Amor Eterno
É na cidade de Rio Bananal que irá desenvolver toda essa trama que irei vos contar. Cidadezinha pacata que fica no Estado do Espírito Santo, que outrora, no ano de 1929 foram descobertas por Pedro Ceolin, Pedro Rizzo, Abramo Caliman e Alcides Siqueira Campos que ao abrir picadas na mata para fazer a interligação das cidades de Linhares a Colatina, descobriram um rio de águas límpidas e cristalinas, sendo que nas suas margens estavam cheia de pés de bananas. Esse fato deu origem ao nome do rio, Rio Bananal, que mais tarde viera a ser o nome do povoado que pertencia a Linhares, que acabara emancipando no ano de 1979. Atualmente essa cidade se destaca na agricultura, sendo o quinto maior produtor de café do estado do Espírito Santo.
Nessa cidade tranquila, clima ameno e de pessoas hospitaleiras, morava Helena, cujos pais eram Sr. Francisco e dona Antônia. Helena desde pequena, aprendeu a ser uma pessoa responsável e ajudava sua mãe em casa nos afazeres domésticos.
Helena como toda adolescente, tinha um sonho. Ela também tinha o seu conto de fada. Seus sonhos eram contínuos, e neles era comum deparar com a presença de um príncipe encantado, que um dia sairia dos seus sonhos, e iria habitar o imaginável ao lado de sua amada.
Helena era uma bela jovem, cabelos cacheados pretos, olhos brilhantes e castanhos, cor morena clara, tinha 1,65 metro e pesava 52 quilos. A dona dessas descrições, iria conhecer na sua cidade um jovem que iria encantar por ela. Esse jovem seria o Afrânio, cujos pais eram Sr. Osvaldo e dona Ludmila.
Afrânio era um belo rapaz de 18 anos, tinha 1,78 metro de altura, 65 quilos, olhos e cabelos castanhos escuros, sendo seu corpo bem definido pelos músculos. Afrânio trabalhava numa loja de móveis na cidade, sendo que um dia, avistou a jovem Helena na loja que trabalhava, e a partir desse momento, ficaria totalmente encantado por ela.
Helena também, desde o primeiro momento, em que vira Afrânio apaixonara por completo, mas algo aconteceu, que deixou Helena comedida em relação a Afrânio. Na verdade, a fama de Afrânio na cidade era de um jovem conquistador, namorador, sendo que esses comentários chegaram aos ouvidos dos pais de Helena, que deixando ser influenciados pelos mesmos, não via com bom grado, a aproximação de Helena a esse jovem.
Mas por mais que Helena se reservasse, e não quisesse desagradar os seus pais, não tinha jeito, ela era sempre flagrada por seus pensamentos que tinham como destino certo, o jovem Afrânio.
Foi num grupo de jovens de uma igreja que eles tiveram mais oportunidades para estarem vendo um ao outro. Sempre depois que os jovens reuniam no sábado, Helena e Afrânio, iam conversando e paravam na pracinha. Aquele local era simplesmente encantador e propício para duas almas enamoradas. A praça tinha uma grama que era toda cuidada, com bancos em toda disposição da praça e jardins belíssimos. Aquele local era o xodó da cidade e tinha da administração pública toda atenção. Ao chegar na praça, tinha que atravessar uma ponte, e muitas das vezes, o casal paravam ali, e naquele lugar ficavam por mais de hora, conversando, sonhando com aquele dia que finalmente poderiam estar juntos.
Eles estavam tão ligados, unidos um ao outro, que nem mesmo a insatisfação dos pais, com relação aquele namoro poderiam impedi-los de estarem juntos. Somente eles poderiam ser capazes de interferir naquele romance, de quebrar aquela aliança que estava nascendo tão forte entre ambos.
Por três anos Afrânio e Helena namoravam e trocavam olhares, seja na igreja, na pracinha ou onde quer que eles encontrassem.
Mesmo não tendo total consentimento dos pais, Afrânio e Helena casaram-se no dia 15 de dezembro de 1987. O casamento não fora muito programado, sendo que o casal tivera apenas três dias para desfrutar da lua de mel e já na segunda-feira estavam na ativa. Afrânio trabalhava na loja de móveis e Helena trabalhava na padaria em frente a pracinha.
O tempo mal passara e o casal já estava comemorando cinco anos de casamento, só que agora tinha a presença de Sandra, uma menininha de três anos alegre e muito brincalhona. Sandra era o orgulho daquele casal. A impressão que aquele casamento foi feito pra ficar, para permanecer, tamanha era alegria daquela família.
Dois anos passaram com um piscar de olhos, e agora Helena ficara sabendo que estava grávida pela segunda vez. Só que agora era um filho homem, o qual deram o nome de Paulo Henrique. Mal tinha passado o repouso de Helena, e ela foi tomada de um grande susto, ao saber que novamente estava grávida, só que dessa vez, seria mais uma menina, a qual deram o nome Márcia.
Parece que Helena estava tendo a vida que ela tanto sonhara. O príncipe encantado que ela tanto viu em seus sonhos, parece que tinha encarnado em Afrânio, tamanha era a sua dedicação e amor que nutria por Helena e por seus filhos. E a família ia crescendo estruturada tendo o amor como coluna básica dessa entidade.
Tudo ia tão bem até o bendito dia em que Afrânio fora fazer uma viagem a trabalho. Dezoitos anos já tinham passado desde o momento em que eles se casaram. Afrânio agora, não trabalhava mais na loja, como empregado, resolvera montar sua própria loja de móveis, que por sinal ia de vento em popa. Ele era uma pessoa muito carismática, muito convincente, e com isso já tinha angariado uma boa freguesia.
Foi justamente numa dessas viagens a trabalho, onde Afrânio ia direto nas fábricas negociar seus móveis, que ele conheceu Lívia, que era uma funcionária da fábrica que ele era cliente. Até aquele momento, Afrânio não tinha enfrentado nada, que pudesse comprometer o seu amor e a estabilidade da sua família. Mas agora ele se deparava com Lídia, uma jovem treze anos mais nova que ele, e por mais que ele evitasse, estava sendo atraído para aquela teia de sedução.
Lívia era uma jovem alta, tinha 1,70 metro de altura, um corpo bem torneado, loira dos olhos verdes, cabelos lisos castanhos bem clarinhos, bumbum empinado, seios no formato de uma pera e também era possuidora de um espírito muito sedutor.
O grande problema que Afrânio estava encontrando, era que não só ele, mas também Lívia fora totalmente seduzida por ele, a partir do momento em que se viram pela primeira vez, não que ele tivesse tal intenção, mas a verdade é que Lívia encantara com ele desde o primeiro momento.
Lívia morava em Ubá-MG, local onde ficava a fábrica de móveis. Afrânio chegara numa sexta-feira, e como não teve tempo de resolver todos os negócios, adiou sua volta para segunda-feira, ligou para Helena e avisara que infelizmente não poderia retornar rápido, precisando ficar o fim de semana em Ubá. Helena não gostou muito, pois estava ansiosa em rever o marido, mas infelizmente, não podia fazer nada, a não ser contentar e esperar para que esse fim de semana passasse rápido.
Parece que tudo estava colaborando para que Afrânio e Lívia pudessem se encontrar. No hotel onde estava hospedado, ele não conseguia desviar os seus pensamentos daquela jovem tão encantadora e sedutora. Era com Lívia que Afrânio estava acertando as compras dos móveis, e ele lembrou que tinha o cartão da fábrica em seu bolso e nele estaria o telefone de contato com a jovem. Agora o comerciante estava naquele impasse, liga ou não liga, se ligasse, com certeza poderia ser alvejado por aquela jovem tão bonita e sedutora. Sabia que uma vez que ligasse, corria sério risco de colocar a estabilidade da sua família em jogo, e poderia afetar a relação dele e helena, que aos seus olhos até aquele momento era indestrutível. Mas acabou vencendo a cobiça, a curiosidade, o desejo de estar perto daquela jovem e acabou vencido pela vontade de ligar e ligou.
Lívia estava em sua casa, deitada em seu quarto, e parece até que havia uma telepatia entre ambos, pois ela estava ali, desejando ardentemente que Afrânio ligasse pra ela. Como ela desejava estar perto daquele homem, que já beirava os quarenta anos, mas era muito carismático, encantador e passava uma segurança muito grande a ela. E não demorou muito, e o seu celular toca e para sua alegria, era Afrânio que ligava. O seu coração disparou, parecia que não cabia dentro do seu corpo, ela tremulava e depois de alguns segundos, para que pudesse se refazer ela atendeu o telefone. Agora estava ela ali na sua cama, toda excitada conversando com o homem que durante o dia, passara com ela lá na fábrica. A diferença que agora ela está fora da empresa, lá tudo teria que ser muito formal, mas agora Lívia poderia ser ela, pelo menos um pouco. Conversa vai, conversa vem, e Afrânio acabou convidando Lívia para que no sábado pudessem comer uma pizza, e ela de pronto aceitou. Lívia desligara o telefone, e agora já não continha de tanta felicidade, falara com o homem que durante o dia todo despertou a sua atenção pelo charme e carisma.
Mal Afrânio conseguira dormir, devido ao êxtase em que se encontrava. Saber que no outro dia, iria encontrar com jovem tão radiante e encantadora. Mas no mesmo momento que pensava assim, pensava também que com certeza poderia trair sua esposa, sua família, mas nada disso pode conter o desejo que ele tinha em estar com aquela jovem.
Ao mesmo tempo que Afrânio estava todo feliz e ansioso para que pudesse encontrar com Lívia. Helena sem explicação, fora tomada por uma imensa tristeza que tomava conta de todo o seu coração. Grande era a angústia em que ela se encontrava, e Helena não sabia o porquê disso. Ligara para Afrânio e procurou saber se estava tudo bem. Afrânio na mesma hora pode perceber o motivo de tanta tristeza, tanta agonia em que se encontrava Helena, era como se ela tivesse uma intuição e pudesse estar sentindo todo o mal que estava rondando a sua família. Mas Afrânio tentou acalmá-la, dizendo que estava tudo bem e que logo resolvesse tudo na segunda-feira, voltaria imediatamente para casa. Somente assim helena ficara um pouco mais tranquila e procurou esquecer esses pensamentos que estava rondando em sua cabeça.
Chegara o sábado, tanto Lívia como Afrânio estavam muito ansiosos para que chegasse 19 horas, horas em que ficou combinado a ida na pizzaria.
Finalmente chegou a hora tão esperada. Tinha dez minutos que Afrânio estava sentado naquela mesa, cheio de ansiedade e nervosismo, imaginando como ele iria reagir no momento em que Lívia chegasse. Não demorou muito, e ele avistou Lívia num belo vestido rendado vermelho, com um belo decote, e no seu colo realçava um belo colar de pérola, com os brincos também com pérola, realçando ainda mais o seu visual. Lívia estava simplesmente deslumbrante e naquele decote um toque de sedução.
Degustaram uma pizza de frango com catupiry sendo acompanhada por um delicioso Cabernet. A noite estava simplesmente divina, o clima de sedução tanto pairava por parte de Afrânio, como por parte de Lívia. A medida em que ia conversando com Lívia, na sua cabeça vinha a lembrança de Helena e da família. Um certo temor pairava no seu coração, mas logo em seguida foi abafado por um pensamento, que ele poderia aproveitar, desfrutar do presente e não importar muito como o que pudesse acontecer. O casal trocava olhares de lascívia e sedução e mais uma vez a cobiça venceu os pensamentos de Afrânio, que teve coragem e a convidou para ir em um local mais íntimo, sendo imediatamente aceito por Lívia. Naquela noite Afrânio se entregou a Lívia voluptuosamente e cedeu a todos os prazeres da carne e se amaram mutuamente. Afrânio ficou totalmente fascinado como o tamanho ardor e poder de sedução que tinha Lívia, que não queria saber de mais nada do que possuir aquele lindo corpo que estava ali cheio de paixão e desejo.
A partir de então eles ficaram todo o fim de semana juntos e quando menos esperavam já era segunda-feira, e ele estava ali resolvendo os últimos detalhes para retornar para Helena e sua família.
Durante a viagem de volta para sua casa, um peso baixou em sua consciência e grande foi a tristeza que inundou o seu coração. Caiu em si, que pela primeira vez, traiu a confiança da sua esposa. E agora como compartilhar isso com ela? Até quando iria trazer isso a oculta? Um turbilhão de pensamentos passaram pela mente de Afrânio. Para tentar solucionar essa situação, prometera pra si mesmo, que não mais iria encontrar com Lívia, que isso fora um momento de fraqueza, mas que não iria acontecer mais.
Afrânio chegou em casa e foi logo abraçando Helena e seus filhos. Helena providenciara um bom banho para o seu esposo e logo em seguida ele foi tomar um belo café que estava lhe esperando. Helena perguntara como foi a viagem, se tudo tinha ido bem, Afrânio dissera que sim, mas omitira sua relação com Lívia.
A intenção de Afrânio era esquecer tudo aquilo, e que aquele caso pudesse ficar no passado. Mas infelizmente ele não conseguia tirar Lívia dos seus pensamentos, e logo, logo, começou a comunicar com Lívia pelo telefone. E não demorou muito, os pretextos para compra de móveis sempre surgiam. E dessa forma Afrânio, manteve sua relação com Lívia. Só que eles não se contentavam com a distância, e Afrânio acabou por convidar Lívia para morar na sua cidade Rio Bananal, que ela arrumasse um emprego lá, que ele iria auxiliá-la nas suas despesas. Prontamente Lívia aceitou, por que tudo que ela mais queria, era ficar perto do seu amado.
Interior, cidade pequena, não demorou muito e Helena descobriu o caso do seu marido com Lívia. Tamanha foi a sua decepção e o receio de colocar em xeque a estabilidade da sua família. Helena viu que o marido estava muito incisivo, e que seria bem provável que ele não iria abrir de Lívia. Com medo de perder sua família, que ela tanto amara, fez vista grossa em relação ao caso do seu esposo com Lívia. Tudo que ela queria nesse momento era a preservação do seu casamento e da sua família.
Enquanto isso, depois que tivera seu relacionamento descoberto por Helena, Lívia acabou ganhando mais força, mais confiança e passou a pressionar Afrânio, para que ele viesse a separar de Helena e casasse com ela, ao ponto de ameaça-lo que iria terminar aquela relação caso ele não atendesse o seu pedido. Tantas foram as pressões que Lídia acabou conseguindo o seu intento. Afrânio depois de tanta pressão e não querendo perder a jovem, cedeu ao seu pedido e pediu o divórcio para Helena.
Helena já estava esperando que isso pudesse acontecer, por mais que seu marido a amasse, ele era totalmente seduzido e encantado pela jovem Lídia, que era até mesmo na sua opinião, uma mulher muito bela e sedutora. Os papeis que deram entrada no divórcio foram assinados e seis meses depois era consumado o divórcio de Helena e Afrânio. Mas em momento algum Helena deixara de amar o seu marido, que agora já não era mais seu, nessa queda de braço, ela tinha perdido para a jovem sedutora.
Mesmo sabendo que iria casar, Afrânio não desligava o seu pensamento de Helena e seus filhos. Helena mesmo divorciando do seu esposo, continuou mantendo com ela uma boa relação.
No dia do casamento de Afrânio com Lívia, alguma maquinação rondou a cabeça de Helena, que depois de muito custo, resolveu dar vazão a esse ardil pensamento. Helena arrumou todinha e resolveu participar da cerimônia de casamento de Afrânio. O casamento só teve a cerimônia no cartório e logo em seguida todos foram convidados para uma recepção que iria ser realizado num clube da cidade.
Mas naquela mesma noite, algo iria acontecer que que iria deixar Helena com um arzinho de vitória. Mesmo diante do seu casamento, algo mexia com ele em Helena, que observando que seu marido parecia vislumbrado com algo, resolveu fazer um pouco de charme pra ele, e aos poucos durante a recepção, ela ia seduzindo seu antigo marido, que num dado momento, aproveitando um momento em que Lídia estava preocupada em recepcionar bem as pessoas na sua recepção. Na parte de trás do clube tinha um barracão, e intencionalmente Afrânio convidara Helena para ir lá com ele, que logo aceitou seu convite e ao chegar lá, Helena se atirou nos braços de Afrânio, que não resistindo, cedera ao ardor de helena e ali mesmo fizeram amor. Logo em seguida se recompuseram e voltaram para recepção no clube.
Aquilo que aconteceu no barracão, deixara Helena com um gosto de vitória, era como se tivesse vingado da sua rival.
A partir de então Afrânio estava casado com Lídia, mas não abria mão de encontrar com Helena. Agora a situação invertera, Lídia era a esposa e agora quem era a amante era helena. Quando os filhos de Helena soube que ela continuava encontrando com Afrânio, ao invés de acharem ruim, muito pelo contrário, incentivaram mais a mãe ainda, uma vez que sabiam, que mesmo divorciada dele, ela jamais esquecera ou deixara de amá-lo, e também viam isso como se a mãe de certa forma estivesse vingando de Lídia.
Três anos se passaram, e ainda Afrânio era casado com Lívia e mantinha Helena como sua amante. Só que de repente sua antiga esposa passa mal, acha estranho, mas achou que era um dor qualquer, e não esquentou a cabeça. A dor continuava persistindo, então ela resolvera procurar um médico. O médico pediu ela pra fazer um exame e foi constatado que ela tinha contraído um câncer no intestino.
Ela acreditando que o exame estivesse errado, repetiu o exame e novamente foi confirmado que ela tinha um câncer em estágio avançado. Aquilo abatera completamente Helena e toda a sua família, inclusive Afrânio que não consentia com essa notícia tão infame e ficou totalmente desconsolado.
Helena via que seu momento estava chegando, mas uma coisa tinha como consolo, por toda a sua vida tivera um único amor e por toda sua vida o amou. Mesmo depois que ela divorciou, nunca se envolveu com algum homem, e mesmo sendo traído por seu marido, manteve fiel a ele por toda a sua vida.
Agora estava ali triste, desconsolado, e Lívia tinha toda convicção do mundo, que o seu abatimento era em face de Helena que agonizava em seu leito e a cada momento poderia partir. Mas respeitou a dor do seu marido, e em momento algum questionou com ele algo, agora pelo menos ela teria um consolo, que não iria precisar dividir seu esposo com Helena. Mesmo ela suspeitando que seu marido pudesse estar envolvendo com Helena, em momento algum disse algo, sofreu calada por que outrora ele a pertenceu.
Helena cada dia que passava, sofria mais e mais, o câncer fora cruel com ela e aos poucos foi definhando o seu corpo, até chegar um momento que as forças de helena expiraram e ela deu o último suspiro.
No seu corpo ficara as marcas da dor, mas dentro de si trazia uma certa felicidade, por que nem mesmo o divórcio foi capaz de colocar um fim no amor que existia entre ela e Afrânio. E assim podemos dizer que a vida tem dessas coisas que acabam nos surpreendendo.
Nessa cidade tranquila, clima ameno e de pessoas hospitaleiras, morava Helena, cujos pais eram Sr. Francisco e dona Antônia. Helena desde pequena, aprendeu a ser uma pessoa responsável e ajudava sua mãe em casa nos afazeres domésticos.
Helena como toda adolescente, tinha um sonho. Ela também tinha o seu conto de fada. Seus sonhos eram contínuos, e neles era comum deparar com a presença de um príncipe encantado, que um dia sairia dos seus sonhos, e iria habitar o imaginável ao lado de sua amada.
Helena era uma bela jovem, cabelos cacheados pretos, olhos brilhantes e castanhos, cor morena clara, tinha 1,65 metro e pesava 52 quilos. A dona dessas descrições, iria conhecer na sua cidade um jovem que iria encantar por ela. Esse jovem seria o Afrânio, cujos pais eram Sr. Osvaldo e dona Ludmila.
Afrânio era um belo rapaz de 18 anos, tinha 1,78 metro de altura, 65 quilos, olhos e cabelos castanhos escuros, sendo seu corpo bem definido pelos músculos. Afrânio trabalhava numa loja de móveis na cidade, sendo que um dia, avistou a jovem Helena na loja que trabalhava, e a partir desse momento, ficaria totalmente encantado por ela.
Helena também, desde o primeiro momento, em que vira Afrânio apaixonara por completo, mas algo aconteceu, que deixou Helena comedida em relação a Afrânio. Na verdade, a fama de Afrânio na cidade era de um jovem conquistador, namorador, sendo que esses comentários chegaram aos ouvidos dos pais de Helena, que deixando ser influenciados pelos mesmos, não via com bom grado, a aproximação de Helena a esse jovem.
Mas por mais que Helena se reservasse, e não quisesse desagradar os seus pais, não tinha jeito, ela era sempre flagrada por seus pensamentos que tinham como destino certo, o jovem Afrânio.
Foi num grupo de jovens de uma igreja que eles tiveram mais oportunidades para estarem vendo um ao outro. Sempre depois que os jovens reuniam no sábado, Helena e Afrânio, iam conversando e paravam na pracinha. Aquele local era simplesmente encantador e propício para duas almas enamoradas. A praça tinha uma grama que era toda cuidada, com bancos em toda disposição da praça e jardins belíssimos. Aquele local era o xodó da cidade e tinha da administração pública toda atenção. Ao chegar na praça, tinha que atravessar uma ponte, e muitas das vezes, o casal paravam ali, e naquele lugar ficavam por mais de hora, conversando, sonhando com aquele dia que finalmente poderiam estar juntos.
Eles estavam tão ligados, unidos um ao outro, que nem mesmo a insatisfação dos pais, com relação aquele namoro poderiam impedi-los de estarem juntos. Somente eles poderiam ser capazes de interferir naquele romance, de quebrar aquela aliança que estava nascendo tão forte entre ambos.
Por três anos Afrânio e Helena namoravam e trocavam olhares, seja na igreja, na pracinha ou onde quer que eles encontrassem.
Mesmo não tendo total consentimento dos pais, Afrânio e Helena casaram-se no dia 15 de dezembro de 1987. O casamento não fora muito programado, sendo que o casal tivera apenas três dias para desfrutar da lua de mel e já na segunda-feira estavam na ativa. Afrânio trabalhava na loja de móveis e Helena trabalhava na padaria em frente a pracinha.
O tempo mal passara e o casal já estava comemorando cinco anos de casamento, só que agora tinha a presença de Sandra, uma menininha de três anos alegre e muito brincalhona. Sandra era o orgulho daquele casal. A impressão que aquele casamento foi feito pra ficar, para permanecer, tamanha era alegria daquela família.
Dois anos passaram com um piscar de olhos, e agora Helena ficara sabendo que estava grávida pela segunda vez. Só que agora era um filho homem, o qual deram o nome de Paulo Henrique. Mal tinha passado o repouso de Helena, e ela foi tomada de um grande susto, ao saber que novamente estava grávida, só que dessa vez, seria mais uma menina, a qual deram o nome Márcia.
Parece que Helena estava tendo a vida que ela tanto sonhara. O príncipe encantado que ela tanto viu em seus sonhos, parece que tinha encarnado em Afrânio, tamanha era a sua dedicação e amor que nutria por Helena e por seus filhos. E a família ia crescendo estruturada tendo o amor como coluna básica dessa entidade.
Tudo ia tão bem até o bendito dia em que Afrânio fora fazer uma viagem a trabalho. Dezoitos anos já tinham passado desde o momento em que eles se casaram. Afrânio agora, não trabalhava mais na loja, como empregado, resolvera montar sua própria loja de móveis, que por sinal ia de vento em popa. Ele era uma pessoa muito carismática, muito convincente, e com isso já tinha angariado uma boa freguesia.
Foi justamente numa dessas viagens a trabalho, onde Afrânio ia direto nas fábricas negociar seus móveis, que ele conheceu Lívia, que era uma funcionária da fábrica que ele era cliente. Até aquele momento, Afrânio não tinha enfrentado nada, que pudesse comprometer o seu amor e a estabilidade da sua família. Mas agora ele se deparava com Lídia, uma jovem treze anos mais nova que ele, e por mais que ele evitasse, estava sendo atraído para aquela teia de sedução.
Lívia era uma jovem alta, tinha 1,70 metro de altura, um corpo bem torneado, loira dos olhos verdes, cabelos lisos castanhos bem clarinhos, bumbum empinado, seios no formato de uma pera e também era possuidora de um espírito muito sedutor.
O grande problema que Afrânio estava encontrando, era que não só ele, mas também Lívia fora totalmente seduzida por ele, a partir do momento em que se viram pela primeira vez, não que ele tivesse tal intenção, mas a verdade é que Lívia encantara com ele desde o primeiro momento.
Lívia morava em Ubá-MG, local onde ficava a fábrica de móveis. Afrânio chegara numa sexta-feira, e como não teve tempo de resolver todos os negócios, adiou sua volta para segunda-feira, ligou para Helena e avisara que infelizmente não poderia retornar rápido, precisando ficar o fim de semana em Ubá. Helena não gostou muito, pois estava ansiosa em rever o marido, mas infelizmente, não podia fazer nada, a não ser contentar e esperar para que esse fim de semana passasse rápido.
Parece que tudo estava colaborando para que Afrânio e Lívia pudessem se encontrar. No hotel onde estava hospedado, ele não conseguia desviar os seus pensamentos daquela jovem tão encantadora e sedutora. Era com Lívia que Afrânio estava acertando as compras dos móveis, e ele lembrou que tinha o cartão da fábrica em seu bolso e nele estaria o telefone de contato com a jovem. Agora o comerciante estava naquele impasse, liga ou não liga, se ligasse, com certeza poderia ser alvejado por aquela jovem tão bonita e sedutora. Sabia que uma vez que ligasse, corria sério risco de colocar a estabilidade da sua família em jogo, e poderia afetar a relação dele e helena, que aos seus olhos até aquele momento era indestrutível. Mas acabou vencendo a cobiça, a curiosidade, o desejo de estar perto daquela jovem e acabou vencido pela vontade de ligar e ligou.
Lívia estava em sua casa, deitada em seu quarto, e parece até que havia uma telepatia entre ambos, pois ela estava ali, desejando ardentemente que Afrânio ligasse pra ela. Como ela desejava estar perto daquele homem, que já beirava os quarenta anos, mas era muito carismático, encantador e passava uma segurança muito grande a ela. E não demorou muito, e o seu celular toca e para sua alegria, era Afrânio que ligava. O seu coração disparou, parecia que não cabia dentro do seu corpo, ela tremulava e depois de alguns segundos, para que pudesse se refazer ela atendeu o telefone. Agora estava ela ali na sua cama, toda excitada conversando com o homem que durante o dia, passara com ela lá na fábrica. A diferença que agora ela está fora da empresa, lá tudo teria que ser muito formal, mas agora Lívia poderia ser ela, pelo menos um pouco. Conversa vai, conversa vem, e Afrânio acabou convidando Lívia para que no sábado pudessem comer uma pizza, e ela de pronto aceitou. Lívia desligara o telefone, e agora já não continha de tanta felicidade, falara com o homem que durante o dia todo despertou a sua atenção pelo charme e carisma.
Mal Afrânio conseguira dormir, devido ao êxtase em que se encontrava. Saber que no outro dia, iria encontrar com jovem tão radiante e encantadora. Mas no mesmo momento que pensava assim, pensava também que com certeza poderia trair sua esposa, sua família, mas nada disso pode conter o desejo que ele tinha em estar com aquela jovem.
Ao mesmo tempo que Afrânio estava todo feliz e ansioso para que pudesse encontrar com Lívia. Helena sem explicação, fora tomada por uma imensa tristeza que tomava conta de todo o seu coração. Grande era a angústia em que ela se encontrava, e Helena não sabia o porquê disso. Ligara para Afrânio e procurou saber se estava tudo bem. Afrânio na mesma hora pode perceber o motivo de tanta tristeza, tanta agonia em que se encontrava Helena, era como se ela tivesse uma intuição e pudesse estar sentindo todo o mal que estava rondando a sua família. Mas Afrânio tentou acalmá-la, dizendo que estava tudo bem e que logo resolvesse tudo na segunda-feira, voltaria imediatamente para casa. Somente assim helena ficara um pouco mais tranquila e procurou esquecer esses pensamentos que estava rondando em sua cabeça.
Chegara o sábado, tanto Lívia como Afrânio estavam muito ansiosos para que chegasse 19 horas, horas em que ficou combinado a ida na pizzaria.
Finalmente chegou a hora tão esperada. Tinha dez minutos que Afrânio estava sentado naquela mesa, cheio de ansiedade e nervosismo, imaginando como ele iria reagir no momento em que Lívia chegasse. Não demorou muito, e ele avistou Lívia num belo vestido rendado vermelho, com um belo decote, e no seu colo realçava um belo colar de pérola, com os brincos também com pérola, realçando ainda mais o seu visual. Lívia estava simplesmente deslumbrante e naquele decote um toque de sedução.
Degustaram uma pizza de frango com catupiry sendo acompanhada por um delicioso Cabernet. A noite estava simplesmente divina, o clima de sedução tanto pairava por parte de Afrânio, como por parte de Lívia. A medida em que ia conversando com Lívia, na sua cabeça vinha a lembrança de Helena e da família. Um certo temor pairava no seu coração, mas logo em seguida foi abafado por um pensamento, que ele poderia aproveitar, desfrutar do presente e não importar muito como o que pudesse acontecer. O casal trocava olhares de lascívia e sedução e mais uma vez a cobiça venceu os pensamentos de Afrânio, que teve coragem e a convidou para ir em um local mais íntimo, sendo imediatamente aceito por Lívia. Naquela noite Afrânio se entregou a Lívia voluptuosamente e cedeu a todos os prazeres da carne e se amaram mutuamente. Afrânio ficou totalmente fascinado como o tamanho ardor e poder de sedução que tinha Lívia, que não queria saber de mais nada do que possuir aquele lindo corpo que estava ali cheio de paixão e desejo.
A partir de então eles ficaram todo o fim de semana juntos e quando menos esperavam já era segunda-feira, e ele estava ali resolvendo os últimos detalhes para retornar para Helena e sua família.
Durante a viagem de volta para sua casa, um peso baixou em sua consciência e grande foi a tristeza que inundou o seu coração. Caiu em si, que pela primeira vez, traiu a confiança da sua esposa. E agora como compartilhar isso com ela? Até quando iria trazer isso a oculta? Um turbilhão de pensamentos passaram pela mente de Afrânio. Para tentar solucionar essa situação, prometera pra si mesmo, que não mais iria encontrar com Lívia, que isso fora um momento de fraqueza, mas que não iria acontecer mais.
Afrânio chegou em casa e foi logo abraçando Helena e seus filhos. Helena providenciara um bom banho para o seu esposo e logo em seguida ele foi tomar um belo café que estava lhe esperando. Helena perguntara como foi a viagem, se tudo tinha ido bem, Afrânio dissera que sim, mas omitira sua relação com Lívia.
A intenção de Afrânio era esquecer tudo aquilo, e que aquele caso pudesse ficar no passado. Mas infelizmente ele não conseguia tirar Lívia dos seus pensamentos, e logo, logo, começou a comunicar com Lívia pelo telefone. E não demorou muito, os pretextos para compra de móveis sempre surgiam. E dessa forma Afrânio, manteve sua relação com Lívia. Só que eles não se contentavam com a distância, e Afrânio acabou por convidar Lívia para morar na sua cidade Rio Bananal, que ela arrumasse um emprego lá, que ele iria auxiliá-la nas suas despesas. Prontamente Lívia aceitou, por que tudo que ela mais queria, era ficar perto do seu amado.
Interior, cidade pequena, não demorou muito e Helena descobriu o caso do seu marido com Lívia. Tamanha foi a sua decepção e o receio de colocar em xeque a estabilidade da sua família. Helena viu que o marido estava muito incisivo, e que seria bem provável que ele não iria abrir de Lívia. Com medo de perder sua família, que ela tanto amara, fez vista grossa em relação ao caso do seu esposo com Lívia. Tudo que ela queria nesse momento era a preservação do seu casamento e da sua família.
Enquanto isso, depois que tivera seu relacionamento descoberto por Helena, Lívia acabou ganhando mais força, mais confiança e passou a pressionar Afrânio, para que ele viesse a separar de Helena e casasse com ela, ao ponto de ameaça-lo que iria terminar aquela relação caso ele não atendesse o seu pedido. Tantas foram as pressões que Lídia acabou conseguindo o seu intento. Afrânio depois de tanta pressão e não querendo perder a jovem, cedeu ao seu pedido e pediu o divórcio para Helena.
Helena já estava esperando que isso pudesse acontecer, por mais que seu marido a amasse, ele era totalmente seduzido e encantado pela jovem Lídia, que era até mesmo na sua opinião, uma mulher muito bela e sedutora. Os papeis que deram entrada no divórcio foram assinados e seis meses depois era consumado o divórcio de Helena e Afrânio. Mas em momento algum Helena deixara de amar o seu marido, que agora já não era mais seu, nessa queda de braço, ela tinha perdido para a jovem sedutora.
Mesmo sabendo que iria casar, Afrânio não desligava o seu pensamento de Helena e seus filhos. Helena mesmo divorciando do seu esposo, continuou mantendo com ela uma boa relação.
No dia do casamento de Afrânio com Lívia, alguma maquinação rondou a cabeça de Helena, que depois de muito custo, resolveu dar vazão a esse ardil pensamento. Helena arrumou todinha e resolveu participar da cerimônia de casamento de Afrânio. O casamento só teve a cerimônia no cartório e logo em seguida todos foram convidados para uma recepção que iria ser realizado num clube da cidade.
Mas naquela mesma noite, algo iria acontecer que que iria deixar Helena com um arzinho de vitória. Mesmo diante do seu casamento, algo mexia com ele em Helena, que observando que seu marido parecia vislumbrado com algo, resolveu fazer um pouco de charme pra ele, e aos poucos durante a recepção, ela ia seduzindo seu antigo marido, que num dado momento, aproveitando um momento em que Lídia estava preocupada em recepcionar bem as pessoas na sua recepção. Na parte de trás do clube tinha um barracão, e intencionalmente Afrânio convidara Helena para ir lá com ele, que logo aceitou seu convite e ao chegar lá, Helena se atirou nos braços de Afrânio, que não resistindo, cedera ao ardor de helena e ali mesmo fizeram amor. Logo em seguida se recompuseram e voltaram para recepção no clube.
Aquilo que aconteceu no barracão, deixara Helena com um gosto de vitória, era como se tivesse vingado da sua rival.
A partir de então Afrânio estava casado com Lídia, mas não abria mão de encontrar com Helena. Agora a situação invertera, Lídia era a esposa e agora quem era a amante era helena. Quando os filhos de Helena soube que ela continuava encontrando com Afrânio, ao invés de acharem ruim, muito pelo contrário, incentivaram mais a mãe ainda, uma vez que sabiam, que mesmo divorciada dele, ela jamais esquecera ou deixara de amá-lo, e também viam isso como se a mãe de certa forma estivesse vingando de Lídia.
Três anos se passaram, e ainda Afrânio era casado com Lívia e mantinha Helena como sua amante. Só que de repente sua antiga esposa passa mal, acha estranho, mas achou que era um dor qualquer, e não esquentou a cabeça. A dor continuava persistindo, então ela resolvera procurar um médico. O médico pediu ela pra fazer um exame e foi constatado que ela tinha contraído um câncer no intestino.
Ela acreditando que o exame estivesse errado, repetiu o exame e novamente foi confirmado que ela tinha um câncer em estágio avançado. Aquilo abatera completamente Helena e toda a sua família, inclusive Afrânio que não consentia com essa notícia tão infame e ficou totalmente desconsolado.
Helena via que seu momento estava chegando, mas uma coisa tinha como consolo, por toda a sua vida tivera um único amor e por toda sua vida o amou. Mesmo depois que ela divorciou, nunca se envolveu com algum homem, e mesmo sendo traído por seu marido, manteve fiel a ele por toda a sua vida.
Agora estava ali triste, desconsolado, e Lívia tinha toda convicção do mundo, que o seu abatimento era em face de Helena que agonizava em seu leito e a cada momento poderia partir. Mas respeitou a dor do seu marido, e em momento algum questionou com ele algo, agora pelo menos ela teria um consolo, que não iria precisar dividir seu esposo com Helena. Mesmo ela suspeitando que seu marido pudesse estar envolvendo com Helena, em momento algum disse algo, sofreu calada por que outrora ele a pertenceu.
Helena cada dia que passava, sofria mais e mais, o câncer fora cruel com ela e aos poucos foi definhando o seu corpo, até chegar um momento que as forças de helena expiraram e ela deu o último suspiro.
No seu corpo ficara as marcas da dor, mas dentro de si trazia uma certa felicidade, por que nem mesmo o divórcio foi capaz de colocar um fim no amor que existia entre ela e Afrânio. E assim podemos dizer que a vida tem dessas coisas que acabam nos surpreendendo.