As Poucas Flores que Restavam
Era um dia como qualquer outro na casa de Angel. Ela se levantaria, escovaria os dentes, lavaria o rosto, pentearia os cabelos, enfim, faria seu ritual.
Mas tinha acontecido algo em sua família, seu antigo paquera e primo, o Belquior, mais conhecido como Bel, tinha falecido em um acidente. Um carro o tinha atropelado enquanto ele andava de bicicleta.
Angel recebeu a notícia por telefone, enquanto ainda ressonava na cama.
O impacto da noticia foi tão forte, que Angel quase caiu da cama. Bel podia ter deixado de ser seu paquera, porém, ainda era seu melhor primo.
Por isso sentia tanto.
Na ida ao velório, ela encontrou apenas algumas flores murchas, sem opção, as comprou, seguindo o destino.
Lá na casa de Bel, sua tia, irmã de sua mãe, a questionou.
- Que flores mais murchas. É assim que gostava dele?
Encabulada, Angel colocou as flores no local onde ficariam com pouca visibilidade e em lágrimas sentou em um canto.
A sua tia voltou a questioná-la.
- Desculpe tia, mas eram as poucas flores que restavam. - Angel soluçava e saia.