CONSELHO DA MÃE PRO FILHO...

CONSELHO DA MÃE PRO FILHO...

Completei dezoito anos

Disse a mamãe vou embora

Vou por em pratica meus planos

Por esse mundão afora

Vou seguir essa viagem

Levando em minha bagagem

As saudades da senhora

Fazer como um passarinho

Que alça vôo do seu ninho

Pra se aventurar na flora

Ela baixou a cabeça

Com essa decisão ingrata

Disse filho não me esqueça

Pois a dor já me maltrata

Olhei tristonho o seu rosto

Vi as lágrimas do desgosto

Descendo igual à cascata

Lamentando essa partida

Por ela já pressentida

Que estava na hora exata

Arrumou a minha mala

Com as roupas passadinhas

Foi comigo até a sala

Olhou para as feições minhas

Disse filho eu te gerei

Por nove meses o guardei

Nesse meu ventre fecundo

Isso hoje me desconforta

Em saber que a primeira porta

Fui eu quem lhe abri pra o mundo

Ela secou minha face

Que estava umedecida

Ao se dá o desenlace

Na hora da despedida

Falando assim filho meu

Cumpra o destino seu

Por esse mundo sem fim

E disse com emoção

Veja se seu coração

Não vai se esquecer de mim

Vá em busca dos seus sonhos

E de suas aventuras

Se houver momentos tristonhos

De dores e amarguras

Jamais meu filho esmoreça

Porque baixar a cabeça

Dar margens para o fracasso

Porque por essas paragens

Vantagens e desvantagens

Dividem o mesmo espaço

Não se iluda com farturas

Que vem com facilidade

Porque entre essas venturas

Por vezes a falsidade

Se encontra ali embutida

Da forma mais atrevida

Com resquícios de maldade

Transformando a esperança

Da mais sublime bonança

Em tormenta e tempestade

Por alvissareiros traços

Três mães irá encontrar

A do céu sempre seus passos

Guia e protege onde andar

Essa que ora padece

Fica aqui fazendo prece

Para que na caminhada

Só encontre paraíso

E motivos para sorriso

Ao longo dessa jornada

A terceira mãe meu filho!!

Que está nesse patamar

Pode causar-lhe empecilho

E fazer você se irritar

Que não lhe seja problemas

Confusões e nem dilemas

Que venham a perturbar

Não leve em conta as bobagens

Pois são meras personagens

As mães de o povo falar

Às vezes são tortuosas

As curvas desses caminhos

Lembre-se que antes das rosas

Logo se encontra os espinhos

Armadilhas e maldades

Se essas más qualidades

De repente nos alcança

Mas sempre Deus nos socorre

E a última coisa que morre

Em nós é a esperança

Seja humilde sempre, filho

Sem confusão e nem alarde

Mantenha nos olhos o brilho

E também jamais se acovarde

Porque sendo honesto e forte

Acha o caminho da sorte

E obtém a vitoria

E entre jardins e pomares

Alcançará os patamares

Que vão aos píncaros da gloria

Minha bênção filho amado

Receba nesse momento

Meu coração machucado

Porém em nenhum momento

Vai lhe esquecer um segundo

Viva a vida corra mundo

E um dia quando voltar

Da floresta pra seu ninho

Terá de novo o carinho

Que a mamãe guardou pra dar

Carlos Aires 31/03/2009

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 31/03/2009
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1515166
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