Mandala
Caminhava ela, pelo shopping, mais a filha, domingo, final de tarde, após uma sessão de cinema.
Este, sem dúvida, não era seu passeio preferido, desde sempre, evitava o tal shopping, lhe causava, certa repulsa, o consumismo exarcebado, as pessoas, com olhares perdidos, nas vitrines, extasiadas pelos últimos lançamentos.
Mas, naquele domingo, fez, a vontade da adolescente, foram juntas, mãe e filha, assistir um lançamento, o nome do filme, não muito original, O Dia em que a terra parou!
De repente ao passar, por um dos corredores, avistou uma figura, que lhe prendeu a atenção.
Um homem elegante, com um charme pertubador, mas passou, seguiu seu caminho.
Logo mais adiante, quando, estavam paradas, em frente á uma vitrine, escuta uma voz, mas não uma voz qualquer, lhe caiu muito bem aos ouvidos.
_ Desculpe abordá-la assim, mas não pude deixar de notar, esta mandala, tatuada, em, seu pescoço, sou escritor e me interesso muito por símbolos.
Ela, meio sem geito, responde:
_ A, é que sou historiadora, e aprecio muito a cultura Celta, o nome deste símbolo, é triscke, e representa o universo feminino, o movimento cíclico, início, meio e fim.
Trocaram, mais algumas palavras, o escritor, então, retira um livro de sua pasta, e presenteia a historiadora, com seu último trabalho, um livro de contos, intitulado, Compota de Pimenta.
Despedem-se, assim que ele se afasta, ela abre o livro dá uma breve olhada.
Ao chegar, em casa, lê com atenção, e encanta-se, pela forma, pela simplicidade, com que são narrados aqueles contos.
Decide, então, enviar um e-mail, para o autor, parabenizando-o, pela primorosa criação.
Na segunda, conversam os dois, por um longo tempo, pelo msn, decidem se encontrar, em uma praça.
Como, descobrem coisas em sintonia, o papo flui com uma leveza sem igual, no primeiro encontro, o beijo acontece.
Cada dia passado, o estar ausente, um do outro, torna-se, difícil, precisam se ver, conversar, trocar carinhos.
Assim, redescobrem, que apaixonar-se, é um risco, assim, pode surgir em meio, á total displicência, por acaso, em um simples passeio domingueiro.
Agora, ela, toda iluminada, confessa a si mesma, esta coisa de shopping, afinal, não é de toda ruim, foi lá, que adquiri meu bem maior, que grana não paga, meu bem querer!
Ao meu contista Júlio Damásio