A PREGUIÇA QUE NÃO TINHA PREGUIÇA.
Tertuliano Emerenciano da Ressurreição Vasconcelos era um desses matutos que contraria a regra. Aliás, ele era a exceção da regra em pessoa.
Isto porque noventa e nove por cento dos cidadãos que nascem e são criados no sertão, chamados de matutos ou caipiras te em uma disposição para o trabalho incrível. São prestativos e muito trabalhadores. Como eles mesmos dizem: “pau pra qualquer obra”.
Já o nosso matuto Tertuliano odiava quem falava em trabalho perto dele. Seus pais já eram falecidos. Mesmo assim ele vivia mal dizendo e os esconjurando por ter-lhe colocado um nome tão comprido e difícil de pronunciar. Dizia em alto e bom som que era cansativo citar o nome completo. Por isso desde jovem o apelidaram de Tertupreguiça.
Detestava acordar cedo porque o dia ainda era escuro; ficava até mais tarde dormindo na redai, mas não levantava até as onze horas porque o sol estava muito quente. Quando amanhecia chovendo então é que não se levantava. Resmungava pra si e pra todos ouvirem: O que é que eu vou fazer na roça com essa chuvarada toda.
Num certo dia ao caminhar vagarosamente até um regato que existia nos fundos da sua casa deu de cara com uma preguiça enroscada nos galhos de uma umbaubeira toda ensangüentada e muito machucada, ainda assim carregando nas costas o seu filhotinho.
Independentemente da sua preguiça era uma pessoa pacata e de bom coração. Ao ver o animalejo naquele estado esqueceu-se da sua preguiça, correu até a árvore e os recolheu com cuidado para tratá-los.
Lamentavelmente a mamãe preguiça que tinha levado um tiro de algum caçador não suportou mais os ferimentos e morreu. Tertupreguiça se comoveu com isso e resolveu cuidar do filhotinho.
Com toda a sua preguiça para tudo, dentro da medida do possível Tertupreguiça se esforçava para alimentar o bichinho, dando-lhe leite numa mamadeira improvisada. Quando a preguicinha cresceu mais ele passou a colher brotinhos de umbaúba para reforçar as refeições do seu amiguinho.
É necessário, antes de continuar, esclarecer que o bicho preguiça é um dos animais mais dócil que existe na natureza e nas matas. É o único animal que não ataca nada e ninguém mesmo com o perigo mais eminente do seu lado. São uma das presas mais fácil das águias, falcões e aves de rapina em geral, seus naturais predadores.
Quando nós humanos nos aproximamos de uma preguiça a única coisa que ela faz é fechar os olhinhos e se encolher o máximo possível. Pensar que existem pessoas desumanas, verdadeiros monstros que são capazes de agredir e maltratar um animal desses é de cortar o coração da gente.
Tertupreguiça modificou-se da água para o vinho como num passe de mágica. Começou trabalhar fazendo um bico aqui e ali pra ganhar uns trocados. Já não dormia mais até altas horas, Cuidava com todo zelo e dedicação aquele bichinho que crescia cada vez mais. Bem gordinho, bonito e familiarizado; cem por cento adaptado naquela casa enorme em que Tertupreguiça morava, a preguiça que já é dócil por natureza, ficou muito mais ainda. Na casa ele se movimentava como qualquer outro animal doméstico. Até porque existia um grande quintal nos fundos, com muitas espécies de árvores frutíferas e vários pés de umbaúbas, a principal fonte de alimentação dessa espécie de mamífero, o que facilitava muito.
Em razão do seu pelo macio de uma cor entre o cinza e o marram claro Tertupreguiça com o tempo passou a chamá-lo pelo nome de PELUDINHO. E este parece até que entendia, pois como por milagre o que o seu protetor falava ou indicava o animalzinho atendia. Coisas da vida que só tem explicação nas esferas mais altas do universo.
Vez o outra Tertupreguiça ia para o quintal e lá estava o Peludinho do seu lado como se o chamasse para com ele brincar. Subia até com certa rapidez nos pequenos troncos dos arbustos ali existentes; mudava de um galho para o outro e ficava assim por muito tempo. Se Tertupreguiça resolvia voltar para dentro da casa Peludinho pulava de onde estava e corria também para lá.
Para a sua espécie Peludinho era incrivelmente diferente porque não tinha preguiça. Fazia tudo mais rápido do que o normal, vez que todo bicho preguiça é lento excessivamente. Era bem o inverso do seu dono e protetor.
Mas aí é que vem a moral dessa minha historinha. Ninguém é preguiçoso, desleixado e vagabundo a vida toda, vinte e quatro horas por dia. Temos momentos nas nossas vidas quando o amor nos floresce no coração, que criamos coragem, força física, força de vontade e vamos à luta para praticar o bem. E isso prova que sempre é tempo da gente reformar-se intimamente material ou espiritualmente.
Tertuliano Emerenciano da Ressurreição Vasconcelos era um desses matutos que contraria a regra. Aliás, ele era a exceção da regra em pessoa.
Isto porque noventa e nove por cento dos cidadãos que nascem e são criados no sertão, chamados de matutos ou caipiras te em uma disposição para o trabalho incrível. São prestativos e muito trabalhadores. Como eles mesmos dizem: “pau pra qualquer obra”.
Já o nosso matuto Tertuliano odiava quem falava em trabalho perto dele. Seus pais já eram falecidos. Mesmo assim ele vivia mal dizendo e os esconjurando por ter-lhe colocado um nome tão comprido e difícil de pronunciar. Dizia em alto e bom som que era cansativo citar o nome completo. Por isso desde jovem o apelidaram de Tertupreguiça.
Detestava acordar cedo porque o dia ainda era escuro; ficava até mais tarde dormindo na redai, mas não levantava até as onze horas porque o sol estava muito quente. Quando amanhecia chovendo então é que não se levantava. Resmungava pra si e pra todos ouvirem: O que é que eu vou fazer na roça com essa chuvarada toda.
Num certo dia ao caminhar vagarosamente até um regato que existia nos fundos da sua casa deu de cara com uma preguiça enroscada nos galhos de uma umbaubeira toda ensangüentada e muito machucada, ainda assim carregando nas costas o seu filhotinho.
Independentemente da sua preguiça era uma pessoa pacata e de bom coração. Ao ver o animalejo naquele estado esqueceu-se da sua preguiça, correu até a árvore e os recolheu com cuidado para tratá-los.
Lamentavelmente a mamãe preguiça que tinha levado um tiro de algum caçador não suportou mais os ferimentos e morreu. Tertupreguiça se comoveu com isso e resolveu cuidar do filhotinho.
Com toda a sua preguiça para tudo, dentro da medida do possível Tertupreguiça se esforçava para alimentar o bichinho, dando-lhe leite numa mamadeira improvisada. Quando a preguicinha cresceu mais ele passou a colher brotinhos de umbaúba para reforçar as refeições do seu amiguinho.
É necessário, antes de continuar, esclarecer que o bicho preguiça é um dos animais mais dócil que existe na natureza e nas matas. É o único animal que não ataca nada e ninguém mesmo com o perigo mais eminente do seu lado. São uma das presas mais fácil das águias, falcões e aves de rapina em geral, seus naturais predadores.
Quando nós humanos nos aproximamos de uma preguiça a única coisa que ela faz é fechar os olhinhos e se encolher o máximo possível. Pensar que existem pessoas desumanas, verdadeiros monstros que são capazes de agredir e maltratar um animal desses é de cortar o coração da gente.
Tertupreguiça modificou-se da água para o vinho como num passe de mágica. Começou trabalhar fazendo um bico aqui e ali pra ganhar uns trocados. Já não dormia mais até altas horas, Cuidava com todo zelo e dedicação aquele bichinho que crescia cada vez mais. Bem gordinho, bonito e familiarizado; cem por cento adaptado naquela casa enorme em que Tertupreguiça morava, a preguiça que já é dócil por natureza, ficou muito mais ainda. Na casa ele se movimentava como qualquer outro animal doméstico. Até porque existia um grande quintal nos fundos, com muitas espécies de árvores frutíferas e vários pés de umbaúbas, a principal fonte de alimentação dessa espécie de mamífero, o que facilitava muito.
Em razão do seu pelo macio de uma cor entre o cinza e o marram claro Tertupreguiça com o tempo passou a chamá-lo pelo nome de PELUDINHO. E este parece até que entendia, pois como por milagre o que o seu protetor falava ou indicava o animalzinho atendia. Coisas da vida que só tem explicação nas esferas mais altas do universo.
Vez o outra Tertupreguiça ia para o quintal e lá estava o Peludinho do seu lado como se o chamasse para com ele brincar. Subia até com certa rapidez nos pequenos troncos dos arbustos ali existentes; mudava de um galho para o outro e ficava assim por muito tempo. Se Tertupreguiça resolvia voltar para dentro da casa Peludinho pulava de onde estava e corria também para lá.
Para a sua espécie Peludinho era incrivelmente diferente porque não tinha preguiça. Fazia tudo mais rápido do que o normal, vez que todo bicho preguiça é lento excessivamente. Era bem o inverso do seu dono e protetor.
Mas aí é que vem a moral dessa minha historinha. Ninguém é preguiçoso, desleixado e vagabundo a vida toda, vinte e quatro horas por dia. Temos momentos nas nossas vidas quando o amor nos floresce no coração, que criamos coragem, força física, força de vontade e vamos à luta para praticar o bem. E isso prova que sempre é tempo da gente reformar-se intimamente material ou espiritualmente.