UM CONTO DE AMOR

E então um moço chamado João e uma moça chamada Maria se conheceram e se olharam e se amaram e se aqueceram e se ligaram e se curtiram. João disse que a amaria para sempre. Maria disse o mesmo. E continuaram os olhares, os amores, as ligações e a curtição. Mas não combinaram nada com o Tempo. Não combinaram nada com Júlia. Não combinaram nada com Álvaro. João e Júlia. Maria e Álvaro. Conheceram-se. Olharam-se. Amaram-se. Aqueceram-se. Ligaram-se. Curtiram-se. E prometarm cada qual o amor eterno e mais blá blá blá. E prometeram o sol e a lua e as estrelas e canções macias e blá blá blá. Mas não combinaram nada com as contas, com as brigas, com as ausências, com a menopausa e blá blá blá... O poeta, atônito e perplexo, rabisca outras tantas linhas tentando achar possíveis soluções. A musa envia-lhe Guilherme e Teresa e Marcos e Mariana. Mais promessas e mais olhares. Outras inspirações.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 15/12/2010
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