devaneios
Rio que não é mais rio, é apenas um desaguar de detritos fétidos, símbolo do caos que se anuncia, à morte do belo nas águas cristalinas de um capitalismo selvagem, sem calma e sem alma!
Uma noite de primavera, sinto o vento.
Ouvi uma batida na porta.
É o tempo.
Abri a porta e de repente um beijo suave no rosto, recordo um amor que perdi e o tempo ri.
Eu chorei.
Os amores terminam em alguns becos sozinhos e ressurgem em algum sonho.
Eu ainda criança.
Apresentei para todos na sala, era meu pai.
Que alegria de fazer a apresentação.
O tempo passa, sem eu ver.
Também vai passar para você.
Por muitos momentos vivemos entre o sim e o não, sentindo-nos sós, no inferno, sonhando com o paraíso.
Há coisas que é preciso dizer, mas faltam ouvidos para entender.
O tempo já dissecou muito do que foi;
o tempo faz com que aprendamos a não levar a sério muito do que se imaginava como imutável, sagrado.
Também é engraçado olhar para tudo o que nos fez sofrer.
Engraçado porque é cheio de graça.
Graça, do latim “gratia”, favor, merecimento, engraçado.