O objeto do amor

“Melhor sonhar na verdade

Que amar na mentira.”

Moacir Franco

Por que você está fora Aline?

Sobre a sua frase

Se me permite

Não é possível amar na mentira

Por que o amor, móbil de amar, apenas é possível na verdade

E essas são de duas naturezas

Reais ou sonhadas

Se for possível amar na mentira no mundo real

Também o será no mundo dos sonhos

Ainda mais porque este é muito, muito mais elástico...

De qualquer forma

Melhor coisa é amar

Seja em realidade seja em sonhos

Ambas as formas servem ao coração humano

A segunda é silenciosa e solitária

Como uma dor profunda e aguda com a qual

Alguém, o ser que ama, para não sofrer,

Deve se acostumar como quem se acostuma

Com o frio da madrugada.

Amar nesse caso poderia ser tudo

Mas para muita gente pode se converter em nada.

É preciso saber amar...

Quanto à outra forma

Amar na realidade

Acontece quando o objeto do amor existe

Quando se conhece

E isso pode se dar de duas formas

Você pode amar e o objeto do amor saber que é amado por você

Ou você pode amar em oculto

À distância

Em silêncio

Em segredo

Sem que o objeto de seu amor saiba que é amado por você

Nesse último caso

Pode-se até pensar que é amar em sonho

Mas não o é

Amar é sonhos é amar sem conhecer o objeto do amor...

Bem

Se você ama e quem você ama sabe que você o ama

Podem acontecer duas coisas

O objeto do amor pode dar importância e valorizar o seu amor

Ou simplesmente desprezá-lo

No primeiro caso

Podem acontecer duas coisas

Ele pode amar você

Amar em realidade

Afagos e carinhos

Felicidades

Ou pode acontecer

De ele dizer que é grato

Mas que não pode corresponder

Isso se for um Homem ou uma Mulher

Pois ainda pode ocorrer

De ele, o objeto do amor, apenas gostar de você

De você como objeto

Ou nem isso, mas

Nisso vislumbrar uma oportunidade

De fazer experiências amorosas...

Quem alimenta assim esperanças

Tratando o coração humano

Como se fosse um objeto qualquer

É digno de pena

E não merece o amor de um homem

Ou uma mulher...

Amor é coisa rara

Acontece pouco na vida

Cada um é um corte profundo em nossa alma

Que ao contrário do corpo material

Nela nunca se saram as feridas...

Amar na mentira

Não pode existir

A mentira é uma terra estérea ao amor

Estérea aos irmãos e irmãs, e a todos os parentes do amor,

Tudo de bom nela morre,

É um veneno para humanidade,

E quem mente cava o seu próprio abismo

No qual se afunda sem perceber

E já tarde de mais grita por socorro

Mas como é tarde de mais,

Ninguém pode socorrer...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 21/05/2008
Reeditado em 21/05/2008
Código do texto: T999399
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