o sonho com a sereia
Andava meio insípido, sentia os músculos frouxos o corpo cansado o espelho turvo reverberava contra ele produzindo contradições daquilo que sonhara na noite próxima passada. As mãos tremiam-lhe e o copo chocalhou derramando um pouco do vinho sobre o corpo e ela pensava que fora de propósito para alguma tentação. Mas ele estava a milhares de milhas daqui ou dali ou de algum lugar. A gente quer que o amor sobreviva a toda e qualquer tempestade, mas tudo se acaba como a morte e é tão sem finalidade que o tempo não alivia ao contrário promete o fim da esperança em alguma esquina... Ninguém em sã consciência escolhe amar; as coisas é um acontecer de fatos e atos. Como explicar que com tantas e tantas mulheres e ou homens e uma pessoa ir gostar de uma justamente a complicada? Acho que o sonho da bebedeira justificava a embriagues que flutuava numa sensação de estar separado de seu corpo, incapaz de uma decisão ou atitude. Sentia que precisa ser tangível naquela hora por alguma sereia e viesse num farfalhar dizer ao seu ouvido o que é o desejo? Olhando-se ao espelho, tornou a piorar. Será que nenhum pássaro poderia vir orquestrando alguma melodia para consolá-lo? Sereia só no mar! Mas onde foi que ele a viu passar, não poderia ao menos apiedar-se dele nem mesmo acalentar algum consolo e conforto para seus devaneios, sentia-se com uma ambição desmedida e espírito covarde. A noite estava escura e nem lua cheia havia o que o consolava eram os vaga-lumes rodeando pelos ares, o rumorejar do vento e ao longe o coaxar de sapos e rãs que se misturava a outros sons não identificáveis em perfeita orquestra; uma contradição o local encapelado e ele estrugido sem estar enfurecido.