TRISTEZA DE MATUTO
A gente si bota pensá nas imaginanças das coisas, e ajunta um Magote de tulice abestada, Cuma qui sintino sodade qui me dá e é de móio, que chega as bola duzoios querer da caixa sartar.
Lembrançagem de criancisse carregadas pelo lembrar, ouvi mugido de vaca pastano, jegue rinchá no oitão de casa, mae de pote d’agua na cabeça com rudia e umas foias pa mode a agua num derramá, que é pa modi incher os pote.
Zefinha cun fecho de lenha na cabeça, lá é vinha cantano mulé rendera, e papai dando mi as cabras assubiando uma modinha dum nordestino famoso que tanto cantô sua gente e seu turrão. (Hoje é só sodade quele deixô).
Sodade ingasga, e lasca nuzoios as aguanças da farta que tudo isso se faz na vida dagente.
In antes de morrê, inda sonho vê de novo, as coisas que há tempos não butei mais prumagen de vê, mas qui mora aqui dento, queimano o peito de vontade de vortar.
um dia eu vorto...é, um dia eu vorto.
Carlos Silva