela tivesse comentado com ele sobre sua infertilidade, talvez tudo aquilo seria poupado.
Um ano se passou, Edson casara novamente, sua esposa tem a mesma idade, quando ele conhecera Lia, 21 anos. Além da Juventude, Mirna era morena, cabelos curtos de cor preta, estatura mediana, mas não tinha o charme que esbanjava Lia, mas em compensação era muito sensual e nela estava a vitalidade, a esperança de filhos que Edson tanto desejava.
Mal se casaram, grande era e expectativa por filhos, que com um ano de casamento Mirna começou a se programar na intenção que ela concebesse. Teria Edson controle sobre o seu próprio destino? A verdade é que dois anos se passaram e nada da sua esposa engravidar. Devido essa grande dificuldade, o casal decidiu pelo tratamento na expectativa que Mirna pudesse conceber filhos para a família. Infelizmente, Edson não tinha o controle da situação e a ação de ter filho não competia ao moço e sim a Deus. Se foi punição não sabemos, mas a triste realidade foi que Mirna ao fazer os exames, fora surpreendida com uma notícia desesperadora, ela também jamais poderia ter filhos, os exames constataram que ela tinha contraído um câncer do colo do útero, o estágio já estava um pouco desenvolvido, o médico não tinha uma previsão certa da durabilidade dessa enfermidade, mas sabia o necessário pra saber que a vida de Mirna não seria poupada, sendo uma questão de tempo para que ela viesse a falecer. Aquela notícia deixou Edson arrasado e ao mesmo tempo reflexivo, será que ele agiu corretamente ao separar de Lia? Será que ela teria culpa pelo fato de não ser agraciada com filhos? não teria sido ele muito duro ao separar-se dela?
Sabendo que Edson estava super arrasado com toda aquela situação e também por se identificar com Mirna, ela se ofereceu para cuidar dela, talvez agindo dessa forma, ela poderia se redimir da sua falha, quando omitira a verdade para o antigo esposo. Edson surpreendera com a atitude de Lia, mas aceitou prontamente uma vez que estava esgotado com toda aquela situação.
Lia quanto mais cuidava de Mirna, mais o seu coração enchia de ternura e carinho por aquela jovem que tanto padecia. Ela também foi apenas uma vítima do destino, e além de saber que jamais poderia ter filhos, tinha que conviver também com a morte que a qualquer momento poderia bater em sua porta.
Mirna mesmo diante de tanto sofrimento, pode observar que tudo aquilo estava sendo providenciado por Deus. Porque afinal de contas, Lia não sabia, mas mesmo Mirna casando com Edson um ano depois da separação, ela de certa forma também havia colaborado para que Edson separasse de Lia. Na verdade Edson e Mirna começaram a se encontrar seis meses antes da sua separação, devido ao descontentamento por Lia não ter dado a ele uma prole. A consciência de Mirna pesava mais ainda, quando lembrava que em alguns momentos chegou a dizer para o amante, larga sua esposa, sou jovem, cheia de vitalidade e poderei te dar quantos filhos você quiser. Não sabendo ela naquele momento, que num futuro tão próximo o destino haveria de lhe pregar uma peça. E diante de tantas lágrimas, arrependida confessou tudo a Lia e pediu-lhe perdão por ter agido assim de forma tão cruel com ela. Lia imediatamente respondeu: você não tem nada que me perdoar, afinal de contas também falhei com ele ao omitir a minha situação, mas isso te faz bem, pode ficar tranquila eu te perdoo no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo que tem me dado graça e disposição para cuidar de ti.
Quanto mais Lia se compadecia de Mirna, isso deixava a encucada, como pode uma pessoa ser tão boa assim para uma pessoa que te prejudicou tanto. Como pode o Edson não ter enxergado o quanto és bondosa, pura de coração. Todavia a verdade não era essa, quanto mais Lia se dedicava a Mirna, mais seu ex-esposo ficava intrigado com tudo isso. Como pode ela ter tanta disposição ajudando uma pessoa que tomou o seu lugar. O amor que Lia tinha por sua esposa era tão grande, que ele ja estava ficando intrigado e já estava profundamente arrependido por ter separado dela. Seria impossível ter uma mulher tão misericordiosa desse jeito.
Mirna estava sofrendo muito, e o seu consolo era a companhia de Lia, sua hora estava chegando, e a moribunda fez um último pedido pra Lia. Eu vejo Edson quebrantado diante de tudo isso, caso ele queira voltar pra ti, por favor aceite-o, ela nem esperou a resposta da amiga e expirou, cessando assim o sofrimento de dois longos anos. Lia despediu da amiga em lágrimas e foi comunicar o falecimento da esposa para Edson.
Aquela notícia trouxe para o viúvo tristeza, mas ao mesmo tempo alívio, era como se um fardo tivesse sido retirado das suas costas. Todo esse tempo em que Mirna estava sendo tratada por Lia, mexera muito com o consciente dele, tinha-se a impressão que errara com a ex-esposa quando pediu-lhe a separação. Dentro de si colocou algo para Deus, que caso sua esposa não sobrevivesse, como forma de reparação pediria Lia novamente em casamento. Isso tudo iria acontecer em questão de tempo, por que o seu coração estava determinado para tal fato.
Edson e Lia estavam presenciando o enterro de Mirna e assim que este acabou, o marido arrependido tratou de fazer o pedido de casamento para Lia e explicou por que chegou a tomar aquela decisão. Parece que aquela mulher que acabara de ser enterrada foi o instrumento de Deus para reaproximar aquele casal. Lia ficara surpresa com seu pedido, mas não hesitou em concordar, afinal de contas ela ainda o amava.
Agora novamente casados estão, só que agora eles vivem longe do fantasma da fertilidade, daquela obsessão doentia que Edson tinha por filhos. Adotaram duas crianças, que logo logo aprenderam a amar como se fossem concebidas por eles, e vivem na maior felicidade, e desse jeito Edson pôde reparar o seu erro que tanto o afligia.