INQUILINOS DAS ESTRADAS

Na poeira escaldante das estradas

Quando o sol causticante está a pino

Sertanejos se tornam peregrinos

Obrigados a deixar a terra amada

A mudança que levam é quase nada

Só um pouco do pouco que restou

A saudade da terra que ficou

Está inclusa no meio da bagagem

Além disso, só a cara e a coragem

A mulher e os filhos vão também

Sem saber pra onde vão e nem se vem

Para a terra que antes os abrigavam

Ao deixar o lugar onde moravam

Das estradas tornaram-se inquilinos

Viajando sem rumo e sem destino

Ele reza pra que, Deus lhe dê sorte

É um bravo, um guerreiro, é um forte

O sertanejo migrante nordestino.

Autor: Carlos Aires

Carpina PE,26/03/2008

(81) 3622-0948

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 27/03/2008
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T918802
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