Eu era criança e não pude ir ao velório, contudo lembro do rosto de assombro de meus vizinhos ao retornarem do enterro de D. Etelvina - uma senhora dos seus 97 anos bem branquinha , de olhos azuis e vivíssimos . Era descendete de alemães a viver sozinha nesta cidade de Caraguatatuba.
De sua família nada sabíamos, se é que ela tinha. Minha avó contou que a falecida velhinha chegara a cidade com seus 19 anos e com uma maleta cor de abóbora. Sempre muito educada e sorridente cumprimentava a todos que cruzassem o seu caminho, e uma dessas pessoas foi minha avó Mariana de Moura.
Os anos se passaram vovó fez amizade com D. Etelvina, que não se casou, nem filhos deixou....Foi tecelã numa fábrica de tecidos e morava de aluguel numa pensão ara moças de fino trato até a década de 40. Após alguns anos consegui fazer uma casa de 50 m2 e uma loja de roupas ao lado desta - lugar em que trabalhou até seus último dia.
O que espantava todo o bairro era que ao chegar próximo do caixão as pessoas visualizavam a cena de uma morte adocicada, pois a velhinha estava sorrindo... Por que morreu desse jeito não se soube, e para sempre será um profundo e curioso mistério. QUE DEUS A TENHA E QUE ESTEJA FELIZ ...
Renata Emily
Enviado por Renata Emily em 12/08/2013
Reeditado em 12/08/2013
Código do texto: T4431018
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