INQUILINOS DAS ESTRADAS
Na poeira escaldante das estradas
Quando o sol causticante está a pino
Sertanejos se tornam peregrinos
Obrigados a deixar a terra amada
A mudança que levam é quase nada
Só um pouco do pouco que restou
A saudade da terra que ficou
Está inclusa no meio da bagagem
Além disso, só a cara e a coragem
A mulher e os filhos vão também
Sem saber pra onde vão e nem se vem
Para a terra que antes os abrigavam
Ao deixar o lugar onde moravam
Das estradas tornaram-se inquilinos
Viajando sem rumo e sem destino
Ele reza pra que, Deus lhe dê sorte
É um bravo, um guerreiro, é um forte
O sertanejo migrante nordestino.
Autor: Carlos Aires
Carpina PE,26/03/2008
(81) 3622-0948