Bolsa-Família: Um Refúgio no Infortúnio
Ana tomava seu café da manhã: ovo frito com farofa, e para beber, café preto. Colocou a colher na boca mastigando como se aquela fosse para sempre a sua primeira refeição.
Estava tão acostumada que nem reclamava nem elogiava. Era o que tinha e isso não mudaria.
Deu um gole no café para ajudar a engolir a farofa. O sabor também melhorava, pelo menos para ela que tinha esse costume, onde tinha todos os dias os mesmos alimentos.
Levando o prato e a colher, junto com o copo para pia, Ana, pensou em visitar sua prima: Mendonça. Fazia anos que não saia de casa, suas saídas eram para comprar a farinha, o ovo, o café, isso para a primeira refeição e o feijão, o arroz e a salsicha para o almoço.
A renda que possuia pouco dava para se alimentar, também pagar as contas de água e luz. Ela vinham de dois alugueis que recebia.
Quando ligou para sua prima, essa não escondeu a alegria, fazendo até com que Ana se encabulasse. Uma vez durante quase seis anos de reclusão, viu fazer falta em corações tão próximos.
Terminado o acerto para a visita, em torno de uma hora. Dirigiu-se para o quarto, pegou um vestido indo para o banheiro.
Debaixo do chuveiro, pensava "o que será que estão achando do meu afastamento?". Passou a mão no rosto cheio de espuma, continuando o banho.
Minutos depois, colocou a mão no registro e fechou a água do chuveiro. Seu banho estava terminado, precisava agora enxugar-se e vestisse.
Na sala, arrumada, abriu a porta. A pressa para ir a casa da prima Mendonça era muita.
Na casa da prima, tocou a campanhia. Passou-se alguns segundos e Mendonça veio abrir a porta.
Mendonça convidou Ana para entrar, as duas sentaram-se no sofá da sala.
Lá Ana contou sua situação, e como Mendonça era assistente social. A pediu para passar em seu escritório no dia seguinte, o qual era um dia útil, para que a inscrevesse no Bolsa-Família, não era um auxílio para resolver todos os problemas financeiros, mas amenizaria as lacunas deixadas pelos aluguéis baixíssimo de onde tirava seu sustento.