EU E O DINHEIRO
EU E O DINHEIRO
Há muito tempo eu procuro
Porem não encontro um jeito
De ter um padrão de vida
Que mereça algum respeito
Faço um esforço danado
Trabalhando no pesado
Ou em serviço maneiro
Só não vejo a recompensa
Eu acho que a diferença
Está entre eu e o dinheiro
Quando arrumo um quebra galho
Pra completar o salário
Já que ganho muito pouco
Porque sou funcionário
Trabalho com muita fé
Vou cedo, antes do café
E perco até noite de sono
Dou duro, bato no malho
Mas fico só com o trabalho
O lucro é todo do dono
E assim eu e o dinheiro
Não acerta o itinerário
Vivo em um pólo, ele em outro
Sempre em sentido contrário
Parece até uma dita
Esta história esquisita
Comigo foi sempre assim
Eu nunca cheguei primeiro
Só corro atrás do dinheiro
E ele correndo de mim
Estará brincando comigo
Ou será falta de sorte
Vou para o sul não consigo
Ele já voltou pro norte
Eu volto com tanta pressa
Me dizendo a hora é essa
Vou ficar na encruzilhada
Ali vou fazer pirraça
Quero ver se ele não passa
Daqui pra de madrugada
Cheguei na encruzilhada
E fiquei ali estacado
Com a mutuca ligada
Olhando pra todo lado
Dizendo ele não me escapa
De qualquer ponto do mapa
Que ele vier surgindo
Eu pego esse condenado
Mas deu-me um sono danado
E logo acabei dormindo
Fiquei dormindo tranqüilo
Só porque sou azarado
Quando acordei do cochilo
Ele já tinha passado
Não deixou nada pra mim
Só um recadinho assim
Pra me deixar indeciso
Vai ver se ensaca fumaça
Te deixei liso e de graça
Lamentando o prejuízo
Carlos Alberto de Oliveira Aires
Carpina, 08 de novembro 2007
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