A Contista Tradicional
Sentada em sua cadeira, com seu charuto na mão, D. Agdar pensava em sua última participação no concurso de literatura da cidade de Nova Esperança. Ela sempre vencia com seus contos de terror baseados em folclores.
Precisava deixar um substituto, mas a experiente escriba era insuperável, muitos arrogantimente tentavam, porém o mais longe que chegavam era ao segundo lugar, isso quando D.Adgar não inscrevia dois ou três contos.
De fato, nem tudo estava perdido. Mais cedo, viu no seu notebook, uma mensagem de e-mail. Não deu importância. Já que não era comum receber e-mails, uma vez que apenas os organizadores do concurso tinham acesso.
Quando apagou o charuto, que foi para o notebook e leu o e-mail. Ficou admirada com o texto, um conto de terror que nem mesmo ela escreveria com facilidade. A mensagem terminava pedindo para ela inscrevê-lo como um dos seus.
D. Adgar achou o desafio interessante, e no mesmo instante inscreveu o conto, juntamente com dois seus.
Era o último dia para a inscrição. D. Adgar ficou feliz ao ver que ocorreu tudo bem. O resultado só seria revelado uma semana depois, num evento organizado no clube da cidade.
Assim passaram-se os dias e o evento de premiação chegou. O clube bem decorado fazia brilharem os olhos de todos que participariam, fosse como platéia, fosse como concorrente.
O locutor anunciava os vencedores, e como não era surpresa, os três primeiros eram os de D. Adgar. Sendo dessa vez, o primeiro, o que tinha recebido por e-mail.
Quando D. Adgar foi receber os prêmios, revelou que o primeiro lugar não lhe pertencia. Pediu então que quem o havia escrito comparecesse ao palco. Para que fosse devidamente premiado.
Então viu se levantar, um jovem. O qual ao pegar o microfone, revelou ser um fã e que além de ler, sempre estudava os contos dela.
Nesse momento, D. Adgar percebeu emocionada que tinha para quem passar a tradição.