a vida é uma escola
Sabe, eu vinha cambaleando de cansaço esgotado e agoniado pelas ruas e de cabeça baixa e na minha distração, o horror foi eu ter tropicado em uma jovem sem visão. Olhei para ela, aquele corpo formoso, formado como a imagem de um violão bem esculpido e um rosto bem delineado como se fosse desenhada por algum artista em noite de lua cheia, uma beleza de estética singular. Quando o rosto dela eu fitei, me vi ali, sem direção. Ela, caminhando de cabeça erguida e na linha reta, me perguntou como chegar à escada que leva ao metrô.
Parei, pensei... quase lacrimejei. E a ela direcionei.
Voltando para o meu caminho, meio tonto e sem rumo, fui me reerguendo, algumas gotículas de lágrimas fizeram as pálpebras piscar e lavaram-me a alma; naquele instante sagrado quebrei o espelho que me apontava os olhos vermelhos. Reescrevi meus pensamentos que a alegria verdadeira eu buscava cambaleando e cheio de inquietações, e ela, em paz refletida num rosto sereno, andava com alegria e segurança.
Os olhos dela me apontavam que o importante é viver com alegria e distante da vaidade que desgoverna na ansiedade.
Agradeci aos arcanjos e querubins por terem tido dó de mim e me mostrado outro espelho, mais claro, que foi aquela jovem ao meu lado; ouvi, sem querer, a voz dos anjos a dizer que os problemas são apenas no peso do sagrado. Ao olhar lá dentro de mim, vi os meus olhos enxergando Deus naqueles meus olhos embotados. (irineu)
“Ainda quando eu andar pelo vale onde a morte está à espreita, não temerei mal nenhum; a tua vara e o teu cajado me defendem e consolam” Salmo 23.