Interior. - Donzela do Gelo

Querida Gaveta Falante

Como poderá haver entrega num mundo de valores tão fúteis? Estou aqui pensando sobre isto, estou ainda mais fragilizada pela expectativa dos meus oponentes.

Quixotes e escudeiros dementes!

Mato um leão por dia para manter minha sanidade mental intacta. Porém, temo que mesmo assim, não ser possível sobreviver ao céu de lanças e flechas atiradas pelos meus supostos amigos. Agora, pareço um porre ambulante. Retiram tudo de mim, como uma garrafa da mais barata pinga ou consumida como erva na esquina. Sou um produto de consumo disputada pelo mercado ávido.

Minhas vísceras ficaram expostas em busca da amizade, lealdade e amor. O amor não é para ferir e sim nos revigorar, nos fazer viver.

Quantas lutas insanas.

Dragões e flechas atiradas no chão, e a pobre Donzela investindo sua frágil armadura humana, sempre procurando defender seus nobres princípios, acreditando que pessoas podem ser justas e com sentimentos puros!

Mentirosos e enganadores, bem, deixem que eles se afundem nas virtudes movediças, desta praia de loucos. Que mundo de mentiras. Só desejo ser uma pessoa boa, qual é o erro?

Certamente o erro pertence a eles. E quando seus gritos de socorro forem enterrados nas areias do esquecimento. Se lembrarão de mim e vou sobreviver a isto. Jamais abdicarei dos nobres princípios que me regem, se não pela vontade espontânea de realizar o que for ditado pelo coração e pelo bom senso e ver em tempo o fim da história.

Donzela do Gelo
Enviado por Donzela do Gelo em 16/04/2018
Código do texto: T6310329
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