Carta para alguns, ou para Todos
Maddona, Pablo Vitar, Felipe Neto, Anitta, JoJo tadinho; ops: Todinho e legião de afiliados, tenho muito mais para lhes escrever, mas devido os ventos Norte que movimentam as nuvens, constantemente, prenunciando um bom, belo, suave e leve sarau poético, ora versificado, ora declamado, ora musicado, serei breve.
Vou arredar a cadeira para a varanda e apurar as vistas e ouvidos à contemplação . E nem bem os acomodei no misterioso e enigmático ocaso, ouçam o que os ventos ocultos me trouxeram:
"Era um domingo de lua, quando deixei Jatobá.
Era quem sabe a esperança, indo a outro lugar..." -
verso de Barcarola de São Francisco, letra composta por Geraldo Azevedo, interpretada pelo grupo vocal Boca Livre.
Apreciando esse verdadeiro transporte anímico, princípio a finalização desta simplória missiva. Todavia, antes, longe de ser apelo moral, saibam sempre, que vós sois responsáveis por parte dos atos de quem os ouve; o que vale para quem escreve, para quem pinta, para quem usa as mãos para moldar a peça em argila ou cristal; enfim, vale para gente de bem, desejando o mesmo para seu semelhante.
À continuação, feito pipa levada pelo e trazida de volta às mãos, quem sabe a indagada esperança versificada por Geraldo Azevedo tenha chegado ao lugar desejado, cujo cais ancoradouro é o vosso coração?
Quem sabe?
Você!
Paz e bem; e prosseguindo com a leveza que emerge das profundezas da essência humana, Versos Gauchescos:
Quem procura gauchadas nas fronteiras do Sul,
Porto Triste,
Encontra o Rio Pequeno do Sul inundado,
No Guaíba,
Horizonte pálido ao longe
Embarcações boiando no cais;
Arroz e carneiro nos pampas,
Gaita e gaiteiros nos galpões,
Calientes cuias de chimarrão nas mãos,
Senhores e senhoras despidas das vest es a rigor,
Tragédia e caos;
Quem procura gauchadas nas fronteiras do Sul,
Grito de separação,
Farrapos pilhados,
Farroupilha,
Revolução,
Poesias explosivas,
Anitta Garibaldi,
Bomb(a)chas.
Um dia o que eram sorrisos doces feitos de açúcar,
Sob chuvas intensas ou sob escaldante Sol,
Desfazerem-se-a,
Lamentos de sal.
Impossível o homem viver um,
Dez,
Cinquenta,
Oitenta ou mais anos,
E pelo menos uma vez,
Não chorar.
Que as lágrimas que rolam,
Sejam ralas,
E nas faces,
Desfaçam,
Não ralem.
Bicho de 7 Cabeças:
A vida é uma poesia,
Uma poesia,
Na qual,
A ilusão do poeta sucumbe-se,
Momento que as verdades emergem,
Emergem das profundezas de sua essência,
E sobem à superfície a acidez,
Embriaguez,
Sensata lucidez.
Vindo de outras dimensões,
Zé Ramalho não é alienígena para qualquer bicho;
Ainda que o bicho tenha dentro de sua cabeça,
Sete Mentes.
Bicho?
Existem aos montes,
Mas se algum dEles disser que possui 7 mentes,
Escandalosamente.
As vestes de Zé Ramalho,
Tomastes conhecimento;
E a sua:
Vestes qual poesia?
Então bicho,
Bicho de 7 cabecas,
Versificar as verdades é preciso,
Iludir-se,
Não é preciso.