CARTA DE CONFISSÃO
Professora, aprendi muito em cada sessão como Psicopedagoga. Vi o quanto é importante que a criança/ o aprendente, tenha alguém que os enxerguem. Pois a todo momento através dos seus gestos, atitudes, falas e produções eles estão nos mostrando o que pensam, o que sentem, estão pedindo socorro. Mas é imprescindível alguém que tenha um olhar transformador que veja nos detalhes. E devo confessar que aprendi muito, a sessão que mais me tocou é a do Papel de carta, em que meu aprendente se projetou no patinho chorando e disse “Ele está chorando porque sofre bullying na escola” e ao perguntá-lo o por quê? Ele me responde "é porque os outros chamam ele de burro...porque não sabe nem ler e nem escrever”. Bom, quero continuar aprendendo cada vez mais, porque o “professor é um ser inacabado”. Temos que estar sempre na busca do conhecimento para que consigamos compreender e ajudar cada vez mais as crianças/ os alunos, até que eles consigam “transitar pelo aprendizado sem temê-lo ou evitá-lo”. Enfim, é uma longa jornada.
Finalizo essa confissão com a frase de um dos grandes mentores da educação: Paulo Freire, em que ele diz:
“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Isso faz valer porque antes do que sabemos, devemos primeiro ter consciência de quem somos. Quem sou eu? Quem é você? Quem é o aprendente?... Já se fez essa pergunta? O ser humano tem que vir em primeiro lugar, para que essa educação que chega até ele se acomode, se internalize e depois se transforma e transforma o outro, mais o outro e o mundo. Pois estamos todos conectados, é como se fosse uma gigante e inacabada roda de “cirandinha”, onde passamos o que sabemos ao outro pegando em sua mão, ficando ao seu lado, à sua frente, mas nunca de costa para ele.