O EFEITO PSICOLÓGICO DE UM ABRAÇO NEGADO

"Sair à francesa," sempre, constantemente. Essa talvez seja a melhor solução que você consegue encontrar nos "momentos de perigo" (estando ao meu lado). Você foge de um abraço ou de qualquer demonstração de carinho que eu possa te oferecer, assim como o Diabo foge da cruz. É medo de alimentar alguma esperança em mim, de achar que eu ainda possa esperar por algo de sua parte, sentimentalmente falando? Não acredito que você pense assim. Seria me subestimar demais.

Eu acho realmente é que você nunca suportou o fato de eu me declarar apaixonado, uma completa audácia de um sujeito que não se enxerga, não é mesmo? Inclusive, um dia eu perguntei o que você realmente nutria por mim, se era medo, raiva ou nojo, ou talvez até uma mistura deles, acrescentado ainda de uma pitadinha de desprezo. Mas o fato é que você nunca permitiu a minha aproximação, e isso não há como negar.

Invejo, portanto, os seus outros amigos, amigos que temos em comum. Sei que a conversa deles é bem diferente da minha, menos ousada, e por isso mesmo, eles têm o perfil exato para serem seus amigos. Pois bem. Então vamos deixar as coisas como estão, porque EU NÃO PRETENDO MUDAR EM NADA O MEU JEITO DE SER! Tenho esse meu jeito espontâneo e sincero de viver, algo tão exclusivo nos dias de hoje, uma vez que não suporto conviver com pessoas hipócritas.

Portanto, lembre-se de uma coisa: eu só tentei ser seu amigo, embora não tenha esquecido aquele episódio do ano passado, quando você notadamente me negou um abraço, um simples abraço de felicitações de Ano Novo... Aproveite bem as férias, abrace e beije muito! Mas cuidado com as aparências. Não preciso repetir que elas enganam até os mais seletivos.

Paulo Seixas 2011