Esperando pelos Sóis, debaixo dos lençóis

Leonora, nobre lavadeira, bom dia!

Serei breve; portanto, é para te dizer que a madrugada velha sempre revela uma alma penada,

Despida de sonhos,

Sem amor,

Sem carinho,

Perdida,

Na rua da Amargura,

Sem número.

Bom dia e namastê,

Para todos nós,

Para você!

Costuram,

Alinhavam,

Adubam,

Remendam,

Semeiam,

Tudo é terreno fértil,

E dá pano prá manga em água suja.

A 1000, assim viveu Mil tom

Ainda que esbarrando nas volumosas pedras,

A corredeira do rio passou,

O avião enfumaçando o céu,

Passou ;

O andarilho sob vagarosas passadas,

Passou,

O ferro elétrico sob temperatura máxima,

P assou,

Cantarolando a revoada de pássaros,

Passou,

Milton Nascimento está passando,

E sem nunca mais ser lembrado,

A vida para Ele,

Sem moldura,

Sem (por)tela,

Desfigurada pintura,

Nota silenciada,

Acorde quebrado,

Há de passar.

No enredo de sonhos e samba da vida,

Os instrumentos,

Por quais nota por nota,

É regida e composta,

Se confundem no tom e na cadência do ritmo.

Não limite ainda mais,

O seu limitado,

Mundo.

Expanda suas lentes de contato para além do alcance...;

Contudo, mesmo contragosto do limitado,

Os ponteiros dos relógios impõem limite.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 09/03/2025
Reeditado em 09/03/2025
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