Ao meu querido vovô (In memoriam)
Santana do Ipanema – AL, 14 de agosto de 2024
Querido vovô,
Quando o senhor partiu eu tinha apenas três aninhos; infelizmente não lembro do senhor, da sua fisionomia, sua voz, suas manias... contudo, cresci sabendo que o senhor sempre foi um homem íntegro, honesto, de valor; um pastor que conduziu suas ovelhas (família) para o melhor caminho. Mais recente descobri que o senhor era poeta, poeta cordelista; que honra, que orgulho de ser neta de alguém tão honesto, conselheiro, e de coração tão bom; além de excelente profeta e declamador.
Nesta carta, vovô, quero falar que adoraria ter ouvido o senhor declamar um bom poema, adoraria ter ouvido o senhor improvisar um bom cordel, e claro, adoraria ter ouvido o senhor ler a palavra de Deus e a meditá-la, pois sempre soube que o senhor amava fazer isso e fazer com o coração cheio do Espírito Santo.
Queria tanto, vovô, ter tido a oportunidade de escrever um poema contigo e juntos declamá-lo, oh, como queria! mas, quero que o senhor saiba que consegui um CD de poemas declamados pelo senhor; meu coração se encheu de orgulho e meus olhos de lágrimas ao ouvir sua voz, sua doce e peculiar voz, nunca ouvida antes (que eu consiga lembrar).
Vovô, agora me despeço pedindo a Deus que cuide do senhor aí no jardim celestial e que me conceda lindos sonhos ao seu lado, declamando poemas e meditando a Sagrada Escritura; e quem sabe não nos encontraremos na eternidade.
Com amor que não cabe em meu peito,
Sua neta
Quitéria Abreu