Cartinha para o nosso Presidente
Meu querido e estimado Presidente Lula é com o coração palpitando de contentamento que escrevo para ti. Inicialmente, falarei sobre minha saúde mental e o que fizestes e o que espero que venha fazer para deixar-me feliz, sorridente, aliviado dos sintomas. Vamos lá....
Com a Copinha Paulista de Júnior e o Campeonato das Favelas (um luxo, só) em curso e o retorno da bola rolando nos gramados de Norte à Sul do país 24h por dia em disputa dos campeonatos estaduais, não tenho dúvida que passarei o ano com a mente leve e calma, próximo do sofá e da telinha; e longe, bem distante da atormentadora depressão. Nunca esquecendo o poder lenitivo do futebol, nesses últimos dias, meus pensamentos têm sido outros. Alívio! Adeus, xô deprê!
O mundo é uma bola que rola; e ela parou de rolar nos gramados, o mundo e as mentes param. Travam. Oxidam. Emperram depressivas. Constatação mundial.
Uuuuh, tenho comigo que o mês de dezembro é, infinitamente, pior que Pandemia. Horrível, horrível. Mas graças a Deus e aos reis da pelota, faz uma semana que estou melhor de cabeça. Para se ter uma ideia, levantei da cama, tomei banho, escovei os dentes, penteei os cabelos, comi nos horários regulares, desci caminhando pela escada para tomar Sol, voltei dormir à noite, estou menos irritado, coloquei a roupa suja no cesto, o coração bate mais compassado; e tudo isso, deve-se ao futebol nosso de todo dia, o que é um Santo Remédio e certamente não é só para mim: aposto!
Meu Presidente Lula, por favor, peço encarecidamente que traga outra Copa do Mundo, Olimpíadas, o Santo Papa e os Jogos Sul-americanos para o Brasil. Meu, do leitor, nosso Presidente, não imagina como me fez e faz bem e ao repassar os jogos desses eventos, meu raciocínio e outro. Aliás, não só o meu, mas a postura, o comportamento, a linguagem, o astral do brasileiro é outro. Renovação total. Existem festas, sinos e sonhos que nos faz bem...
Isso se traduz em números positivos, óbvios para a economia, para a saúde, para a engenharia, para a agricultura, para a pecuária, etc. Quem é brasileiro, sabe o que digo e peço. E tudo inicia pelo esporte, notadamente, o futebol é linha de frente. Somos brasileiros paz e amor e além de não desistirmos, nunca, nada nos abala: nem o sete à um deixa-nos lamentosos. Encarecidamente, nem leve em consideração o Fenômeno, que disse que em "hospitais não se faz Copa do Mundo. Quase perfeito o verso do nosso ex-craque. Relevemos, pois os inúmeros títulos que a "máquina de fazer gols, ganhou, proporcionalmente aos títulos, foram as nossas alegrias. Muito obrigado, Ronaldo: fenômeno dos gramados.
E os berros do Galvão Bueno, ao retumbar o Rrrronaldo ou Rrrrivaldo, na comemoração dos gols? Mágico, sagrado Galvão; saudades eternas!! Vida longa monstro da narração esportiva brazuca.
Bem, é isso. Meu muito obrigado e continue trabalhando, intensamente aí no N e NE, junto aos nossos irmãos e companheiros Vidas Secas. Graciliano Ramos e Rachel de Queirós estirados nos concretos frios, endereços fixos, nos quais estão depositados, estão sorrindo. Sofrimento, sequidão, comer maritacas, lagartos, palma, preás para aliviar a fome e retiro sob Sol escaldante, pisando em pedras pontiagudas e espinhos, para esse povo, nunca mais...; confio em Deus e em ti, amado Lula. Por ser brasileiro, Deus o trouxe para esse país com a missão de ser e és, um líder operário do povo pobre. Com efeito, sabes tu que estirado, sossegado na cama, não há estrada para o sucesso.
E não esqueça do pedido. Agradeço em nome dos mais de 200 milhões de brazucas. Estamos, parcialmente, realizados; e a completude depende de seu esforço em trabalhar por nós. Ah, depende também dos nossos poetas de chuteiras nos pés. É formidável vê-los rabiscar os versos, escrever as estrofes, prosear com a rede e extravasar a emoção de ser o protagonista de ter feito a obra de arte, que é o gooool.
À continuação, é lindo, maravilhoso, quando beijam o escudo do clube e colocam a mão no peito ao ouvirem o Hino Nacional. Sublimes atos de apoio e enaltecimento à democracia. Cantar o Hino Nacional nos estádios antes dos jogos foi a melhor lei - noto que temos uma batelada delas que nos é satisfatória, eficaz, pois são leis para o povo e pelo povo - pelos nossos egrégios Parlamentares do Legislativo. Geniais!
Att.
Mutagambi
P.S.: Quanta emoção foi escrever esta singela, porém expressiva, missiva.