"O JOÃO DA VACA E A ÉGUA POCOTÓ ADOECIDA" (1a.parte)

Lá pelos anos sessenta tinha um sujeito que morava nos fundos do bairro São João em Mogi das Cruzes, que era conhecido pela alcunha de João da Vaca, não que ele tivesse alguma vaca, diziam uns que ele tinha cara de vaca, outros, fora ladrão de gado e alguns ficavam na dúivida, ele era bom sujeito, bebia suas cachaças, vivia de biscates, não incomodava ninguém e a maioria do tempo perambulavga pelos terrenos baldios, não se sabe fazendo o que. Como ele vivia pelos matos, dava de comer para uma égua abandonada, uma pangaré manca tordilha amarrada num pau de cerca.

A égua era muito velha, magra, vivia do capim e água que o João da Vaca caridosamente oferecia, um dia o pobre animal arriou as quatro patas, deve ter de vez adoecido. Devido aos cuidados prestados, o João da Vaca ficou sendo o João da Vaca da Égua Pocotó adoecida, mas essa alcunha não era impingida na frente do homem, mas suas costas. O caridoso João dava de comer e beber quase na boca da égua. Ningúem se importava com o animal, só o João.

Certo dia a égua adoecida faleceu.Pronto! Estava criado o impasse.

Caberia a seu dono cuidar do enterro da égua, mas ninguékm se prontificou, haveria despesas, taxas, essas coisas.

Passados alguns dias, nenhuma providêncvia foi tomada, uns diziam que o animal era do "Seu João",a quem pertencia a obrigação de dar sumiço na cadaver, enquanto o homem alegava que a égua não era dele de jeito nenhum.

Um fiscal da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes tentou entregar ao João da Vaca uma intimação já com uma multa, o que o João se recusou a recebê-la alegando que a egua não tinha dono, bateu boca com o fiscal e foi dar parte na Delegacia de Polícia que achou melhor deixar por isso mesmo, a Prefeitura alegava que não tinha pessoal especializado para enterrar égua falecida, a vizinhança já reclamava do mau cheiro. Fizeram um abaixo-assinado e os urubus ja ensaiavam um banquete. Um desleixo, diziam todos, na hora da eleição a conversa era outra.

Nessas horas não aparece nunca o dono do mal-feito!

Finalmente, um grupo de incomodados e abnegados resolveu

enterrar a égua pocotó adoecida. Fizeram uma funda valeta ali mesmo e arrastaram a carcaça fedorenta e encerraram o caso, mas o João da Vaca não participou do féretro para não comprometer-se com a alegada ingratidão de deixar a vaca sem cuidados. (continua)

Tal fato é lembrado pelo contador de histórias, Seu Lázaro, que eu redigi, lembrando que quem conta um conto aumenta um ponto.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 31/05/2011
Reeditado em 01/06/2011
Código do texto: T3005348