CONVERSANDO COM OS DEDOS
 
 


                              A conversa, a troca de idéias amistosas ou mesmo as agressivas entre os povos há milhares de anos antes de Cristo eram diretas, frente a frente ou tete a tete como diziam os nossos ancestrais. A rigor os homens eram de poucas palavras e muito mais ações. Os corações sempre ultrapassavam as razões, tendo em vista a falta de compreensão. O conceito de certo e de errado era bem diferente de hoje em dia.
                              A começar de quem é que tinha o direito de falar. Antigamente os mais velhos sempre tinham a palavra e só depois que expunham as suas razões é que os mais novos se manifestavam.
                              Hoje em dia todos falam a vontade antes, no meio ou depois; se metem na vida alheia, criam e fomentam discórdias e distúrbios coletivos; crianças não respeitam os mais velhos e entram na conversa dos adultos; filhos não respeitam os pais; políticos entram na casa do povo na marra, por força de uma lei leonina e casuística que os protegem e falam milhares de besteiras e mentiras, com todo o aparato e proteção dos governantes e da justiça.
                              Os pobres coitados que ainda não tem TV a cabo para poder escolher os seus programas são obrigados a ouvir as baboseiras dos idiotas, crápulas e corruptos ou então desligarem os seus aparelhos de televisão ou de rádios durante quase uma hora.
                              Antigamente quando mandávamos uma carta para algum amigo ou parente distante normalmente demorava três meses ou mais para a mesma chegar ao seu destino. Atualmente dependendo da distância chega até o mesmo dia.
                              Porém, via internet, com os dedos falamos tudo o que queremos falar “on line” numa fração de segundos. Vamos mais longe: Falamos nos vendo a qualquer distância do planeta. As parafernálias eletrônicas estão de certa forma tão avançadas que com um toque de um dedo mostramo-nos de corpo e alma ao vivo e a cores.
                              Com os dedos dizemos dos nossos sentimentos; das nossas ansiedades; das nossas perspectivas; anunciamos os nossos próximos passos; xingamos descaradamente os nossos irmãos, com ou sem razão e depois temos a cara de pau de pedir desculpas; com os dedos mentimos e prometemos amor eterno; com os dedos falamos mal da vida alheia; combinamos encontros para festas, baladas, algazarras, greves, manifestações truculentas; com os dedos provocamos autoridades e depois vamos aos nossos entes queridos como verdadeiros carneirinhos inocentes.
                              Imaginem os milhões de encontros frustrados combinados via internet nessas redes sociais. Uns são cem por cento sinceros, mas uma grande maioria não tem um pingo de dignidade. As polícias a nível internacional de todo o mundo vive tentando desbaratar grandes quadrilhas que agem em função das redes sociais, aparentemente inocentes.
                               Aqui, esse meu texto é apenas um alerta, mas sem nenhuma pretensão, uma vez que não sou repórter e muito menos investigativo. Não trabalho em nenhuma empresa especializada no assunto. Mas tudo o que eu disse afirmo em alto e bom som em qualquer lugar do mundo.
                                Eu faço uso dos meus dedos para levar canções, alegrias e muito amor aos povos; bem como para teclar no FACEBOOK e em outros veículos de comunicações sociais apenas para divulgar a minha arte de escrever, tocar e cantar o amor na sua plenitude.