Esperando pelos Sóis, debaixo dos lençóis
Leonora, nobre lavadeira, bom dia!
Serei breve; portanto, é para te dizer que a madrugada velha sempre revela uma alma penada,
Despida de sonhos,
Sem amor,
Sem carinho,
Perdida,
Na rua da Amargura,
Sem número.
Bom dia e namastê,
Para todos nós,
Para você!
Costuram,
Alinhavam,
Adubam,
Remendam,
Semeiam,
Tudo é terreno fértil,
E dá pano prá manga em água suja.
A 1000, assim viveu Mil tom
Ainda que esbarrando nas volumosas pedras,
A corredeira do rio passou,
O avião enfumaçando o céu,
Passou ;
O andarilho sob vagarosas passadas,
Passou,
O ferro elétrico sob temperatura máxima,
P assou,
Cantarolando a revoada de pássaros,
Passou,
Milton Nascimento está passando,
E sem nunca mais ser lembrado,
A vida para Ele,
Sem moldura,
Sem (por)tela,
Desfigurada pintura,
Nota silenciada,
Acorde quebrado,
Há de passar.
No enredo de sonhos e samba da vida,
Os instrumentos,
Por quais nota por nota,
É regida e composta,
Se confundem no tom e na cadência do ritmo.
Não limite ainda mais,
O seu limitado,
Mundo.
Expanda suas lentes de contato para além do alcance...;
Contudo, mesmo contragosto do limitado,
Os ponteiros dos relógios impõem limite.