De Bem a Melhor.(Conto 107)
 
Já aprendi que quando sinto algo diferente devo prestar atenção.

Está linda a manhã, hoje é o início do outono no Brasil e inicio da primavera nos Estados Unidos.
Esta estação é maravilhosa, dias claros, ventinho fresco de manhã, tardes quentes e ensolaradas, e à noite a temperatura cai novamente.
Uma delicia!
 
Apesar disso, acordei com dor de cabeça e na meditação da manhã percebi que o nosso amigo Rancoroso ainda está por aqui e não está nada feliz!
Esse amigo é um espírito ou uma personalidade subconsciente, ainda não sei bem, que acompanha o meu filho.
 
Ele não gosta de consertar nada, prefere quebrar e destruir; é agressivo, briguento, gosta da discórdia e do mau humor.
E tem muita dor de cabeça, porque ele morreu com uma pancada na cabeça na outra vida.
 
E ontem ele não gostou nada porque o Armando falou em consertar uma umidade na parede do quarto dele e também porque ele não saiu de casa à noite: ficou trabalhando.
Então quando eu cheguei do Centro, nós pedimos uma pizza e jantamos juntos!
Isso foi demais para ele, já que ele prefere o ódio e a discórdia!
 
Agora já passou a dor de cabeça, mas está ainda uma sensação de dor e sofrimento à qual eu tento prestar atenção.
Ele não quer consertar nada, prefere passar um trator e derrubar tudo isso aqui, acabar com estas casas velhas,
E que eu vá morar em um apartamento e morra por lá!
-Quero que você morra! , ele me diz.
 
Eu respondo:
-Meu querido, aqui nestas casas velhas tem muitas estórias, muito amor e carinho, muita vida!
Nem tudo que foi vivido aqui foi alegria, mas a dor também constrói belas estórias se soubermos aprender nossas lições com ela.
-Eu não quero saber nada de lições, de aprender nada! Você só fala nisso. Eu te odeio, quero que você morra e suma daqui!
-Meu amigo, mais cedo ou mais tarde a gente tem que aprender algo e melhorar de vida. Você sofre ficando assim com tanta raiva e rancor.
Não poderia tentar me perdoar e ajudar no nosso trabalho aqui na Escola?
-Ajudar no que? Não sei fazer nada. Só se for ajudar a destruir tudo por aqui, quebrar tudo, que é o que eu gosto de fazer.
 
Agora estou me lembrando que quando o Armando era criança eu cheguei a pensar que o único trabalho para ele seria trabalhar em desmanche de carros ou demolições!
Tudo que ele pegava ele destruía em pouco tempo: brinquedos, bicicletas, moto, tudo.
 
Lembro-me uma vez que eu reformei o quartinho dos fundos para fazer ali minha sala de atendimentos; quando terminou tudo, ele emprestou uma espingardinha de chumbo de um colega e encheu a porta novinha de tiros!
Engraçado que ele sempre fazia tudo silenciosamente; eu só fui perceber dias depois!
 
E a luta para conseguir reformar esta casa!
Ele brigava com os pedreiros, reclamava do barulho, da poeira, ficava de mau humor, emburrado; além de não ajudar em nada, só atrapalhava.
 
Mas aos poucos foi melhorando.
Na segunda fase da reforma, quando foi substituído o telhado, ele já colaborou bem mais e ficou muito feliz quando viu tudo pronto, pintado e reformado.
 
Agora está na fase de cuidar dele mesmo, nadar, emagrecer, se alimentar bem.
E arrumou uma namorada que está me parecendo ser a ideal: simples, risonha, feliz, espiritualizada e que aos pouquinhos, bem devagar, está se fazendo presente na vida dele.
 
Só de vez em quando o Rancoroso ainda dá o ar da graça, com na noite passada.
Mas eu tenho a certeza de que está tudo indo de bem a melhor: a vida é isso, um processo lento de paciência, consciência e trabalho com nós mesmos.
 
Que Deus nos abençoe com muito Amor, Luz e Paz no dia de hoje!




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Malu Thana Moraes
Enviado por Malu Thana Moraes em 05/04/2010
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T2178145
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