Carta de Páscoa

Um rascunho de punho,

Testemunho de cunho.

Jesus

O sol se punha maravilhosamente no horizonte, embalado pelas lindas colinas de Jerusalém, fazendo aquela quinta feira se despedir do mundo. Eram minhas últimas horas antes da Páscoa. Chegara a minha triste sorte, a morte. Quando cheguei ao lugar chamado Getsêmani, com meus discípulos cansados, exaustos, precisávamos orar antes de descansar. Era a última noite aqui neste mundo, antes do sacrifício pelo homem. A minha hora estava chegando, meus discípulos estavam tristes, não entendiam o real sentindo de minha primeira vinda ao mundo. De meu sacrifício pela raça caída. Nem eles ainda entendiam bem o que diziam as escrituras a meu respeito. Sentia uma solidão imensa, terrível, uma agonia sufocante me torturando, assustando, desanimando, perturbando. Uma separação insuportável de meu Pai massacrava meu coração. O peso do mundo estava sobre mim. Aquele lindo Paraíso da criação, agora uma cidade maravilhosa, eterna, precisava de um Salvador, de um grande Redentor. O mundo, sua felicidade, dependia daquele momento crucial. A sexta feira chegara, era o dia em que salvaria o homem do pecado.

Alguém tentava me tirar do sacrifício, meu grande ofício. Sabia que sua derrota era o sacrifício perfeito.

A hora da Páscoa se aproximava e o Cordeiro que tira o pecado do mundo morreria pelo homem, conforme as promessas nas escrituras. Inundadas de ternuras, cheias de belas aventuras. A Palavra de Deus. Salvaria o homem definitivamente da morte eterna. Para nenhum cordeiro mais precisar morrer, sofrer. Cheguei a pedir para meu pai passar aquele cálice terrível de mim, mesmo assim ainda insisti na Sua vontade. Estava sozinho implorando a meu Pai por meus discípulos, eles dormiam. Mesmo na oração estava só. Disse aos discípulos para orarem e me retirei outra vez para falar em particular com meu pai. Ninguém orava comigo. Aquela era uma conversa íntima sobre o sacrifício com meu Pai. Estava abatido, sentindo o peso do pecado do mundo inteiro desabando toneladas de dor, horror, dissabor sobre mim. Um anjo do céu passou por mim, me deu forças, coragem, senti a presença do céu novamente, lembrando de minha missão de salvar o Planeta.

Estava chegando a hora principal do resgate humano. O homem perdido, expulso do Paraíso, Adão e sua mulher agora seriam resgatados. Trazidos de e volta para o Paraíso com todas as suas gerações. A morte estava diante de mim. Se não morresse o homem estaria condenado, o inimigo venceria a batalha. Os mundos estavam aguardando esta hora com imenso interesse. A decisão pela salvação da Terra estava chegando ao seu ponto crucial. Morreria na cruz? Como o pior dos homens? Salvaria a raça humana? Estava envolvido pelas sombras deste Planeta caído. Sentia tudo o que o pecado fazia o homem sentir. A dor, o horror, o dissabor, a terrível morte, toda crueldade e muito mais passavam diante de mim. Ainda era pressionado a desistir, mas resolvi insistir pelo existir, do homem. Até o último instante antes de minha morte. Indagado se morreria por um mundo tão moribundo, submundo sem fundo. Se valeria apena ser assim, tão massacrado. Morreria por quem me rejeitaria? Pela raça que mataria? O homem seria digno deste infinito amor? Não, não seria, mas meu amor é e sempre será infinitamente, suficiente. Por isso morreria pelo homem caído, mesmo traído morreria por ele. Estava pronto para a hora marcada desde a eternidade. A hora do sacrifício eterno. Fui cruelmente preso, sem qualquer motivo justo, massacrado, torturando, moído, cuspido, inda mais. As autoridades não queriam me crucificar, mas o meu povo muito insistiu, não desistiu de me matar, na pior das mortes. Morte de cruz. A mais humilhante de todas.

O sacrifício perfeito a meu respeito, agora doía em meu peito leito de dor, de amor, pelo pecador. Cumpriria todas as profecias preditas em minha Palavra. Me entreguei completamente, salvei o mundo, agora novamente com a grande esperança de eternidade.

O homem na cruz me pregou, me matou, mas nesta mesma cruz salvei o que estava perdido.

Agora ainda estou terminando a intercessão pelo homem no Santuário Celestial, quando terminar a intercessão voltarei a Terra. Está chegando a hora novamente, de voltar ao mundo, agora em poder e grande glória, infinita glória. Quando todo olho me verá voltar em poder e toda majestade. Levarei todos os que verdadeiramente me aceitarem, para o Paraíso eterno no Céu. De volta a eternidade sem qualquer possibilidade de um novo conflito. Voltarei e buscarei os meus filhos para o meu eterno Reino. Para a felicidade maravilhosamente eterna...

odolivio
Enviado por odolivio em 15/04/2020
Reeditado em 26/03/2021
Código do texto: T6917506
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