Haja Zé!!! “Conto cômico”
Zé Ambrósio acreditava piamente em uma crença de família passada de geração a geração e que teve início há mais de 400 anos sem quebrar um único descendente. A crença era que se todos os homens daquela hierarquia familiar recebessem o nome de Zé e sendo o segundo nome iniciado com a letra “A”, sem repetir um nome sequer, que todos viveriam mais de 90 anos sem adoecer. Assim, querendo cumprir uma promessa que fez ao seu pai, antes de falecer, o senhor Zé Antonio continuou a dar seguimento, pois até então, que se tinha ciência, todos os homens daquela família viveram sim, mais de 90 anos. Todos esbaldando saúde. Mas todos levavam o nome de Zé; sendo o segundo nome iniciado com a letra “A”.
Passaram-se até então mais de quatro gerações de zés! Foram eles os antepassados da ordem crescente dos Zés:
-Zé Anastácio, pai de Zé Amarildo, que era pai de Zé Arlindo, que era pai de Zé Alírio.
-Zé Apolinário, irmão de Zé Anastácio, que era pai de Zé Alento, que era tio de Zé Antônio, que era irmão de Zé Almenara, que era pai de Zé Aturnino.
-Zé Agripino que era solteirão.
-Zé Ambrósio, irmão gêmeo de Zé Antonino, ambos se casaram. As suas esposas, só tiveram filhas . Até que ele morreu. Antes de completar 90 anos de idade, quebrando assim aquela secular tradição. Zé Antonino, muito preocupado, já às vésperas de completar 85 anos e tossindo muito e sentindo fortes dores no peito, temia que pudesse vir a falecer antes de completar seus noventa anos de idade, visto que seu irmão gêmeo havia falecido com oitenta e um. Assim, resolveu investigar o que pudesse ter acontecido para aquela crença ter se quebrado e caído uma maldição sobre aquela família. Sendo que todos eles que se casaram e tiveram seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos, todos do sexo masculino receberam fielmente os referidos nomes de Zé acrescidos de segundos nomes iniciados com a letra ”A”. A família, que vivia a quatro séculos naquele vilarejo do interior do Pará, começou assim a ser motivos de chacotas e piadinhas de mau gosto por parte de amigos, parentes e vizinhos, que diziam:
- Lá vem a Zezada!!! – e outros diziam:
- Haja Zé!!! – zombavam quando qualquer um deles passava nas ruas:
- É Zé cá, é Zé lá, é Zé aqui e Zé acolá!!!
- Zé Antonino começou assim uma caça aos Zés da família. Montou uma árvore genealógica para tentar descobrir onde pudesse estar o vilão daquela história, culpado da quebra da tradição secular de seus antepassados. Ele temia que pudesse falecer antes de desvendar aquele mistério que muito o intrigava e o deixava receoso. Já com idade avançada, ele resolve buscar a ajuda do escrivão da pequena e pacata cidade onde viviam. Pois lá estavam registrados todos os Zés daquela família. Foram muitos livros revistados. Livros que já se encontravam em estados lastimáveis de conservação! Até que ele encontra enfim em meio aos Zés, um suposto filho bastardo de seu falecido irmão Zé Ambrósio. Que recebera o nome de Zé Maria!!!
E ele diz satisfeito:
-Achei o desgraçado!
Muito intrigado e revoltado com aquela situação que ele achava mesmo ser uma traição de família resolveu ir procurar aquele infeliz, que fora assim o causador da quebra da antiga tradição deles. Chegando à casa desse seu meio sobrinho, ele bateu palmas, até ser atendido por uma senhora de meia idade, que foi logo o afrontando com uma garrucha nas mãos! Ele, muito assustado, chegou a pensar que esse seria o teu fim. Morrer assassinado antes de completar seus noventa anos de idade.Que destino cruel! A mulher de nome Maria, aproximou-se dele muito cismada, perguntou de onde vinha e o que queria por aquelas bandas? E ele tremendo as pernas respondeu:
-Vim em busca de meu sobrinho, filho de meu irmão Zé Ambrósio! Descobri que meu irmão teve um filho fora do casamento!E parece que a senhora não respeitou as nossas regras de família e não deu o nome devido ao seu filho, quebrando assim a nossa tradição que já se arrasta há mais de 400 anos! - a mulher, muito assustada e ressabiada, respondeu:
_ É que o senhor não sabe, mas, a nossas famílias já faz prá mais de quatrocentos e trinta anos, que tem uma tradição também; que todas as mulheres que tiverem filhos bastardos têm que ter o nome de Zé acompanhado de um nome de santa! Para Deus perdoar os nossos pecados e não permitir que nossos maridos morram viúvos!!!
Valleria gurgel.
Zé Ambrósio acreditava piamente em uma crença de família passada de geração a geração e que teve início há mais de 400 anos sem quebrar um único descendente. A crença era que se todos os homens daquela hierarquia familiar recebessem o nome de Zé e sendo o segundo nome iniciado com a letra “A”, sem repetir um nome sequer, que todos viveriam mais de 90 anos sem adoecer. Assim, querendo cumprir uma promessa que fez ao seu pai, antes de falecer, o senhor Zé Antonio continuou a dar seguimento, pois até então, que se tinha ciência, todos os homens daquela família viveram sim, mais de 90 anos. Todos esbaldando saúde. Mas todos levavam o nome de Zé; sendo o segundo nome iniciado com a letra “A”.
Passaram-se até então mais de quatro gerações de zés! Foram eles os antepassados da ordem crescente dos Zés:
-Zé Anastácio, pai de Zé Amarildo, que era pai de Zé Arlindo, que era pai de Zé Alírio.
-Zé Apolinário, irmão de Zé Anastácio, que era pai de Zé Alento, que era tio de Zé Antônio, que era irmão de Zé Almenara, que era pai de Zé Aturnino.
-Zé Agripino que era solteirão.
-Zé Ambrósio, irmão gêmeo de Zé Antonino, ambos se casaram. As suas esposas, só tiveram filhas . Até que ele morreu. Antes de completar 90 anos de idade, quebrando assim aquela secular tradição. Zé Antonino, muito preocupado, já às vésperas de completar 85 anos e tossindo muito e sentindo fortes dores no peito, temia que pudesse vir a falecer antes de completar seus noventa anos de idade, visto que seu irmão gêmeo havia falecido com oitenta e um. Assim, resolveu investigar o que pudesse ter acontecido para aquela crença ter se quebrado e caído uma maldição sobre aquela família. Sendo que todos eles que se casaram e tiveram seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos, todos do sexo masculino receberam fielmente os referidos nomes de Zé acrescidos de segundos nomes iniciados com a letra ”A”. A família, que vivia a quatro séculos naquele vilarejo do interior do Pará, começou assim a ser motivos de chacotas e piadinhas de mau gosto por parte de amigos, parentes e vizinhos, que diziam:
- Lá vem a Zezada!!! – e outros diziam:
- Haja Zé!!! – zombavam quando qualquer um deles passava nas ruas:
- É Zé cá, é Zé lá, é Zé aqui e Zé acolá!!!
- Zé Antonino começou assim uma caça aos Zés da família. Montou uma árvore genealógica para tentar descobrir onde pudesse estar o vilão daquela história, culpado da quebra da tradição secular de seus antepassados. Ele temia que pudesse falecer antes de desvendar aquele mistério que muito o intrigava e o deixava receoso. Já com idade avançada, ele resolve buscar a ajuda do escrivão da pequena e pacata cidade onde viviam. Pois lá estavam registrados todos os Zés daquela família. Foram muitos livros revistados. Livros que já se encontravam em estados lastimáveis de conservação! Até que ele encontra enfim em meio aos Zés, um suposto filho bastardo de seu falecido irmão Zé Ambrósio. Que recebera o nome de Zé Maria!!!
E ele diz satisfeito:
-Achei o desgraçado!
Muito intrigado e revoltado com aquela situação que ele achava mesmo ser uma traição de família resolveu ir procurar aquele infeliz, que fora assim o causador da quebra da antiga tradição deles. Chegando à casa desse seu meio sobrinho, ele bateu palmas, até ser atendido por uma senhora de meia idade, que foi logo o afrontando com uma garrucha nas mãos! Ele, muito assustado, chegou a pensar que esse seria o teu fim. Morrer assassinado antes de completar seus noventa anos de idade.Que destino cruel! A mulher de nome Maria, aproximou-se dele muito cismada, perguntou de onde vinha e o que queria por aquelas bandas? E ele tremendo as pernas respondeu:
-Vim em busca de meu sobrinho, filho de meu irmão Zé Ambrósio! Descobri que meu irmão teve um filho fora do casamento!E parece que a senhora não respeitou as nossas regras de família e não deu o nome devido ao seu filho, quebrando assim a nossa tradição que já se arrasta há mais de 400 anos! - a mulher, muito assustada e ressabiada, respondeu:
_ É que o senhor não sabe, mas, a nossas famílias já faz prá mais de quatrocentos e trinta anos, que tem uma tradição também; que todas as mulheres que tiverem filhos bastardos têm que ter o nome de Zé acompanhado de um nome de santa! Para Deus perdoar os nossos pecados e não permitir que nossos maridos morram viúvos!!!
Valleria gurgel.