Tributo a Edgar Allan Poe
Never more
Poe, compartilho da sua dor.
Aqui do meu leito no escuro quarto vazio,
Procuro com os ouvidos um som que cause um movimento.
Qualquer um que seja
para abrandar o meu ser.
Nada mais
A cortina estática sem vento que a embale,
assim como as nuvens estacionadas nas alturas,
também as folhas da mangueira.
Nenhum movimento.
Nada mais!
A vida embalada pelos ponteiros do relógio
na noite soturna, aborrecida,
busco um sinal
um sopro que seja
Nada mais!
As flores lá fora
camufladas pela escuridão
assistem polidas o meu pranto.
Pálidas não amenizam essa dor
Nunca mais!
Duas palavras que me envolvem sem aquecer.
Apenas sussurram soluços
Queimados, doloridos,
misturando lágrimas ao suor
causado pelo silencio quente da noite
sem brisa.
Nunca mais...