O Belo Adormecido.(Conto 71)
 
Fui conversar com a Emily na Livraria: tive a intuição que eu deveria ir ao Centro Espírita onde ela freqüenta para pedir pelo Timmy e pela Marília.
 
Ela concordou:
-Realmente, Malu. Os meus gráficos quânticos não conseguem alcançar certas freqüências vibratórias mais densas; lá no Centro as linhas de umbanda trabalham com esse tipo de entidade; pode ser sim uma boa idéia.
 
Ela me contou toda a estória desse centro espírita chamado Nosso Lar: um local muito humilde, num bairro pobre,que trabalha há muitos anos na linha kardecista, a qual costumam chamar de "mesa branca", isso porque sempre as reuniões se fazem em torno de uma mesa com uma toalha branca e sempre em nome de Jesus.
Há muitos anos, uma das médiuns do Centro foi chamada a receber entidades de Umbanda, que é uma linha que trabalha com guias da tradicao africana, os indios, caboclos, pretos velhos, sempre visando o auxílio aos necessitados, e o encaminhamento dos espíritos sofredores e perdidos nas sendas das sombras.
Depois de muita resistência,essa médium foi autorizada a iniciar esse trabalho às quintas feiras, sob a liderança da Cabocla Jurema.

 
A Emily explicou:
-Eu fui intuída a levar minha mãe para lá e ela foi muito beneficiada; ela recebe os guias, incorpora e faz todo um trabalho de auxilio e orientação.

 
Deu-me o endereço e ficou certo que eu iria nessa mesma noite, quinta feira.
 
Fui almoçar, voltei para casa e deitei-me para descansar.
Mas em vez de cochilar, só um pensamento vinha à minha mente:
-Telefona para o Timmy; convida ele.
-Mas como vou fazer isso? Não tenho intimidade com ele; a Ma vai ficar furiosa; vai dizer que estou sendo invasiva.
-Liga para ele!
Respirei fundo e liguei.
O celular não atendeu! Que alivio!
 
Depois de uns minutos o telefone tocou:
-Mãe, você ligou para o celular do Timmy?
-Liguei, queria falar com ele.
-Então fala, ele está aqui comigo.
 
Só depois fiquei sabendo: ele tinha ligado para ela inúmeras vezes; estava passando mal por causa dos excessos da noite passada; dizia que não se lembrava do que tinha feito; estava arrependido; queria se desculpar.
Sempre a mesma estória.
 
Falei com ele:
-Timmy, me indicaram um centro espírita; eu quero ir, mas a Ma disse que não gosta, tem preconceito porque é de Umbanda. Você não poderia me levar lá?
-Onde fica?
Quando dei o endereço ele falou:
-Eu já estive nesse lugar. Podemos ir sim. Vou convidar a Ma.
Nossa! Foi fácil demais pra ser verdade!
 
Quando estava chegando o horário de ir, liguei para ele de novo.
-Malu, não estou bem, passei mal, estou saindo do hospital e indo para casa. Desculpe mas não vou poder ir hoje.
-Meu filho, você sabe que tem que se cuidar, não sabe?
-Sei sim,Malu. Eu vou, mas não hoje.
 
Desliguei e então veio outra intuição:
-Liga para a mãe dele. Ela precisa ir com você.
 
Liguei para a Ma; ela ficou muito reticente se devíamos ligar para a mãe dele, mas insisti:
-Sozinha eu não vou! Ou você ou ela tem que ir comigo!
 
Liguei para a Helen, expliquei como era esse centro, ela concordou na mesma hora:
-Eu passo aí para te pegar daqui a pouco.
 
E então a Ma se animou a ir também!
 
E lá fomos nós, as três mosqueteiras, para o salvamento de uma alma: o Timmy, que nesse meio tempo dormia placidamente...
 
Pode isso?
Haja paciência!

   continua...
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Malu Thana Moraes
Enviado por Malu Thana Moraes em 26/02/2010
Reeditado em 27/02/2010
Código do texto: T2108602
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