O Folclorista
Numa operação rato invasor de despensa do dorminhoco Nicanor, troco o dia pela noite e enquanto o sonífero tarja preta não faz efeito, sirvo-lhe um balsâmo em forma de poema, intitulado "Rompante":
Em questão de segundos,
Enquanto as nuvens vacilavam,
A brilhante Lua cheia desceu às profundezas,
E acariciou, docemente, as faces plácidas de William lago.
Corre cutia;
Desvencilhe da bala perdida.
Segue a grosseria:
dia e noite;
Noite e dia!
Ao som e letra da canção Aquarela do Brasil, fecho a página, reinterando os meus sinceros agradecimentos. Abaixo uma nota, lembrete apenas, sobre aquilo que o leitor sempre soube; e mais, sempre a olhos vistos, faz dele o seu dia. Sua viagem; sua divagação... Faça excelente leitura!
Fique em alerta, cuidado com a mudança de comportamento de seu filho, atente-se ao trânsito, deixe de caducar com a tela do celular ( amigo virtual é fake e não salva ninguém) e olhos no movimento, a qualquer momento podem sequestrar o ônibus que o leva para o trabalho; ou com o carro blindado parado no semáforo, meter o revólver (cano, trabuco na linguagem dos manos) em sua cara. Se isso ocorrer, tudo isso acontecendo e eu dormindo, lá em casa ou tomando uma birita no boteco com os amigos, é o que vou dizer.
Por fim, no morro Querosene, barracos, palavitas, animais, gente, telhas de zinco, caixa d'àgua, ratos, galos, havaianas, baratas, colchões, tudo pega fogo, pois deveras, lá a querosene, o entendimento, o bom senso, o acordo e o respeito são inflamáveis.
Terminou um lado do vinil da Aquarela do Brasil, rodado magistralmente na vitrola Sonnata amarela, e antes que termine sua viagem ao nada, rodeado de folcloristas e palhaços paspalhões encenando a peça "Coisas do Brasil", boa sorte e saiba viver! Caso contrário...; seu nome constará nos protocolos dos desafortunados; e seu espírito se perderá nos labirintos das trevas, procurando uma lamparina para iluminá-lo. Bem, importante saber que para acendê-la, pavio não basta; tem que ter fogo e gasolina, porque o refinado Querosene só é encontrado no Brasil.
O sono chegou, as pálpebras tombaram desfalecidas. Sambei muito na madrugada; por umas horas, vou morrer para a vida, dormindo meu merecido sono. Boa noite folclorista velho Nica e leitores Recantistas, ao despertar para o dia, confiram suas despensas!
P.S.: As queimadas e os milhares de (10)matamentos estavam apagados, foi o major mor Bozolino acender a tocha do fulano do INPE, que o dia virou noite, a água vinho, a quietude desgraça, o barril de pólvora explodiu e os incêndios na Floresta Amazônica viraram labaredas, línguas de fogo do inferno. Cala-te boca maldita!