CARTA DE DECISÃO

Amo você, inegavelmente amo você… até os ossos, até atravessar todos os poros da pele, até ultrapassar todos os limites de desejo… até doer a epiderme. Até a febre lançar mão da convulsão e se jogar no precipício da erupção presumida.

Desejo-lhe com a tolice dos instintos não explicados na evolução. Desejo-lhe com a ânsia de uma doença rara mal estudadas pelos negligentes.

Submeto-me a você como uma serva imprevisível, carente e desleixada para saciar sua louca e efêmera vontade primitiva.

Eu amo você… mas não posso ficar nem ter você porque não posso aprisionar você no meu altar possessivo de devoção contra tua vontade.

Então proclamo tua liberdade sem culpa. E proclamo também a minha, sem alimentar minhas fantasias de cotidiano, sem nenhuma presunção de espera e de mistério.

Almejo sua felicidade com a mesma excitação que meu corpo despeja ante o atrito esperado ou inesperado da tua pele com a minha. Ante os arrepios que se antecedem. Ante a veracidade que nossos beijos se consagram, ante o suspiro ofegante da pronúncia quase inaudível dos nossos nomes, quando é preciso nomear aquilo que se aquieta e satisfaz.

Encontro paz no menor brilho dos teus olhos que possam ser tradução de completude.

Me sinto menos perdida quando, já em mares alheios, percebo que encontraste o norte que tanto almejava.

E o amor faz com que eu continue seguindo...

Sempre serás parte da minha felicidade...

Se és feliz… hei de ser feliz também.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 22/04/2025
Código do texto: T8315872
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