O jubileu do pecado
Acordei de sobressalto. Deus me falara em sonho para eu confessar e pedir perdão de um pecado que ocorrera há 50 anos.
No sonho, o Senhor me fez reviver toda a angustia daquela tarde. O garoto de 10 anos apanha de cinta no quintal da casa. Enquanto chorava, o garoto dizia: Não fui eu, não fui eu. O avô, não sei se para me torturar dizia: Só pode ser você, o filho do pastor não faria uma coisa destas. No fundo, ele sabia que eu era o culpado e aquele olhar me feria como uma lâmina de navalha.
Eu também era um garoto, onze pra doze anos. O sapateiro me recebeu na oficina para aprender o ofício que, segundo o meu avô, era a única profissão para a qual não faltaria clientes.
Eu ia bem no aprendizado, mas não resisti a tentação de roubar um carretel de linha 10, tão cobiçado pelos soltadores de pipa.
Poucos dias depois abandonei o projeto profissional. Aquele olhar me ferira mais que a ponta da suvela.
Diante o sonho, não tive alternativa, logo cedo contratei um agente para localizar o garoto vitima daquela surra. Nao foi fácil mas um mês depois recebi seu número de telefone, numa cidade dista de dois mil quilômetros.
Liguei pra ele.
- Adair, aqui é o Samuel, seu colega de infância, filho do pastor Francolino.
- Oh, rapaz como está a vida? Que bom falar contigo.
- Sei que não moras mais em Brasilia, mas quando fores lá, me avise preciso encontrar contigo.
- Sem problemas.. Te aviso sim, mas o que mandas?
- Quando fores, leve uma correia de sola crua bem grossa, pois estou lhe devendo uma surra, e preciso recebe-la de ti.
E ai lhe descrevi a estória. Ele disse que nem se lembrava. Apanhava tanto que aquela surra só foi uma a mais, mas que eu me sentisse perdoado.
- Não é asssim, não. Esse pecado só expia com sacrifício. Quando for a brasilia, chame a sua família e vamos a churrascaria pra eu lhes pagar um rodízio. Mas leve a cinta, se sentir vontade pode me bater ali mesmo.
-Demos uma boa risada e eu voltei a dormir em paz.
Acordei de sobressalto. Deus me falara em sonho para eu confessar e pedir perdão de um pecado que ocorrera há 50 anos.
No sonho, o Senhor me fez reviver toda a angustia daquela tarde. O garoto de 10 anos apanha de cinta no quintal da casa. Enquanto chorava, o garoto dizia: Não fui eu, não fui eu. O avô, não sei se para me torturar dizia: Só pode ser você, o filho do pastor não faria uma coisa destas. No fundo, ele sabia que eu era o culpado e aquele olhar me feria como uma lâmina de navalha.
Eu também era um garoto, onze pra doze anos. O sapateiro me recebeu na oficina para aprender o ofício que, segundo o meu avô, era a única profissão para a qual não faltaria clientes.
Eu ia bem no aprendizado, mas não resisti a tentação de roubar um carretel de linha 10, tão cobiçado pelos soltadores de pipa.
Poucos dias depois abandonei o projeto profissional. Aquele olhar me ferira mais que a ponta da suvela.
Diante o sonho, não tive alternativa, logo cedo contratei um agente para localizar o garoto vitima daquela surra. Nao foi fácil mas um mês depois recebi seu número de telefone, numa cidade dista de dois mil quilômetros.
Liguei pra ele.
- Adair, aqui é o Samuel, seu colega de infância, filho do pastor Francolino.
- Oh, rapaz como está a vida? Que bom falar contigo.
- Sei que não moras mais em Brasilia, mas quando fores lá, me avise preciso encontrar contigo.
- Sem problemas.. Te aviso sim, mas o que mandas?
- Quando fores, leve uma correia de sola crua bem grossa, pois estou lhe devendo uma surra, e preciso recebe-la de ti.
E ai lhe descrevi a estória. Ele disse que nem se lembrava. Apanhava tanto que aquela surra só foi uma a mais, mas que eu me sentisse perdoado.
- Não é asssim, não. Esse pecado só expia com sacrifício. Quando for a brasilia, chame a sua família e vamos a churrascaria pra eu lhes pagar um rodízio. Mas leve a cinta, se sentir vontade pode me bater ali mesmo.
-Demos uma boa risada e eu voltei a dormir em paz.