Estrela
Logo após o parto, D. Branca tomou Iara para si. A criaria com todo amor e carinho. Não iria permitir que ela cometesse os mesmo erros das outras. Teria uma vida diferente. Seria gente “grande”. Tinha plena certeza que antes de morrer Deus daria o prazer de ver a sua neta brilhar como uma estrela.
Só? Nunca a deixava. Se fosse comprar uma coca cola na padaria da esquina, lá estava a avó. À escola, sempre acompanhada. “Nunca se sabe o que pode acontecer no caminho.” Mas não deixara terminar o ensino fundamental. D. Branca encontrou um bilhetinho. Pediu para uma vizinha ler. Ficou sabendo de tudo. Neta sua não seria difamada por ninguém. E a partir desse dia nunca mais pisara numa sala de aula.
Recebera proposta para trabalhar em vários lugares. Convidaram até para ser modelo pra's bandas do sul. E D. Branca sempre dizendo não.
Mas o sentimento de independência estava tomando conta de Iara. Claro que D. Branca sabia que não a controlaria com rédias curtas por toda vida.
E esse dia chegou. Iara estava toda estranha. Falando baixo ao telefone, chegando tarde; amizades. Mas isso D. Branca relevava, “coisas da juventude”, como ela costumava dizer. Até um dia em que ela não voltou. Dera queixa à polícia. Foi recomendada a apenas esperar. Esperou para apenas vê-la pegar as suas coisas. Mal se falaram; a observava calada fazendo suas malas. Por fim,vendo partir sua menina, encostou a cabeça na parede e falou baixinho: Deus te abençoe, minha filha e começou a chora. Chorou ate não ter mais lágrimas. Chorou até não ter mais vida.
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Abraços.