EU E MARLI e nossas lembranças.

 Marli e Doralice são inseparáveis criaturas, duas amigas fidelíssimas, estão sempre juntas, Marli recém-viúva, ainda não faz ano que Marli enviuvou-se, nesse momento vinham do trabalho, não precisava pegar nenhuma condução, não ficava muito longe de casa, média de sete quadras, as duas eram vizinhas de distância mais ou menos uns quarenta metros ar retiradas, na confecção, não podia conversar, a chefe não permitia grupinhos de funcionários, também do serviço de casa o percurso era curto, mas o papo desenvolvia bem, as duas de religiões divergentes, nem por isso havia qualquer que seja diálogo de contrariedades, combinavam que o deus é um só, e aí a discursão sempre ia em calmas palavras, não que Marli era protestante arraigada, mas tinha muitas simpatia por cultos protestantes Calvinistas, enquanto  Doralice ia muito pro lado espírita, acompanhava sua mãe quando participava dos trabalhos no centro espírita daquela vila; era uma das médias líder, coordenava todos os trabalhos, colocava os espirito em seus devidos lugares, dedicadíssima em seu dever.

 Em uma dessas noites, a mãe de Doralice recebeu um contato muito importante, o êis marido de Marli incorporou em umas das irmãs do grupo de orações, disse poucas palavras e se retirou, mandou um recado para sua esposa, que amava de mais sua família deixada para trás, avise a Marli que ela terá uma grande surpresa, isso no meio da semana próxima, eu vou manter um contato com ela.

Abraços para minhas filhas queridas.

Marli ganhava pouco, seu salário apenas dava para comprar as primeiras necessidades.

 Não era todos os dias, mas ainda cuidava de seus netinhos, uma menina e um menino, levava e trazia da escola, além de trabalhar na fábrica de roupas de malhas isso quando os horários coincidiam.

Ajudava nas despesas para custear o material escolar dessas crianças que pesava um pouco no orçamento, isso ela fazia de coração, felizmente ganhava uma sexta básica do município, dava para ir controlando.

Hoje de manhã  se preparava para levar os netinhos a escola, quando ouviu um barulho na área de serviço, foi logo depressa ver o que havia caído, qual foi o motivo do barulho, olhava por todos canto, não encontrou nada que houvesse caído, ou movido do lugar,  ficou meio assustada, tudo permanecia em seus devidos lugares, ainda disse em voz baixa – coisa do outro mundo... ave Maria, até me dá um arrepio.

Caminhou uns dez passos até o tanque de lavar roupas para apertar uma torneira que pingava muito, não estava fechada por completo, sentia um pressentimento que tinha algo estranho ali, parece que alguém tocou em suas partes íntimas, percebe-se a presença de pessoas, mas logo foi cuidar de outros afazeres e esqueceu tudo que havia acontecido.

Depois de alguns minutos, pegou a mãozinha das crianças chegou aos portões do pequeno estabelecimento de ensino infantil, entregou os meninos para a professora, voltou para casa, entrou e percebeu que algo não estava muito certo, percebeu a presença de seu es marido, agora já falecido, sentia o cheiro dele no ambiente, pensou com sigo que só poderia ser ele que estava por ali, ficou apreensiva quando sentiu que alguém a pegava, tocava em seu braço, mexeu em seus cabelos, logo algo tocou em seu ouvido, falou palavras lindas de amor, nesse instante percebeu que confirmava, era ele mesmo, a voz era a mesma.

Tudo foi pausado por uns três minutos, Marli ainda chamou pelo nome: - Moacir, Moacir, onde você está.

Quando ela fixou os olhares na porta do quarto que era dele também até a poucos meses já passado, viu Moacir com o travesseiro abraçado apertando ao peito convidando para ir para a cama, ficou muita assustada, pensou que fosse pesadelo, mas certeza, não havia ninguém dormindo, tudo realidade, Moacir estava ali bem presente, precisa-se de lembrar, ele incorporou na senhora mãe de Doralice em trabalhos mediúnicos no centro espírita em que a mãe de  sua amiga trabalhava, essa visitinha de Moacir a Marli já estava prevista, apareceria para Marli no, meio dessa semana.

 

Marli sentiu uma saudade muito grande dos velhos tempos.

Começou escarafunchar o passado, foi até ao baú das coisas antigas, pegou uma caixa dos guardados de antigamente, se referia mais pelo passado de Moacir, as fotos antigas estavam todos lá,  sentou-se ao sofá da sala e começou trazer de volta tudo o que viveram naqueles anos oitentas, ainda conseguiu um álbum das fotografias dos momentos mais marcante de Moacir, tinha um apego muito grande por veículo que estava na moda; seu fusca, era a maior paixão de Moa, Marli ainda teve a chance de ter em mãos as fotografia dos momentos que passaram juntos, aos domingos a rapaziada iam todos para uma região de várias quedas d’águas, cachoeiras e desbravar grutas e cavernas, Moacir e Marli sempre se apresentavam juntos, as vezes ouvindo aqueles maravilhosos sucessos musical daquela época, hoje se diz, música dos anos oitentas.       

Nos dias atuais a vida está mudada, o custo de vida para a família de Marli ficou mais difícil de controlar, a cada ida ao supermercado, qualquer compra das mais pequenas que seja cem reais não pagam grandes quantias.

Hoje é dia de ofertas, todos preços estão com desconto, ficou mais baixos, é hora de economizar segundo está escrito no tabloide das panfletagens,  é só conferir essas verdades escritas nas estampas coloridas.

Terminando o serviço com a roupa, se prepara para a rotina em busca de abastecer a cozinha, o dever me chama, rumo às compras.

--Só vou terminar de lavar essas pecinhas de roupas e daqui a pouco estarei colocando no carrinho quase tudo das necessidades para esses dias.

Retirou de seus guardados alguns duzentos reais e pôs a caminho do centro de compras, pronto! Já estou de frente da banca das leguminosas, intensão economizar, os preços estão mais em contas conforme fora anunciados é hora de aproveitar e comprar tudo mais barato, o mercado ficava ali nessa mesma quadra, a entrega estava a disposição desse comércio. - Precisamos de abastecer o nosso armário de despesas da nossa cozinha, os mantimentos estão acabando, o café ainda tem a última coada, precisa de repor, quando Moacir ainda estava aqui, sempre se dava um jeito, quando pensava que havia acabado o dinheirinho, logo Moacir sacava lá não sei de onde e reequilibrava o orçamento familiar, Moacir me abraçava por de trás e bem devagarinho enfiava a mão dentro do bolso da roupa que eu vestia, deixava um pacote de notas graúdas, fazia a compra do mês ainda sobrava alguns $ para levar seus dois netinhos na sorveteria.

 

Aquele homem poderia ter inúmeros problemas, mas o grande amor que ele possuía no coração apagava todos os defeitos, sempre me aparecia com alguns dinheirinhos, mas sem que ninguém percebesse, ele colocava o feixe de notas entre as minhas coisas, eu abria a bolsa, lá estava a quantia deixada, não era dinheiro sujo, sim! Dinheiro de jogatina, dizia ele que jogava pra ganhar somente para entregar como agrado a esposa mais amada do mundo, finalizava o diálogo dizendo pausadamente: Eu amo você minha esposa.  Perguntava de onde tirou aquele dinheiro, me enrolava para dizer, e não dizia.

Antes de me fazer horas de chamegos e agrados, não me contava, mas eu sabia de onde vinha esse dinheirinho que não faltava no seu bolso, jogatina, um jogador profissional e tinha muita sorte nos jogos.

 Muitas vezes dirigi algumas palavras pesadas xingando e ofendendo aquele homem que infelizmente escolhi para meu esposo, segundo diz o velho ditado, à mesa conforme o apetite,  escolhi esse belo rapaz para minha vida inteira, eu sempre o admirei pelo seu vigor físico e jovial, mas depois veio as consequências, ele não gostava de pegar no batente, quer dizer; trabalhar.

Moa sempre foi um cara brincalhão não levava nada a sério, dês de quando conhecemos, nas rodas de amigos que ele participava, era o que mais se destacava, quando tomava a palavra suas opiniões sempre foram aceitas e acolhidas como exemplos.

 Nosso casamento, não vejo como ruim união, ficamos dois anos namorando em condições de solteiros, ele sempre foi uma pessoa muito amável e carinhoso comigo, nunca tivemos brigas de grande relevância; as poucas que houve, sempre partia de mim, ele sempre permanecia calmo levando a situação para brincadeira, e sempre eu terminava essas farpas dizendo somente para acabar bem toda a discursão:

-- O culpado desse nosso casamento foi meu pai, meu pai foi o maior incentivador,  sempre dizia que você Moacir, seria o meu marido ideal, insistia dizendo para que eu me casasse com você, apesar de estar apaixonada , fiz o que meu pai disse, Casei-me com você.

Era setembro, dia não me lembro mais, só me vem na memória que se tratava dos tempos das discoteca, os clubes estavam todos cheios de globos luminosos, ambiente de muita badalações, com focos de luzes coloridas, músicas dançantes de altos e escandalosos sons, eu como tantas moças daquela época buscavam nesses clubes essas danças cheias de vibrações, encontrava com minhas amigas para esses momentos de diversão, sempre visando se dar bem com algum rapaz para algum encontro amoroso, sonhos de jovem pós adolescente, isso que eu mais queria.

Meu pai e minha mãe tentaram impedir as saídas para essas noitadas de sábado à noite, mas não era por maldade, sim zelo de mais, eu era muito novinha, quase total inocente, temia os perigos da noite, mas, depois de muita insistência consegui me escapar, me permitiram a saída, porém estipularam um horário de regresso a casa, caso se atrasasse teria várias punições, dizia -- não teime menina caso desobedecer não terá mais saídas nesses fins de semanas.

 Foi aí que começou todo o meu romance com Moacir, caso não tivesse chovido tanto aquela noite, não havia o conhecido Moacir, quer dizer, já o conhecia, mas, digo, inicio de namoro, foi assim.  

Ainda não havia terminado o baile, mas, porém, eu teria horário para chegar à casa, eu não ouvia o barulho do temporal que caia lá fora, os sons das discotecas naquela época eram muito alto.

--acho que dessa vez vou me atrasar nos compromissos que tenho com meu horário, certeza! Meu pai vai falar um montão aos meus ouvidos.

Apesar do alto som Moa ouviu quando ela disse isso para sua amiguinha dos embalos do sábado à noite, a poucos minutos passados.

Há que ter dito, Marli já estava na mira do Moacir, as pretensões já aconteciam para os planos desse baladeiro dos anos oitenta, Moacir se preparava para as possíveis aproximação, conforme os gestos que ela sinalizava, demostrava uma resposta de sim.

 havia tido trocas de olhares de conquistas, Moa nos tempos de solteiro teve em seus braços inúmeras namoradas, quem sabe Marli agora se arruma com esse galanteador anos oitentas, seria um casal de namorados muito harmônico; duas amáveis criaturas, Moacir & Marli.

O salão estava apinhado de frequentadores, nos anos oitentas as discotecas dançantes estavam no auge, nos fins de semanas parece que só existia esses ambientes para diversão.

Com muita dificuldade de atravessar aquelas enormidades de frequentadores, mas, Moacir conseguiu chegar até próximo de Marli, tocou em seu ombro e disse bem próximo dos ouvidos dela:

 – Me parece que você está com problemas para voltar para casa, se você não considerar isso como atrevimento, me ofereço para te levar até em casa, aí você estará de bem com seu pai e seu avô, seus dois guardiões das honras e bons costumes, se você aceitar, meu fusquinha está bem ali, acho que você nem vai se molhar com essa chuva, se você se recusar vou ficar muito aborrecido, você é linda e meu fusquinha precisa mesmo de se ocupar dessas lindezas que estão soltas por aí, bem... você não está muito solta, tem seu pai e seu avô que te protege, vamos nessa?...

--Acho que não vou embarcar dessa vez, vou esperar a chuva passar, depois eu me acerto com meu pai e meu avô, eles tenderão a aceitar essa realidade, não vai me punir por essa minha atitude, acho um motivo para eles me ver de bons olhos, esperar a chuva passar, ir a pé, não aceitar carona desses malandrinhos dessas noites.

Em meio essa discursão, vai não vai, deixa de ir, a chuva aumenta, caía um toró daqueles, a chuva, estava muito intensa e sabe-se lá que hora acabaria esse mau tempo, enquanto a tantas persuasões a belezura aceita, Moacir tentando não se molhar, corre até onde o fusca estava estacionado, entra, bate a porta, roda a chave, aí o fusca deu sinal de vida, acelerou bastante, só para exibir o ronco do motor, pôs a se movimentar, foi até a esquina mais próxima, fez o contorno, veio em direção da menina Marli  que o esperava debaixo do telhado que protegia até a sarjeta, parte daquele clube, Marli entrou, sentou-se no banco do carona do fusca, bateu a porta enquanto Moa com a chave em mãos colocou no contato, rodou, deu partida, olhou bem para o rostinho de Marli, ela não desviou os olhares, ficou apreensiva quando percebeu a mão de Moacir aproximando de seus seios, ele sentiu aquelas delícia em mão, com um caloroso abraço a beijou,  ele percebeu a inocência daquela pobre criatura,  iniciante nos tratos amorosos, enquanto isso a discoteca estava na temperatura máxima, não havia ninguém do lado de fora do clube de danças,  percebeu que ninguém testemunhou esses avanços, sentiu que nesse momento se deu bom início de namoro, botou o carro em movimento, subiu a avenida em direção a casa de Marli e aguardar as respostas do pai.

Os pais de Marli estavam inquieto, ficaram preocupados com a chuva que caia, no relógio da sala ia consumindo as horas, faltava poucos minutos para o regresso de Marli à casa, muita preocupação com a filha, em dado momento o pai de Marli ouviu um barulho de carro bem ali frente ao portão, parou para um rápido desembarque, o pai de Marli mais que depressa por um cantinho na vidraça, afastou a cortina e viu perfeitamente que sua filha acabara de chegar apesar da grande chuva que caia nessas temporadas das águas, aquele ano foi um inverno constante, os pais dessa moça aceitaram toda essa situação, ela chegou como fora exigido pelo pai e mãe, agora poderá sair outras vezes conforme fora dito.

 

Hoje dia dezoito de abril de 2018.

Marli acordou cedo, fez o café, comeu um pedaço de pão com margarina, se lembrou das crianças que deveria levar a escolinha, preocupada com horário, arrumou as coisas tudo as pressas, achou meio estranho sua filha não vir entregar as crianças para eu leva-los a creche escola, sua filha começava no serviço as oito horas, dona Marli entrava em serviço na confecção onde trabalhava de costureira as nove horas e trinta minutos, enquanto as crianças começava oito horas e trinta minutos, Dona Marli se encarregava de entregar as crianças a escolinha.

Agora tudo certo com o horário, sua filha, mãe dos dois filhotinhos, hoje é dia de folga, menos males para Marli, sua filha retomará suas obrigações com seus filhos e levará a escolinha. Pronto, tudo pronto para o trabalho, conferiu tudo se estava nos conformes, crachá, roupa adequada e tudo mais, é só passar a casa de sua amiga Doralice e rumar-se em direção da confecção que ficava ali bem próximo, lá ia as duas amigas com seus longos papos, nem sempre terminava o assunto que já chegava para o trabalho.

-- Moacir; meu falecido marido me fez uma aparição, falou comigo comportou-se como sempre ele foi, brincalhão e sarcástico, eu te digo e você pode até não acreditar, mas é verdade disse que voltaria em outras ocasiões. “Confessou essas palavras à sua amiga Doralice, tentando ouvir algum conselho como lidar com isso”

-- Cuidado amiga, te pergunto, poderá ser seu marido falecido mesmo? pode não ser?  não se iluda assim tão fácil, pode acontecer que outro espírito zombeteiro esteja tirando proveito dessa situação, para você ter certeza, faça alguma pergunta de algo que só você e Moa tinha conhecimento, caso ele responder errado, aí fica confirmado que não é ele, acho melhor você fazer uma visitinha ao centro espírita onde minha mãe faz seus trabalhos mediúnicos, certeza aí tudo será bem esclarecido, faça isso depois você me diga, eu pelo meus poucos conhecimentos, vejo que algo está prendendo seu marido a esse mundo, ele não se deu conta que já desencarnou. “disse Doralice a sua fiel amiga no momento que se dirigiam ao trabalho na confecção”

-- Fiquei meio amedrontada, não acreditava nunca que isso poderia acontecer, mas depois levei para o lado de normalidade, era Moacir, demostrava todos jeito desse meu marido falecido a dois anos, acho que devido a saudade que sinto por ele, vejo que ainda está preso a esse mundo.

Muitas aparições aconteceram naquele meio de ano de dois mil e dezoito, foi no segundo domingo de agosto, Moacir fez presença novamente, Marli havia acordado naqueles instantes, olhou para a janela, algo chamou atenção, uma luz azul bem resplandecente brilhou atrás do vidro transparente da janela de seu quarto, Marli sabia das roseiras que estavam plantadas bem debaixo de sua janela, difícil alguém se aproximar dali havia muitos espinhos da roseira, apesar das belas rosas vermelhas que sempre embelezavam a faixada amarelada simples e humilde da casinha de Marli,  pensou rápido, só poderia ser ele; Moacir novamente com suas aparições, está me bisbilhotando, em momento fatal senti como uma explosão, lá estava ele próximo a porta de meu quarto, logo nessa manhã de domingo, Marli, dessa vez o tratou com mais severidade perguntando:

-- Será você mesmo o meu Moacir? Não seria algum fantasma se passando por ele e vem aqui zombar de minhas paciências, acontece muito disso no mundo espiritual, vou polo em prova, se é você mesmo, diga um fato que só nós passamos juntos. “Buscando as certezas disse Marli ao espírito de seu falecido marido

- Posso dizer várias ocasiões que só reservaram as nossas intimidades quando vivíamos nossos momentos de amores e carícias, você se lembra do desenho do peixe que fiz a caneta azul na sua pele tentando disfarçar aquela verruga que você tinha, ou ainda tem bem próximo, e pouco a baixo do umbigo, quer que eu revele mais detalhes? Aproveitei sua verruga para compor os traços no olho do peixe, lógico que aqueles riscos não era para sempre, umas simples marcas de caneta esferográfica, Marli minha querida, o meu amor por você sempre foi algo extraordinário, poço dizer com toda sinceridade, você sempre foi uma fogueira de labaredas calorosas que acalentavam meu coração, você não imagina o quanto eu te amei em vida, agora não consigo me desprender desse laço que nos amarra, apesar de diferentes posições; eu desencarnado, enquanto você ainda em vida, não me cansarei de te dizer para toda essa eternidade, Amo-te com toda força da palavra, peço perdão de quando lhe fiz sofrer ou algo que te fez chorar, você não imagina como tenho vontade de proclamar isso a seus ouvido em meio a um grande abraço caloroso de amor.

-- Sinto me muito honrada por ser alvo desse amor tão sincero, eu também me comportei assim, posso dizer que nosso amor foram vivido por reciprocidades, quanto seus pedidos de perdão nada contrário a seus reclames, muitos outros momentos superaram, nunca guardei ódio de você, quando me arrependia das nossas briguinhas tolas e você saía porta a fora, eu ficava preocupada pensando que você não voltaria mais, mau podia esperar você entrar por aquela porta fazendo me sorrir novamente, ainda mais, quando eu estava distraída, você me cutucava pelas costas e sem vergonha que você sempre foi, me apalpava meus glúteos, aí confesso que minha alegria de viver voltava, vinha a tona, logo esquecia tudo que havia resultados em briguinhas.

--Minha querida esposinha, vejo que talvez essa será a última aparição, parece que algo me chama, não dessa vez, mas pelo que sinto estará terminando essa minha permanência nesse mundo que sei muito bem que a mim não pertence mais, peço que vá até meu túmulo periodicamente e me dedique algumas orações, nós do lado de cá alimentamos com preces e orações, acho que vou me embora, minha hora já chegou, um beijo apaixonado em sua santa boca, prova de nosso amor mais lindo nessa terra.

--Não vá, não vá, espere mais um pouco, você terá que dizer outro caso acontecido entre nós, depois eu te libero, diz aí outra situação que é você mesmo Moacir sempre amado.

-- Sim! “Disse o espirito” – pode me pedir alguma sugestão? Eu completo com minhas palavras dando mais veracidade.

Marli voltou a perguntar para o espírito que se dizia do falecido Moacir, seu esposo.

Um fato curioso aconteceu dia quinze de dezembro de um  daqueles anos  na época dos anos da décadas oitentas, essa prova é meio difícil, a travessia da ponte, ficamos esperando horas e horas para poder atravessar a ponte e pegar o fusca que ficou do outro lado do rio, diga porque algo impedia a nossa travessia daquela ponte. “Perguntou Marli com urgência de respostas. -  Essa é uma das provas significativa, diga aí”.

- Naquele dia fomos passear no rio das corredeiras, tomar banho de cachoeira, eu até poderia ficar horas olhando para seu corpo nu debaixo daquela queda d’água, seu corpo sempre lindo, completo de formosura, isso me estimulava para o prazer, ficamos juntos muitas vezes aquele dia, me conscientizava que tendo você, nunca precisaria de outra mulher para meus momentos de amor, você me supria em tudo.

“até aí o relato do espírito”

-- Bem, meu suposto Moacir, até aí não comprovou nada, continua, fale da hora que íamos embora, pegar o fusca que ficou lá do outro lado do rio, aí é que está a chave da questão, a ponte estava lá em perfeito estado, imponente e bem arquitetada, por que ficamos esperando todo esse tempo para atravessarmos, preste atenção, a pé, o fusca estava do outro lado do rio, diga aí mais sobre esse grande transtorno, vamos, não enrola não Moacir. “disse Marli”

-- Então vamos lá para o porquê das coisas.

Naquele dia quinze de dezembro dos anos oitentas divertimos muito naquele paraíso de águas cristalinas, quando ia lá para as dezesseis horas, resolvemos voltar para casa, atravessar a ponte e pegar o fusca que estava do lado de cá estacionado debaixo daquela grande árvore mangueira.

Ao caminhar pela ponte demos de cara com um enxame de abelhas das mais perigosas e ofensivas, lembrando que uma picada dessas abelhas poderia até levar a morte, voltamos correndo para evitar o mau maior. Ficamos horas esperando uma carona para atravessarmos a ponte, única saída, mas, porém, muito difícil carona nessa estrada deserta, outra alternativa, um canoeiro, mas nem isso tinha, atravessar a nado nem pensar, triste atravessar aquela ponte só dentro do carro de janelas bem fechadas, o enxame era grande demais, ninguém para nos dar uma carona, eu e você aguardávamos um socorro urgente, a noite já se aproximava.

-- você se lembra disso Marli?

 “terminando toda essa narrativa, perguntando a Marli se ainda tinha esse fato em memória, visto desse episódio”

-- Sim! Lembro sim, aquele dia quinze do dezembro ficou na história.

- Você se lembra do carroceiro que insistiu atravessar a ponte de carroça, em que se deu? continuando Marli com suas insistências.

- Ele vinha da roça, passaria por ali para voltar para casa, morava do outro lado do rio, deus é testemunha o quanto alertei dos perigos de enfrentar aquele enxame, mas, ele me destratou me dizendo ser um  homem mole. colocou em dúvida minha masculinidade, não me preocupei, sabia o que sou e não devia provas a ninguém, esse era o meu modo de revidar esses achincalhes, quase implorei que não tentasse a travessia, tinha certeza da tragédia que aconteceria, mas, ele me humilhou e seguiu em frente, resultado de tudo isso, deu no que deu.

“Narrou aquele acontecimento o espírito de Moacir.

 Esse fato se deu quando nós ainda namorávamos

 Marli acompanhando o desenrolar daquela história repleta de comoção e tristeza, recordando a presença desse horror acontecido.

Aquela cena me marcou e até hoje sinto me horrorizada com aquele fato ocorrido.  as abelhas atacaram aquele senhor, o cavalinho que puxava aquele veículo de tração animal assustou-se, quebrou a carroça e saltou no rio, conseguiu se salvar, caiu no rio e nadou até a outra margem, não sofreu nenhuma picada, mas o condutor da carroça morreu por várias ofensas mortais daqueles insetos bravios, assassino,  não prestava para nada, nem para fazer mel, eram abelhas inúteis.

Felizmente surge lá bem distante um veículo fazendo poeira na estrada, pode ser agora o salvamento do casal ainda namorados naquele dezembro dos anos oitentas; Moacir e Marli. Ele acenou com as mãos dizendo que parasse, era uma Perua Combi, veículo da Volkswagem.

--Do jeito que vocês vão assim de janelas abertas, se continuasse,  morreriam  caso eu não te avisasse, tem um enxame de abelhas assassinas ali na ponte, estou aguardando carona, só atravessar a ponte de vidros fechado, estou com meu carro parado lá do outro lado do rio, o senhor pode me passar para o outro lado, aí eu pego meu carro e sigo meu destino, pode ser assim amigo? dá essa ajuda aí para nós. Por favor

-- Pode ser sim, não precisa se preocupar, vocês podem se acomodar dentro de meu veículo, nunca negaria um favor a uma pessoa que talvez salvou minha vida.

--Não imagina como o senhor está me ajudando, digo muito obrigado, é logo ali, logo estará livre de meus aborrecimentos.

 - Não tem aborrecimento nenhum, meu amigo, só peço que Desculpe a poeira nos bancos, estamos vindo da roça, logo agora preparando a terra para o plantio, tombando e gradeando, sabe como é né, a poeira e danada.

Quando o motorista passou pelo enxame pode constatar o quanto aqueles inseto eram violento, parece que escureceu o tempo, se estivesse de janelas abertas seria outro desastre tal qual o do carroceiro, mas felizmente deu tudo certo.

Moacir agradeceu a ajuda e foi em direção do seu fusca ali debaixo da árvore, grande foi a surpresa, veja quem estava deitado bem ao lado do fusca, o cavalinho hora antes salvo das abelhas, ainda estava muito cansado de tanto  mover as patas n’águas nadando, felizmente como já fora dito, não havia nenhuma picadas dessas abelhas assassinas no animalzinho, agora só recuperar do cansaço, logo ele estará pastando por esses campos verdejantes.

Na hora que a Perua Combi passou pela ponte, ainda constataram o homem morto vítimas dos insetos assassinos.

Moacir e Marli seguiram em frente, Marli que sempre tinha horário de chegada a casa nesse dia quinze de dezembro desse ano já passado, não conseguiu convencer com essa história das abelhas na ponte, seu pai achou mentiroso esse caso, e levou uma grande repreensão.

Já se aproximava da noite quando o fusca de Moacir estacionou frente ao portão a casa de Marli, seu pai estava super estressado, cheio de cólera reclamando da demora de sua filha, assistia a TV naquele momento da chegada de Marli, esse canal de televisão reprisava a final da copa do mundo, até a esse final do ano de mil novecentos e oitenta e ..., o assunto mais comentados nas rodas de conversa, era a copa do mundo e a frustração de todos torcedores verde & amarelo, aquela derrota da seleção foi motivo de muitas crítica e revolta para os que não admitiam derrota, enquanto que em todo território brasileiro o povo viviam repletos de desânimo desacreditando que poderia vir vencer outro campeonato mundial, mas o sentimento de patriotismo ainda continuava em todos corações, até cantavam o hino da seleção, mesmo que derrotados, apesar das grandes dificuldades que nosso país passava por aquele regime super autoritário, ainda mais o sentimento de derrota.

 

Nos tempos atuais, Marli e Doralice comentam as aparições de Moacir, ela se preocupava em pensar onde chegará isso, Doralice tentava acalma-la, mas tinha pouco conhecimento dos assuntos espirituais, certo que a sabedora desse tema era sua mãe dona Francisca, sendo assim é só pedir ajuda para a mãe de Doralice, e assim será feito nessa próxima reunião de trabalhos mediúnicos, Marli está reunindo coragens para buscar as verdades de tudo isso.

Passados alguns dias, a mãe de Doralice  enviou uma mensagem para  entregar um recado a sua amiga Marli.

-Minha mãe mandou entregar. "disse Doralice"

Dizia não ter mais condições de manter contato com seu marido através da mesa de trabalhos, ele partiu para outra dimensão, Moacir agora ficará somente na lembrança, mas, porém, tenho que te dizer que ele está em um bom lugar, junto com os bons espíritos da colônia, só restamos enviar muitas orações para seu conforto fluídico, bem assim dizia as escritas que dona Francisca capitou e enviou a Marli.

A viúva de seu Moacir insistia em evitar lembrar de Moacir em vida, assim como dona Francisca disse, mas, há momentos inevitáveis, quase todas as noites que Marli estava se preparando para dormir, passava em frente de casa um barulho de fusca muito parecido do carro de Moacir, aí a saudade de seu falecido marido vinha a tona, era idêntico as acelerações conforme os escapamentos, um dia desses bem cedo, quando Marli voltava da padaria percebeu um fusca muito parecido com o que eles tanto esteve juntos, ficou sabendo que esse veículo pertencia a um rapaz que morava nos fundos de uma oficina de restauração de carro antigo, Marli parou por uns instante enquanto ele estava estacionado ali de frente aquela casa, perguntou para alguns populares que estavam por ali,

-- Moço, só por curiosidade, a quem pertence esse veículo, meu namorado tinha um muito parecido com esse, isso me fez lembrar de muitos momentos que vivíamos nos anos passado, como é o nome do proprietário desse fusca.

O rapaz que estava por ali disse a quem quisesse ouvir ou atender.

-- Raquel, Chama Moacir aí, tem gente querendo falar com ele, acho que é negócio com o fusca.

As coincidências despertava em Marli  memórias de quando vivia ao lado de seu falecido marido no início dessa história de amor. Esse Moacir atual dono do veículo que voltou a povoar a mente de Marli tinha outro aspecto físico, mais gordo, rosto quase coberto de barbas, cabelos diferentes, cor da pele mais escura e habituava usar boné, mas, esse Moacir de agora, nada parecido com falecido marido de Marli. o fusca sim mexeu com o passado da sonhadora viúva Marli.

Responderam lá de dentro da casa.

-- Agora é tarde, daqui a pouco minutos o novo dono dele virá busca-lo, o fusca já foi vendido, novo proprietário mora na cidade vizinha, log não teremos mais o barulho desse escap, barulhento só resta dizer, adeus Fusca amarelo.

Marli aproximou, olhou dentro, viu que não tinha nada diferente, era realmente igual, até um amassadinho que havia no painel, perto do visor de quilometragem, ela disse consigo mesmo.

- Certeza é esse o fusca que nos alegraram tanto  naqueles anos já passados.

Marli agora pode dormir tranquila, não haverá mais o ronco do fusca que passava em frente sua casa naquelas hora marcadas, o fusca que o rapaz usava para ir ao serviço foi vendido, agora só restará lembranças e nada mais.

17 de setembro de 2024/ antherport. autor

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 17/09/2024
Reeditado em 13/11/2024
Código do texto: T8153614
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