Madre Cassino.
            Lembro-me das longas noites viradas em Madre, mesas e mais mesas rolando, quase todo tipo de jogos, música alta e o cheiro de cigarro fazia parte do local.
            Nunca fora um lugar tranquilo, sempre havia brigas durante a noite, às vezes um homicídio, era assim as coisas lá, sempre movimentadas e quase sempre com os mesmos rostos.
            O dia em Madre começava logo às seis da tarde quando os empregados das fábricas saiam do serviço e passavam lá alguns para tentar a sorte nos jogos outros simplesmente um descanso junto a uma boa conversa com os amigos e sempre àqueles que iam para procurar os braços das famosas prostitutas de Madre.
            Em Madre, todo dia era festa. Começava às seis e ia até o outro dia de manhã com vários bebuns caídos e algumas pessoas ainda na mesa que sempre eram colocadas para fora no horário de fechar.
            Não era bonita as histórias nem repletas de glória, mas todos que frequentavam ali guardavam em sua memória boas recordações.
            Aos que não o conhecia, parecia assustador aquele clima, cheiro no ar, era o típico lugar onde ou você se adapta rápido, ou melhor, nem tentar.
            Foi a glória de poucos homens e a perdição de vários, ouve-se sempre histórias de milionários que chegaram lá com tudo e saíram sem nada, porém, histórias de quem chegou lá sem nada e saiu com tudo quase são inexistentes.
            O ponto especial daquele lugar sempre foi à boa sensação de passar uma noite repleta de movimento acordar ser acordado ou até amanhecer naquele lugar e ter a certeza que mais tarde naquele mesmo dia o bom e velho; Madre Cassino estará lá te esperando repleto de emoções ou riscos de quem segue a vida sem temer o perigo.

Gustavo A Vilela