Está em Cartas, mas é Quase 1 Livro
"O Brasil é o país do futuro".
Hoje nada mais é, que a extensão de ontem; e o futuro, nada mais será, que hoje, somado o amanhã.
A folia do carnaval acabou, mas o foliões, o rei Momo e os príncipes Bobos continuam usando máscara.
As engrenagens da roda gigante, chamada Mundo, só podem girar manuseadas pelos movimentos de mãos, pernas e percepção da mente.
Amor, é cultura de grãos e sementes que todos escolhem e exigem como iguaria diária; entretanto, não aprendem que semear em ambientes quaisquer, é a solidariedade do continuísmo. Por fim, de tanto alimentarem e não retribuir, com o tempo, finda!
Segundo Carl Jung, "na vida, ou adapta, ou morre". Referenciado em quê, um psicanalista de alto quilate, como Ele foi, cuspiu palavras tão cruéis, ferinas, adaga afiada nas faces humanas?
Provavelmente Jung tenha levado consigo a resposta, porém, algumas considerações devem ser feitas, começando com a que não falta muito, talvez à distância da Terra ao Sol, para a humanidade atingir a razoabilidade. E quando não se criou metas, planejou e seguiu rigorosamente o planejado, o futuro é agora. Ou pior: o futuro foi ontem.
Todavia, perdoada pela falha, que Ela tenha um bom dia; se não, que o saldo númerico da atrocidade diária seja mais leve. Menos contundente e agressivo, como tem sido a devassa causada à frágil e raquítica humanidade, pela Covid.
O que em partes, é devido a inversão no significado da palavra Conhecimento, o qual de certo tempo para os dias atuais, preferem dizer que é Educação, que assassinou a cultura, a percepção, o humanismo, a inteligência intuitiva, em detrimento de ideologias mecanizadas e engessadas.
Quem deve estar ululando na catacumba, é a caveira de Carlito, personagem vivo de Charlie Chaplin, com seu chapéu torto na cabeça, bigodinho ralo, vestindo fraque preto, os sapatos duas vezes maior que os pés e girando o guarda-chuva no ar, desfilava na passarela da simplicidade, com os passos fora do compasso. Enquanto o palhaço Tiririca angaria Poder, o genial mentor do cinema mudo, mostrou ao mundo que humanismo e ser humano, são coisas opostas e, totalmente distintas de significados. Ademais, enquanto estudam as teorias humanas, Ele, foi cátedra em ser humano.
Carlito deve estar sofrendo, sobretudo, porque a modernidade dos redundantes modernos, superou os "Tempos Modernos" dele; e como consequência, sucumbiu à própria modernidade. Afinal, a ilustração de Carlito aos tempos vindouros, não, mas Aldous Huxley em "Admirável Mundo Novo", previu que o gigantismo da humanidade tombaria frente aos minúsculos e invisíveis seres.
Através de títulos, diplomas, nobreza e poder, as máscaras vão apossando das caras. Em contrapartida, esquecendo o conhecimento intuitivo das vistas cultas, que diz: "olhai os lírios do campo, pois entre eles e a finitude do universo, há mais coisas nobres, solícitas e necessárias, que sua vã e estúpida Educação, supõe".
Deveras, perante as leis naturais de domínio universal, a Educação jamais esclarece que sabem de tudo, questionam tudo, para quase nada resolver. Mesmo porque, se assim o fizer, cai em descrédito; levando junto as ciências, principalmente as humanas.
Atualmente, o Brasil conta com um mestre, doutor em Educação Frankfurtiana, que nem o PhD sabe qual a finalidade de sua valorosa pesquisa; e se souber, não tornou-a de eficaz domínio público.
Porém o egrégio, ilustríssimo doutor, tem consciência plena que é abençoado por ex-detento; e ambos, alimentam-se dos cofres públicos. Aliás, o conceito de República democrática é tão ultrapassado, que ao invés de administrar e gerenciar com garras de águia a "coisa" pública, os Municípios, Estados e União tornaram-se indústrias de comodismo, privilégios e boa-vida.
Esquecendo tudo o que nos é, historicamente peculiar e voltando à lúcida solidez Carl Jung, também foi Ele que disse: "Aprenda as teorias e quando seu paciente entrar pela porta, esqueça-as".
No universo humano, apenas o produto do capitalismo, as tecnologias, as doenças, as máquinas, a dor e o sofrimento, são unificados, globalizados, coletivizados; por que o resto mais, vale o axioma sofismático que diz que cada pessoa é única. E dando-o como lição a ser aprendida e não decorada, "cada um em seu canto, sofre o seu tanto".
Os dias de maldição, é mais ou menos assim: fique em casa e morra de fome, ou saia e corra o risco de ser comido pelo Corona. A humanidade nunca teve reais motivos para sorrir, em contrapartida, depois do descobrimento da pólvora, invenção da máquina, ter vislumbrado o petróleo, aprendeu transformar pedras em cimento e apossou da comunicação instantânea do Graham Bell, arreganha os dentes de porcelana para qualquer bestialidade e clica o celular. No entanto, quando menos espera, o dia de ontem e a afiada adaga Junguiana fazem efeito na jugular da massa bruta, sorridente.
Aí, o que era festa de gala imoderada, vira rio de lágrimas à bancarrota em velório!