Amor e paixão
A gente se amava.
E tanto, que a distância fazia doer a alma.
A saudade chegava no minuto depois da despedida.
Um desejo ardente de presença.
Era amor que preenchia os dias com a alegria da vida.
Tantas juras.
Tanto envolvimento.
Mas a paixão é fogo que abarasa e arrasa.
Quando se vai, deixa marcas indeléveis.
E então a tristeza vira companhia.
E a gente descobre que aquilo, na verdade, era quase amor.
Era quase perfeição.
Mas que amor não sangra.
Apesar da cicatriz, foi ferida rasa.
E então, do nada, a gente se envolve.
Se entrega à novidade, que vem sabe Deus de onde.
Se enlaça com quem parecia ser nada.
E o tempo junta.
De tal forma que descobre o verdadeiro amor.
Sem deslumbre.
Sem sufocamento.
Apenas se vive.
A saudade já não dói, porquê a certeza vai trazer logo.
Mãos dadas.
Beijos sinceros.
Foto no celular.
Amor é isso.
Não tem nome certo e nem completo.
Apenas chega e faz parte da gente como o ar que respiramos.
Como a água que sacia.
Nada doente.
Tudo felicidade.
Sandro R C Costa