Ainda Las Vegas!(Conto 6)


Hoje é quinta-feira, 15 de outubro de 2009.
Faz 10 dias que não escrevo: parece que ainda não me encontrei na rotina do dia a dia, ainda estou meio perdida nos meus horários e afazeres.

Em Las Vegas eu nada tinha que resolver, nada com que me preocupar, a não ser escrever e namorar...
Já aqui eu sou mãe de dois marmanjos que eu amo, tenho uma casa pra cuidar e o mais incomodativo é o barulho: gente falando na loja do meu filho Armando, que fica bem aqui na garagem, barulho da reforma do vizinho que está construindo uma piscina bem debaixo da janela da minha sala (socorro!), latidos da Nega, a cachorra- filha do Armando, carros na rua, gente na rua, etc, etc etc...

-Malu, aqui é Brasil, tem gente de verdade por todos os lados!
-OK, mas estou ainda meio desconectada!
 
Mas pelo menos tenho uma boa notícia: já fui reativar meu titulo do clube e estou indo todas as manhãs à academia!
Faço meu alongamento super bem caprichado, depois 40 minutos de esteira ao som das músicas da Madonna e finalmente os aparelhos, um dia para os braços e um dia para as pernas.
Isso é bom demais!
E a academia  nunca fecha, nem aos domingos e feriados! Maravilha!
 
Quanto ao Jerry, surpresa!
Ele está dizendo que não virá em dezembro, como havíamos combinado!

Aconteceu assim: eu fiz todo um trabalho espiritual nas minhas meditações lá na casa do Jerry,em Las Vegas, onde foram atendidas várias pessoas da família dele; isso tudo eu já contei nas "Estórias Bem Assombradas", em Contos Insólitos, aqui neste mesmo site.
http://www.escoladeevolucao.com/publicacoes.php?categoria=17
 
Esse trabalho foi encerrado com uma meditação de despedida e fiquei bem certa de que tudo o que tinha que ser trabalhado tinha chegado a bom termo: a filha Terence, o filho Padrig. , a falecida Olivia,sua segunda esposa; tudo parecia ter ficado em paz.
 
Pois bem, eu viajei para o Brasil no dia 24 de setembro; no dia seguinte, 25 de setembro, recebo um email do Jerry contando que a primeira esposa dele, Dorothy, da qual ele era separado há muitos anos, mãe dos três filhos, havia falecido inesperadamente!
No dia seguinte à minha partida!
 
Nesse dia, quando fui fazer a minha meditação, tive a seguinte intuição:
“Tudo isso já estava planejado. Era necessário todo esse trabalho ser feito com a família para que a Dorothy pudesse se libertar. E você foi poupada de estar lá nesse período; ele terá que viver esse luto e só poderá se casar com você depois de um ano, a partir de setembro de 2010.”

Fiquei admirada! Será que tudo é planejado em nossas vidas?
E qual seria a razão de eu ter voltado agora ao Brasil?
 
Bem, nos primeiros dias parecia que ele estava bem, me telefonava, me escrevia carinhoso como sempre.
Ele não foi ao funeral, pois a filha que morava com a falecida em Seattle achou que seria muito estressante para ele.

No primeiro sábado depois da morte, ele foi à missa lá em Vegas e colocou o nome dela no livro.
Dali em diante, ele parou de telefonar, passou dois dias sem escrever, e quando nos falamos ele me comunicou que estava com muita dor na perna (ele tinha uma dor crônica nessa perna), que não estava indo à academia e que ele achava que não viria ao Brasil em dezembro como estava planejado.
Fiquei chocada!
 
Escrevi perguntando se ele gostaria que eu retornasse a Las Vegas para ficar com ele e ele foi categórico: não queria que eu fosse enquanto ele não estivesse melhor!
Ele é do tipo de pessoa que gosta de cuidar de todo mundo, mas muito orgulhoso para admitir que precisa de cuidados. Não aceita!
Oh meu Deus, mais essa agora!
 
Comecei a pensar no pior, que nunca mais eu iria tornar a vê-lo, que ele iria morrer.
Telefonei para a Emily, minha guru de SanBeach, e ela matou logo a charada:
-Malu, a ex- esposa não dizia que queria voltar a morar com ele?
-Sim, ela disse na minha frente, quando fomos visitar a filha dele em Seattle:
-Gerald, agora que você está viúvo, eu vou morar com você em Las Vegas.

Ninguém deu muita importância, pois ela era uma pessoa um tanto desequilibrada e isso era algo inteiramente fora de cogitação.
E a Emily completou:
-Ela está lá agora! Está com ele!
Ai meu Deus do Céu!
 
Tive que concordar: essa dor na perna piorar de repente, ele não me querendo por perto e afirmar que não viria ao Brasil em dezembro, tudo se encaixava como uma luva!
-E o que eu faço agora?
-Continua fazendo as meditações e tenta trazê-la para que haja a cura e o entendimento da situação.
 
Só então me dei conta de que ela não tinha sido trabalhada em nenhuma das sessões que eu fiz lá!
E é o que terá que ser feito agora: em cada sessão de meditação, ela deverá ser trazida para ser curada, tratada e elucidada para que haja uma aceitação a respeito da morte dela, que ele tem que continuar vivendo aqui no plano material e que ela tem que seguir para a Luz.
 
Minha prima Marisa, que é terapeuta na linha de Constelações Familiares me orientou:
-Fala com ela em pensamento, explica que ela é a primeira esposa e terá sempre seu lugar respeitado. Que você está agora sendo uma amiga dele, mas que o lugar dela continua no coração dele e dos filhos e que sempre será assim.
 
Pois é isso, queridos leitores, a gente pensa que a morte resolve os problemas, mas na maioria das vezes ela só agrava.
Isso porque as pessoas se vão sem terem consciência, sem resolver suas questões, sua pendências, e fica uma situação complicada, que acaba abalando a saúde e o equilíbrio emocional dos que aqui ficaram.

Mas vamos trabalhar com fé e acreditar que tudo caminha para o Bem Maior!
                              
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Malu Thana Moraes
Enviado por Malu Thana Moraes em 08/12/2009
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T1967164
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