Canha X Dereção - Um Causo Pela Segurança Nas Estradas.

Indiada Vééééia do Recanto das Letras!

Meu nome é Steve Johnson de Almeida e já não cozinho nem na segunda fervura! Mas já fui e ainda continuo jove. Também já usei bombacha boca de sino e tive o penteado assentado com Glostora. Sempre fui muito responsáve, mas como diz o ditado: "Quanto mais véio, mais bobo o paiaço fica!", com o passar dos ano, o que fiquei de experiente fiquei de confiado. E isto não é lá uma cosa muito boa, vai um dia, o índio facilita e tá feita a cagada!

Pois foi justo isto o que se assucedeu comigo naquela noite que se despedimo da solterisse de um amigo, foi no fandango que comemorô a úrtima noite de liberdade do Edemoirso. Festança com copa franca! Acho que acabei enchendo a mufa de cañha dois dedo além da conta...A certa altura tava lá eu, dê-le charla com uma china! Desatado numa prosa só e ela bem quietita. Já tinha enchido ela dos elogio, inté falado que ela era a formosura do baile e cosa e losa...Convidei prá dançá e ela nada, sem dá um pio! Daí pensei: "Quem cala consente!" e resolvi atacá... Bueno! Quem me salvô de vexame maior foi o ecômono, que se chegô sugerindo que já era hora deu deitá o cabelo. Donde já se viu uma cosa dessa! Disse ele com poca pacença... Ficá numa charla respeitosa ainda vá lá! Passava! Mas se atracá a bejo na samambaia da decoraçã era uma cosa por demais de abomináve!

Antes que confusã pior acontecesse, resolvi acatá o conseio. Divisei a porta da saída, traçei um "S" imaginário e me fui.

Campeei a viatura na frente do bolicho e atrepei (não sei bem como!),

bati o arranque um monte de veiz e nada de pegá! Quando já tava prendendo o grito prá alguém empurrá, reparei que a chave da inguiniçã que eu tanto torcia era a oreia dereita do Ronni Vão, meu cavalo...

Depositei toda minha confiança no senso de rumo do matungo e se fumo noite adentro.

Passando pelo açude do Clemente, não sei se perdi a noçã do trote na escuridã ou se na ãnsia de me mantê no prumo carquei demais os garrão nas virilha do animal, o fato é que, em alta velocidade, se perdêmo na curva! Com o frangaio de reflexo que ainda tinha tentei uma manobra de úrtima estança, arrisquei dar um cavalo de pau, e só consiguí dar COM o cavalo NUM pau! Enorme, um calipe bem troncado...

Minha vida toda passô num pentelhésimo de segundo e lá tava eu, estabacado no lado da estrada. Dor eu não sintia, também mexê não me mexia. Amanheceu, e não bastasse o bando de aribú que se ajuntava, eu só me convenci de que houvera morrido, quando do nada, surgiu um véinho de barba branca que me extendendo a mão, falô: "Vãmo nessa Steve! Findô-se esta encadernaçã!"

Bueno, esta história é imaginária. Não aconteceu comigo! Cruz em credo!

Mas bem poderia ter acontecido comigo, contigo, com qualqué vevente que comete a estupidez de misturá cañha com dereção.

Steve Johnson de Almeida
Enviado por Steve Johnson de Almeida em 01/08/2009
Código do texto: T1731510