Poeira
Mesmo cedo,
me vou tarde.
Não fico mais
que o tempo
que me foi dado.
Gastei as horas
que eu ja não tinha mais,
quando os dias
tão breves e
no momento em que
uma folha de mim
já se desprendeu.
E como o livro antigo
esquecido no canto
da velha e empoeirada
estante da vida,
Tenho histórias
em páginas surradas,
Algumas não lidas
que envelhecem a sós
Me vou sem alarde,
embora eu ache cedo,
mas vou tarde.
Levo os arremedos
que me foram permitidos.
mas deixo-te,
a poeira do poema
em que me tornei.