Cativos do Amor
Namoraram dez anos. Noivaram cinco. Por fim, o padre casou-os em do Pai, do Filho e Espírito Santo. Oficializaram a bagunça com o preto no branco. Sem festas e convivas foram direto para o cativeiro. A primeira até não, ainda rolou uma certa harmonia; mas da segunda noite em diante, as noites eram regadas aos sopapos e pontapés. A festa é tão inebriante, que dispensam os elogios dos pernilongos. A polícia tem procurado, mas o cativeiro está localizado em local seguro e dispensa sentinelas. Embora se rebele ela afirma categoricamente que foi e continua sendo bem acolhida. "Não me importo se ele não me ama o suficiente: eu o amo para nós dois e isto move montanhas".
A esposa, cujo nome é Maria da Penha, já registrou seis queixas contra o marido; que atende pelo apelido de Santo. No boletim, ela declara que foi ameaçada de morte; porém, por outro lado, também revela que o ama e jamais ficará sem a sua proteção, que além de amante em potencial, é homem macho dos bons. "Que essa união estável nos mantenha, marido e mulher, para o resto de nossas vidas; até que a morte nos separe". Este é o "aceito como meu legítimo esposo", sempre que está frente à frente com o Delegado.